A alma – 7 de 25

Nenhuma pessoa inteligente procurará ir além desta generalização. Quando o Cristo reaparecer, nosso conhecimento será mais verdadeiro e realista; vamos saber que estamos eternamente relacionados às almas de todos os homens e que temos uma definida relação com aqueles que reencarnam conosco, que estão aprendendo conosco as mesmas lições e que estão vivenciando e experimentando conosco. Este conhecimento comprovado e aceito regenerará as próprias fontes da nossa vida humana. Saberemos que todas as nossas dificuldades e problemas são causados por deixarmos de reconhecer esta Lei fundamental, com suas responsabilidades e obrigações; gradualmente aprenderemos a reger nossas atividades por seu justo e restritivo poder. A Lei do Renascimento corporifica o conhecimento prático que os homens precisam hoje para conduzir bem e de maneira correta as suas vidas nos aspectos religioso, político, econômico, público e privado e assim estabelecer corretas relações com a vida divina em todas as formas. (O Reaparecimento do Cristo) 2. O primeiro postulado a se formular, e com o qual instruir o público em geral, é de que todas as almas encarnam e reencarnam sob a Lei do Renascimento. Daí que cada vida não somente é uma recapitulação das experiências anteriores, como também são reassumidas antigas obrigações, restabelecidas antigas relações, é uma oportunidade de saldar dívidas antigas, de fazer os devidos reparos e progredir, de despertar qualidades profundamente assentadas, reconhecer antigas amizades e inimizades, solucionar detestáveis injustiças e explicar o que condiciona o homem e faz dele o que é. Assim é a lei que agora clama por um reconhecimento universal e que, quando for compreendida pelas pessoas reflexivas, ajudará a resolver os problemas da sexualidade e do matrimônio. (Psicologia Esotérica, Volume I) 3. A estrutura da nova psicologia deve ser inevitavelmente construída sobre a premissa de que uma só vida não é a única oportunidade do homem de alcançar a integração e a perfeição. A grande Lei de Renascimento deve ser aceita, e então se entenderá que é, em si mesma, o agente liberador em qualquer momento de crise ou problema psicológico. O reconhecimento de que existem outras oportunidades, e um senso estendido do fator tempo, são tranquilizadores e de grande ajuda para muitos tipos de mente. O valor interpretativo será iluminador, à medida que o paciente captar o fato de ter passado por crises, em que pode comprovar, por meio de seu instrumental atual, ter alcançado a integração, garantindo a vitória sobre o ponto de crise em andamento e o difícil conflito. A luz que isto verte sobre as relações e o ambiente servirá para estabilizar seu propósito e fazê-lo compreender a inevitabilidade da responsabilidade. Quando esta grande Lei for compreendida em suas verdadeiras implicações, e não interpretada em termos da atual apresentação infantil, o homem aceitará a responsabilidade de viver reconhecendo diariamente o passado, compreendendo o propósito do presente e olhando para o futuro. Assim diminuirá muito a crescente tendência ao suicídio que a humanidade está demonstrando. (Psicologia Esotérica, Volume II) 4. A psicologia deve reconhecer com o tempo:

