A Alma – 5 de 25

4. A educação está se tornando rapidamente um esforço massivo, e as crianças de todas as nações e de todas as escalas sociais estão sendo intelectualmente preparadas como nunca antes. Este esforço tende, em sua maior parte, a habilitá-las a alcançar condições materiais e nacionais, a que sejam úteis ao Estado e que não pesem economicamente sobre ele. O resultado geral está, de fato, de acordo com o Plano divino e indubitavelmente é bom.

5. O crescente reconhecimento por parte das autoridades de que o homem mais simples está se tornando um fator nos assuntos mundiais. A imprensa e o rádio chegam até ele, e hoje ele tem inteligência e interesse suficientes para formar sua própria opinião e chegar às suas próprias conclusões. Isto se acha ainda em estado embrionário, mas os sintomas do esforço que realiza saltam à vista, por isso a imprensa e o rádio estão controlados, de uma maneira ou outra, em todos os países. (A Educação na Nova Era) 2. Primeiro, que grande parte ou talvez tudo o que acontece hoje no mundo é causado pelo estímulo da alma, grandemente aumentado, ao qual toda a família humana está reagindo, embora individualmente não tenha feito contato com a alma. Este maior estímulo se deve a duas coisas:

1. Uma grande maioria, cujo número aumenta rapidamente, está fazendo contato com suas almas pela intensa aspiração e – em muitos casos – pelo verdadeiro desespero.

2. A Hierarquia de Mestres está extraordinariamente ativa hoje, o que se deve a duas coisas:

a. à demanda da humanidade que chegou continuamente até Eles durante as últimas décadas, e está recebendo uma inevitável resposta; b. ao estímulo da própria Hierarquia planetária, o que levou, a muitos dos que estão filiados à Hierarquia a tomar uma das iniciações superiores. Tornaram-se, assim, muito mais potentes e sua influência é muito mais magnética e radiante.

(Psicologia Esotérica, Volume II) 3. Nos inúmeros fios de luz, tecidos pelos aspirantes, discípulos e iniciados do mundo, podemos ver como gradualmente aparece o antahkarana grupal, aquela ponte por meio da qual toda a humanidade poderá se abstrair da matéria e da forma. A construção do antahkarana é o grande e final serviço que todos os verdadeiros aspirantes podem prestar. (Os Raios e as Iniciações) 4. A meta da evolução normal é levar a humanidade à etapa em que se estabelece uma linha direta de contato entre a personalidade e a Tríade espiritual através da alma ou, melhor dizendo, o emprego da consciência da alma para alcançar tal percepção, que é consumada no momento da terceira iniciação. (Os Raios e as Iniciações) 5. A raça como um todo encontra-se agora – como bem se sabe – na entrada do Caminho do Discipulado. Dirige o olhar para o futuro, quer seja para a visão da alma, para um melhor modo de vida ou de uma situação econômica desafogada ou para melhores relações inter-raciais. Que esta visão muitas vezes esteja distorcida, que esteja orientada para fins materiais ou seja percebida apenas em parte, assim é, lamentavelmente, mas de uma maneira ou de outra, as massas têm hoje uma apreciável captação do “novo e desejável” – algo até agora desconhecido. No passado, os intelectuais ou a elite tinham o privilégio de possuir a visão. Hoje, é a massa de homens. A humanidade, portanto, como um todo, está pronta para um processo geral de alinhamento, e é essa a razão espiritual que está por trás da guerra mundial. As “afiadas tenazes da dor deve separar o real do irreal; o açoite da dor deve despertar a vida refinada, a alma adormecida; o sofrimento produzido pela extirpação das raízes da vida no terreno do desejo egoísta deve ser suportado, e então o homem será liberado”. Assim reza o Antigo Comentário em uma de suas estrofes mais místicas. Deste modo, anuncia profeticamente o fim da raça ária – não um fim no sentido de culminação, mas a finalização de um ciclo de aperfeiçoamento mental, preparatório para outro em que a mente será corretamente usada como instrumento de alinhamento, depois como farol da alma, e como controladora da personalidade.

Para as massas – no lento processo da evolução – o passo seguinte é o alinhamento da alma com a forma, para que possa haver uma fusão na consciência, depois de uma apreciação mental do princípio crístico e sua profunda expressão na vida da raça. Isto é algo que se pode ver surgindo muito claramente, se têm olhos para ver. Evidencia-se no interesse universal pela boa vontade, que oportunamente leva à paz; este desejo de paz pode estar baseado no egoísmo individual ou nacional, ou em um verdadeiro desejo de ver um mundo mais feliz onde o homem possa levar uma vida espiritual mais plena e basear seus esforços em valores mais verdadeiros. É observado em todo o planejamento que está em andamento em prol de uma nova ordem mundial, baseada na liberdade humana, na crença dos direitos humanos e de corretas relações humanas; demonstra-se também no trabalho dos grandes movimentos humanitários, nas organizações beneficentes e na generalizada evocação da mente humana mediante a rede de instituições educacionais em todo o mundo. O espírito de Cristo está expressivamente presente e o fracasso em reconhecer este fato se deve em grande parte ao prevalecente esforço humano por explicar e interpretar esta frase unicamente em termos de religião, enquanto que a interpretação religiosa é só um modo de compreender a Realidade. Há outros de igual importância. Todos os grandes canais de abordagem à Realidade são de natureza espiritual e interpretam o propósito divino e, embora o cristão fale do reino de Deus ou o humanista acentue a fraternidade do homem, ou os líderes que lutam contra o mal encabecem a luta pela nova ordem mundial, as Quatro Liberdades ou a Carta do Atlântico, todos eles expressam o surgimento do amor de Deus na forma do espírito crístico.

