O incognoscível Karana

Os Dhyân-Chohans possuem um caráter dual, sendo compostos de (a) a Energia bruta, irracional, inerente à Matéria; e (b) a Alma Inteligente ou Consciência Cósmica, que guia e dirige aquela energia, e que é o Pensamento DhâynChohânico, refletindo a ideação da Mente Universal.

Daí resulta uma série perpétua de manifestações durante os períodos manvantáricos, estando tudo subordinado ao Carma.

Como tal processo nem sempre é perfeito; e como, por muitas que sejam as provas de existir uma Inteligência diretora por trás do véu, nem por isso deixa de haver defeitos e lacunas, rematando muitas vezes em insucessos evidentes; segue-se que nem a Legião coletiva (Demiurgo), nem qualquer das Potências que atuam, individualmente consideradas, comportam honras e cultos divinos. Todos têm, no entanto, direito à reverência e à gratidão da Humanidade; e o homem deve sempre esforçar-se por ajudar a evolução divina das Idéias, tornando-se, na medida de seus recursos, um colaborador da Natureza em sua tarefa cíclica.

Só o incognoscível Karana, a Causa sem Causa de todas as causas, deve ter o seu santuário e o seu altar no recinto sagrado e inviolável do nosso coração; invisível, intangível, não mencionado, salvo pela “voz tranqüila e silenciosa”de nossa consciência espiritual. Os que o adoram devem fazê-lo na quietude e na solidão sacrossanta das suas Almas; de modo que o Espírito de cada um seja o único mediador
entre eles e o Espírito Universal, não tendo por sacerdotes senão as suas boas ações, e sendo as suas tendências pecaminosas as únicas vítimas expiatórias visíveis e
tangíveis, oferecidas em holocausto à Presença”.

Doutrina Secreta – Helena P. Blavatsky

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