1. A realidade da existência da alma, o agente integrador, o Eu.

2. A Lei da Oportunidade ou do Renascimento.

3. A natureza da estrutura interna do homem e sua relação com a forma externa tangível.

É interessante observar que praticamente todo ensinamento dado em relação ao renascimento ou à reencarnação enfatizou o aspecto fenomênico material, ainda que sempre se tenha referido mais ou menos de forma casual às aquisições espirituais e mentais na escola da vida neste planeta, de uma encarnação para outra. Pouca atenção foi dada à verdadeira natureza da percepção em desenvolvimento e ao crescimento da consciência interna do verdadeiro homem; raras vezes ou nunca se destaca a compreensão adquirida em cada vida, a respeito do mecanismo de contato e o resultado da crescente sensibilidade ao ambiente (os únicos valores que concernem ao Eu). (Psicologia Esotérica, Volume II) 5. Parece que até agora apenas duas regras são postuladas em conexão com o retorno de um Ego à encarnação física. A primeira é que por não haver alcançado a perfeição, a alma deve retomar e continuar o processo de aperfeiçoamento na Terra. A segundo é que o impulso que predispõe o Ego a tal atividade é alguma forma de desejo insatisfeito. Esses dois enunciados são válidos em parte e genéricos em efeito, mas são apenas verdades parciais ou incidentais a verdades maiores, que os esoteristas ainda não perceberam nem observaram com exatidão. São de natureza secundária e estão expressas em termos dos três mundos da evolução humana, da intenção da personalidade e dos conceitos sobre tempo e espaço. Basicamente, não é o desejo que impulsiona o retorno, mas a vontade e o conhecimento do Plano. Também não é a necessidade de alcançar a perfeição final que impele o Ego à experiência na forma, porque o Ego já é perfeito. O principal incentivo é sacrifício e serviço para essas vidas menores que dependem da inspiração superior (que a alma espiritual pode dar) e a determinação de que elas também podem alcançar status planetários equivalentes ao da alma que se sacrifica…

Tenham isso sempre em mente ao estudarem o tema do renascimento. Os termos renascimento e reencarnação são enganosos. “Impulso cíclico”, “repetição inteligente, plena de propósito” e “consciente inalação e exalação” descreveriam com mais exatidão este processo cósmico. Contudo, é difícil captar esta ideia, porque é necessário possuir a capacidade de se identificar com Aquele que assim respira – o Logos planetário – portanto, o tema deve permanecer relativamente confuso até tomar a iniciação. Em termos esotéricos, o ponto de maior interesse reside no fato de que o renascimento grupal acontece a todo momento, e que a encarnação do indivíduo é concomitante a este grande acontecimento. Isto tem sido em grande parte ignorado ou deixado de lado, devido ao interesse intenso e egoísta na experiência e vida pessoais, evidenciado nas inúmeras especulações sobre o retorno do indivíduo, exposto nos pretensos livros ocultistas atuais, a maioria dos quais sendo inexata e, portanto, sem importância. (Astrologia Esotérica) 6. Os três principais processos regidos pela Lei do Renascimento são:1. O Processo de Restituição, que rege o período de abstração da alma do plano físico e de seus dois aspectos fenomênicos, o corpo físico denso e o corpo etérico. Diz respeito à Arte de Morrer.

2. O Processo de Eliminação, que rege o período de vida da alma humana depois da morte e nos outros dois mundos da evolução humana. Diz respeito à eliminação do corpo astral-mental, pela alma, para que fique “pronta para permanecer livre em seu próprio lugar”.

3. O Processo de Integração, que trata do período em que a alma liberada se torna novamente consciente de si como o Anjo da Presença e é reabsorvida no mundo das almas, entrando assim em um estado de reflexão. Posteriormente, sob o impacto da Lei da Necessidade ou Dívida Cármica, a alma se prepara de novo para outra descida à forma. (Cura Esotérica) 7. Quando estas duas fases da Arte de Morrer terminam, a alma desencarnada fica livre do controle da matéria; está purificada (temporariamente pelas fases de Restituição e Eliminação) de toda contaminação pela substância. Isto acontece não por meio de alguma atividade da alma na forma, a alma humana, mas como resultado da atividade da alma em seu próprio plano, abstraindo a fração de si mesma que chamamos de alma humana. É principalmente o trabalho que efetua a alma sobrepairante; não é realizado pela alma na personalidade. A alma humana, durante esta etapa, só responde à atração ou força atrativa da alma espiritual quando esta – com deliberada intenção – extrai a alma humana das envolturas que a aprisionam.

Mais adiante – à medida que os processos evolutivos vão se processando e a alma controla a personalidade cada vez mais – a alma, dentro das envolturas que a aprisionam, produzirá – consciente e intencionalmente – as fases da morte. Nas primeiras etapas, esta liberação será promovida com a ajuda da alma espiritual sobrepairante. Depois, quando o homem viver no plano físico como alma, ele mesmo – em plena continuidade de consciência – realizará os processos de abstração, e então (com propósito dirigido) “ascenderá ao lugar de onde veio”; é o reflexo, nos três mundos, da divina ascensão do Filho de Deus perfeito. (Cura Esotérica) (b)ImortalidadeO espírito no homem é imorredouro; perdura, progredindo de um ponto para outro e de uma etapa para outra no Caminho da Evolução, desenvolvendo constante e sequencialmente os atributos e aspectos divinos.

Esta verdade necessariamente envolve o reconhecimento de duas grandes leis naturais: a Lei do Renascimento e a Lei de Causa e Efeito. As igrejas do Ocidente recusaram-se oficialmente a reconhecer a Lei do Renascimento e, deste modo, se desviaram para um impasse teológico e para uma situação difícil, para a qual não há saída possível. As igrejas do Oriente enfatizaram excessivamente estas leis, de maneira que uma atitude negativa e inativa frente à vida e seus processos, baseada na oportunidade que se renova constantemente, controla as pessoas. O cristianismo enfatizou a imortalidade, mas fez a felicidade eterna dependente da aceitação de um dogma teológico: Professe a verdadeira fé cristã e viva eternamente em um fastuoso céu; recuse-se a aceitar a fé cristã, sendo um cristão professo negativo, e vá para um inferno indescritível – inferno surgido da teologia do Antigo Testamento e da apresentação de um Deus cheio de ódio e ressentimentos. Ambos os conceitos são hoje repudiados por todas as pessoas sensatas, sinceras, reflexivas. Ninguém com um real poder de raciocínio ou com uma real crença em um Deus de amor aceita o céu dos eclesiásticos nem deseja ir para lá. Aceitam ainda menos o “lago que arde com fogo e enxofre” ou a eterna tortura à qual o Deus de amor supostamente condena todos que não creem nas interpretações teológicas da Idade Média, dos fundamentalistas modernos ou dos homens de igreja irracionais que procuram – por meio da doutrina, do medo e da ameaça – manter as pessoas alinhadas com os antigos e obsoletos ensinamentos.

A verdade essencial reside em outra parte. “O que o homem semear, isso colherá”, é a verdade que deve ser novamente enfatizada. Nestas palavras, São Paulo nos expressa o antigo e verdadeiro ensinamento da Lei de Causa e Efeito, no Oriente denominada Lei do Carma. A isto agrega, em outro trecho, o preceito “opere a sua própria salvação” e – como isso contradiz o ensinamento teológico e, como não é possível fazê-lo em uma única vida – implicitamente respalda a Lei de Renascimento e faz da escola da vida uma experiência recorrente até que o homem tenha cumprido o mandado do Cristo (e isto se refere a todos os homens): “Sede, pois, perfeitos, como vosso Pai no Céu é perfeito”. Pelo reconhecimento dos resultados da ação – bons ou maus – e por voltar a viver constantemente na Terra, o homem alcança finalmente “a medida da estatura da plenitude do Cristo”.

A realidade desta divindade inata explica o impulso no coração de todo homem por melhorar, adquirir experiência, progredir, por uma realização crescente e por seu constante avanço para a longínqua altura que visualizou. Não há outra explicação para a capacidade do espírito humano de despontar da escuridão, do mal e da morte, e entrar na vida e no bem. Esta elevação é a inabalável história do homem.

Algo está sempre acontecendo na alma humana que projeta o homem para mais perto da Fonte de todo o bem, e nada na Terra pode deter este progresso para mais perto de Deus. (Os Problemas da Humanidade).

2. A realidade da imortalidade está hoje na iminência de comprovação científica; a realidade da sobrevivência de determinado fator já foi provada, embora o que foi demonstrado como sobrevivente, ao que parece, não seja em si, intrinsecamente, imortal. A natureza real da alma e a realidade da sobrevivência da alma e de sua vividade eterna seguem juntas e ainda não foram provadas cientificamente; no entanto, são conhecidas e aceitas hoje como verdades por milhões de homens e por muitos intelectuais que – a menos que se trate de histeria e fraude coletivas – já têm sua existência corretamente conjecturada. (O Reaparecimento do Cristo) 3. Dos complexos de céu ou inferno das atuais crenças religiosas… derivou, automaticamente, a ideia de uma entidade permanente chamada alma, que podia desfrutar do céu ou sofrer no inferno, segundo a vontade de Deus e como resultado de suas ações durante sua forma humana. À medida que as formas do homem aumentavam em sensibilidade e se refinavam cada vez mais sob a influência da Lei de Seleção e de Adaptação; à medida que a vida grupal se tornava mais profunda e a integração grupal se aprimorava; que o patrimônio histórico, tradicional e artístico se enriquecia e deixava sua marca, assim cresciam as ideias sobre Deus e similarmente as ideias sobre a alma e o mundo, os conceitos do homem sobre a realidade se enriqueciam e se aprofundavam, de maneira que hoje estamos diante do problema da herança de pensamentos que atestam um mundo de conceitos, ideias e intuições que tratam do imaterial e do intangível, e que declaram uma crença milenar na alma e sua imortalidade, para a qual não há uma real justificativa.

Ao mesmo tempo, a ciência nos demonstrou que só podemos realmente saber com certeza do mundo tangível dos fenômenos, com suas formas, mecanismos, tubos de ensaio, laboratórios e dos corpos dos homens “assombrosa e maravilhosamente feitos”, diversificados e diferentes. Estes, de forma misteriosa, produzem pensamentos, sonhos e imaginações, os quais, por sua vez, encontram expressão nos projetos formulados no passado, presente e futuro, ou no campo da literatura, da arte e da ciência, ou na simples vida cotidiana do ser humano comum que vive, ama, trabalha, se diverte, tem filhos, se alimenta, ganha dinheiro e dorme.

E depois? O homem desaparece no nada, ou, em algum lugar, alguma parte dele (até agora invisível) continua vivendo? Este aspecto sobrevive durante algum tempo e depois por sua vez desaparece, ou há um princípio imortal, uma entidade sutil intangível que tem existência, no corpo ou fora dele, e que é o Ser imutável e imortal? A crença neste Ser tem sustentado incontáveis milhões no transcurso das épocas. É a alma uma ficção da imaginação e a ciência já refutou satisfatoriamente a sua existência? É a consciência uma função do cérebro e do sistema nervoso associado, ou aceitaremos a ideia de um morador consciente na forma? O poder de nos tornarmos conscientes e de reagirmos ao nosso ambiente tem origem na natureza do corpo, ou há uma entidade que observa e age? Esta entidade é distinta e separável do corpo, ou é resultado do tipo de corpo e da vida, e assim persiste depois que o corpo desaparece, ou desaparece com ele e se perde? Há somente matéria ou energias em constante movimento provocando os aparecimentos dos homens que reagem por sua vez e expressam a energia que aflui através deles cega e inconscientemente, sem ter existência individual? Ou são todas teorias parcialmente verídicas, e chegaremos a compreender realmente a natureza e o ser do homem somente na síntese de todos eles e na aceitação das premissas gerais? Não seria possível que os pesquisadores cientistas de orientação mecânica estejam certos em sua conclusão sobre o mecanismo e a natureza da forma, e que os pensadores espiritualmente orientados que postulam uma entidade imortal também estejam certos? Talvez esteja faltando algo que elimine a lacuna entre as duas posições. É possível que possamos descobrir algo que vincule o mundo intangível do verdadeiro ser com o mundo tangível (assim denominados) da vida da forma?

Quando a humanidade tiver certeza da sua divindade e imortalidade e tiver adquirido conhecimento sobre a natureza da alma e o reino no qual a alma atua, sua atitude em relação à vida diária e aos assuntos em curso passarão por tal transformação que veremos verdadeiramente surgir um novo céu e uma nova terra. Esta entidade central, dentro de cada forma humana, sendo reconhecida e sabendo-se o que essencialmente é, e sua divina persistência estabelecida, necessariamente veremos o começo do reinado da Lei divina na Terra – uma lei imposta sem resistência nem rebelião. Esta reação benéfica se produzirá porque os pensadores da raça se fusionarão em uma percepção geral da alma e uma consequente consciência grupal permitirá ver o propósito subjacente à atuação da lei. (Psicologia Esotérica, Volume I — Consulte também a seção “O Problema da Imortalidade” neste mesmo livro).

(c)Devachan1. Devachan. Estado intermediário entre duas vidas terrenas, no qual o Ego entra depois de ter se separado de seus aspectos ou envolturas inferiores. (Nota de rodapé: Tratado sobre o Fogo Cósmico) 2. O devachan é um estado de consciência que reflete, na vida da Personalidade, aquele estado elevado que chamamos de consciência nirvânica, e que é fomentado pela ação egoica. Não é mais do que um pálido reflexo nas unidades separadas (e, portanto, matizado pelo prazer egoísta e separatista) da condição grupal denominada nirvânica. Nesse elevado estado de consciência, cada identidade separada, embora passível de autorrealização, compartilha da realização grupal, e é onde está a beatitude para a unidade. A separação deixa de ser sentida, sendo conhecidas apenas a união e a unicidade essencial.

Portanto, como se pode deduzir prontamente, não há devachan para o selvagem nem para o homem pouco evoluído, pois não cabe a eles, nem têm eles mentalidade para compreendê-lo; a isto se deve a rapidez com que tornam a encarnar e a brevidade do período em pralaya. Em tais casos, o Ego, em seu próprio plano, pouco tem a assimilar no resíduo das encarnações, e por isso o princípio vida se retrai rapidamente da forma mental, o que resulta no impulso do Ego para reencarnar quase imediatamente.

Quando a vida da personalidade tiver sido plena e rica, mas ainda não tenha alcançado a etapa em que o eu pessoal possa colaborar conscientemente com o Ego, a personalidade atravessa períodos nirvânicos, cuja duração depende do interesse na vida e da capacidade do homem de meditar sobre suas experiências. Mais tarde, quando o Ego domina a vida da personalidade, o homem se interessa por coisas mais elevadas, e o nirvana da alma se torna a sua meta. Já não lhe interessa o devachan. Portanto, quem se encontra no Caminho (seja no Caminho de Provação ou de Iniciação), como regra geral, não vai ao devachan, a encarnação imediata tornando-se a regra no girar da roda da vida que desta vez é viabilizada pela colaboração consciente do Eu pessoal com o Eu divino ou Ego. (Tratado sobre o Fogo Cósmico) 3. Esta experiência (Devachan) tem sido muito mal-entendida. Prevalece a ideia geral que, depois de ter se desprendido dos corpos astral e mental, o homem entra em uma espécie de estado de sonho, no qual torna a experimentar e considerar acontecimentos passados à luz do futuro e atravessa um período de repouso, algo assim como um processo digestivo, em preparação para empreender um novo nascimento.

Esta ideia é um tanto errada, porque o conceito tempo ainda governa as apresentações teosóficas da verdade.

Mas, compreendendo-se que o tempo é desconhecido fora da experiência no plano físico, todo o conceito relativo ao Devachan se esclarece. A partir do momento da total separação dos corpos físico denso e etérico, e à medida que o processo de eliminação é empreendido, o homem é consciente do passado e do presente; quando a eliminação é total e chegou o momento de fazer contato com a alma e o veículo manásico está em processo de destruição, ele se torna imediatamente consciente do futuro, pois a predição é uma habilidade da consciência da alma, da qual o homem participa temporariamente. Portanto, o passado, o presente e o futuro são vistos como um só; o reconhecimento do Eterno Agora se desenvolve gradualmente de encarnação em encarnação e durante o contínuo processo de renascimento. Trata-se de um estado de consciência (característica do estado normal do homem evoluído) que pode ser denominado devachânico.

(Cura Esotérica) (d)Apropriação das Envolturas pelo Ego1. A manifestação do corpo etérico em tempo e espaço contém em si o que foi chamado esotericamente de “dois momentos de esplendor”. Temos, primeiro, o momento anterior à encarnação física, quando a luz que desce (trazendo vida) se enfoca com toda sua intensidade em torno do corpo físico e estabelece uma relação com a luz inata da própria matéria, que existe em cada átomo de substância. Esta luz enfocada se concentra em sete regiões do seu círculo intransponível, criando assim sete centros maiores que controlarão sua expressão e existência no plano externo, esotericamente falando. É um momento de grande esplendor, é quase como se um ponto de luz palpitante irrompesse em chama, e como se dentro dessa chama os sete pontos de luz intensificada adquirissem forma. É um elevado ponto na experiência da vinda à encarnação, que precede o nascimento físico por um breve período de tempo. É o que determina a hora do nascimento. A fase seguinte do processo, tal como vista pelo clarividente, é a etapa de interpenetração, durante a qual “os sete se tornam os vinte e um e, em seguida, os muitos”; a substância luz, o aspecto energia da alma, começa a permear o corpo físico, e o trabalho criador do corpo etérico ou vital é concluído. O primeiro reconhecimento disto no plano físico é o “som”, proferido pela criança recémnascida. É o clímax do processo. O ato da criação pela alma está então concluído; uma nova luz brilha em um lugar escuro. (Cura Esotérica) 2. Em todo o trabalho de construção de formas ocorrem certas oportunidades muito essenciais que dizem respeito muito mais ao Ego do que às envolturas, embora a ação reflexa entre o eu pessoal inferior e o superior seja tão estreita que são quase inseparáveis…

Muitas vezes se passa por alto que o caminho de encarnação não é rápido, mas que o Ego desce muito devagar e gradualmente toma posse dos seus veículos; quanto menos evoluído é o homem, mais lento é o processo. Consideramos aqui o período que transcorre depois que o Ego deu o primeiro passo para a descida e não o tempo que decorre entre duas encarnações. Esta tarefa de passagem de um plano para fins de encarnação assinala uma crise definida, caracterizada pelo esforço da vontade em sacrifício, da apropriação da substância em amor e sua energização em atividade.

…O Ego cessa seu trabalho de sobrepairar e, em algum período entre o quarto e o sétimo ano, faz contato com o cérebro físico da criança. Um evento similar ocorre com os veículos etérico, astral e mental.

(Tratado sobre o Fogo Cósmico) 3. Aos sete anos, e novamente na adolescência, o Ego “assume o controle” e aos vinte e um anos este domínio pode ser ainda mais firme. Por outro lado, à medida que passam as vidas, o Ego (em relação ao ser humano) controla seus veículos e assim os submete aos seus propósitos de maneira mais plena e eficaz. (Tratado sobre o Fogo Cósmico) 4. O término desse ciclo pode ser longo ou curto, de acordo com os propósitos envolvidos; pode abranger apenas uns poucos anos ou um século. Antes do sétimo ano, a vitalidade do elemental físico constitui amplamente o fator determinante. A alma está então enfocada no corpo etérico, mas não utilizando plenamente todos os centros; exerce apenas um brando controle pulsante e uma tênue atividade impulsionadora – suficiente para manter a consciência, vitalizar os diversos processos físicos e iniciar a manifestação do caráter e as inclinações, as quais vão se acentuando cada vez mais até os vinte e um anos, quando estabilizam no que chamamos de personalidade. No caso dos discípulos, o controle da alma sobre os centros etéricos será mais potente desde o início da existência física. Por volta dos quatorze anos, a qualidade e a natureza da alma encarnada e sua idade aproximada ou experiência estão determinadas, os elementais físico, astral e mental estão sob controle e a alma, o homem espiritual que mora internamente, já determina as tendências e escolhas da vida. (Cura Esotérica) (e) Os Ciclos da alma 1. Procuro me estender sobre a experiência cíclica de uma alma em encarnação, indicando o aparente fluxo e refluxo do seu desenvolvimento.

O ciclo mais relevante de toda alma é o de entrar na encarnação e retornar ao centro do qual partiu.

Segundo o ponto de vista, assim será a compreensão deste fluxo e refluxo. Esotericamente é possível considerar que há almas “buscando a luz da experiência” e que se viram para a expressão física e que há outras “buscando a luz da compreensão” e assim se retiram do reino do esforço humano para forjarem o caminho para a consciência da alma e se tornarem “moradoras na luz eterna”. Sem ponderar sobre o significado desses termos, os psicólogos perceberam esses ciclos e denominam determinados indivíduos de extrovertidos e outros de introvertidos. Assim assinalam o fluxo e refluxo da experiência individual, analogia da diminuta vida, com os grandes ciclos da alma. As entradas e saídas na rede da existência encarnada são os grandes ciclos de toda alma individual. (TSMB) 2. As ciências ocultas enfatizam a lei cíclica e… um crescente interesse pela Ciência da Manifestação Cíclica.

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