A humanidade em conjunto, portanto, chegou a um ponto em que emerge da escuridão; evocou a reação dos poderes do mal e daí a tentativa de frear o progresso do espírito humano e deter a marcha progressiva do bom, do verdadeiro e do belo. (Os Raios e as Iniciações)17. O CORPO CAUSAL “O Templo da Alma” 1. Corpo Causal: Do ponto de vista do plano físico, não é um corpo subjetivo nem objetivo. No entanto, é o centro da consciência egoica, e é formado pela conjunção de budi e manas. É relativamente permanente e subsiste durante o longo ciclo de encarnações, dissipando-se somente depois da quarta iniciação, quando não há mais necessidade de renascimento para o ser humano. (Iniciação Humana e Solar) 2. Quando se consegue compreender devidamente a função que corresponde ao Ego no corpo causal, adquire-se então a capacidade de trabalhar de maneira científica para resolver o problema da própria evolução, realizando-se um louvável trabalho a fim de ajudar a evolução dos nossos semelhantes. (Tratado sobre o Fogo Cósmico) 3. Ao considerar o corpo causal, estamos tratando especificamente do veículo de manifestação de um Anjo Solar, que é a vida que o anima e que está em processo de construí-lo, de aperfeiçoá-lo e expandilo, refletindo assim, em pequeníssima escala, o trabalho do Logos em Seu próprio plano (Tratado sobre o Fogo Cósmico) (a) O Conteúdo do Corpo Causal O que se quer dar a entender quando se fala em corpo causal? Não digam superficialmente o corpo das causas, porque as palavras assim expressas são muitas vezes confusas e ambíguas. Vamos considerar o corpo causal e averiguar quais são os seus componentes.

No caminho involutivo temos o que se denomina Alma Grupal, apropriadamente descrita (até onde as palavras permitem) como um conjunto de tríades, encerradas em uma tríplice envoltura de essência monádica. No caminho evolutivo, temos grupos análogos de corpos causais, de composição similar, em que implicam três fatores.

O corpo causal é um conjunto de átomos permanentes, três no total, encerrados em uma envoltura de essência mental… O que acontece no momento em que o homem-animal se torna uma entidade pensante, um ser humano? Produz-se a aproximação entre o Eu e o não-eu por meio da mente, pois o homem é “o ser no qual o espírito mais elevado e a matéria mais inferior estão unidos pela inteligência”. O que quero dizer com esta frase? Simplesmente o seguinte: quando o homem-animal chegou ao ponto adequado, quando seu corpo físico ficou suficientemente coordenado e a natureza emocional ou de desejos bastante forte para formar a base da existência, guiando-a por meio do instinto, e quando o germe da mentalidade foi devidamente implantado para fazer presentes a memória instintiva e a correlação de ideias, tal como se pode observar no animal doméstico comum, então o Espírito descendente (que havia tomado para si um átomo no plano mental) julgou que o momento era oportuno para tomar posse dos veículos inferiores. Os Senhores da Chama foram chamados e transferiram a polarização do átomo inferior da Tríade para o átomo mais inferior da Personalidade. Mesmo assim, porém, a Chama interna não pôde descer além do terceiro subplano do plano mental. Ali se uniram ambos e se converteram em um, formando o corpo causal. Na natureza tudo é interdependente, e o Pensador interno não pode reger os três mundos inferiores sem a ajuda do eu inferior. A vida do primeiro Logos deve estar unida à do segundo Logos e baseada na atividade do terceiro Logos.

Portanto, no momento da individualização (termo usado para expressar esse momento de contato) temos, no terceiro subplano do plano mental, um ponto de luz que encerra três átomos e, por sua vez, o mesmo ponto está contido em uma envoltura de matéria mental. Em consequência, a tarefa a realizar consiste em procurar que:

1. O ponto de luz se converta em chama, soprando constantemente a chispa e alimentando o fogo.2. O corpo causal cresça e se expanda, de um ovoide incolor (que retém o Ego, da mesma maneira como a gema está dentro da casca do ovo), até algo de rara beleza, contendo em si todas as cores do arco-íris.

Trata-se de um fato oculto. Em seu devido tempo, o corpo causal pulsará com uma irradiação interna e uma fulgurante chama interna que, gradualmente, abrirá caminho para si, do centro para a periferia.

Depois transporá essa periferia, usando o corpo (produto de milênios de vidas de dor e esforço) como combustível para as suas chamas. Consumirá tudo, ascenderá até a Tríade e (tornando-se una com ela) será reabsorvida na consciência espiritual – e levará com ela – empregando o calor como símbolo – uma intensidade de calor, qualidade de cor ou vibração que antes não possuía.

Portanto, o trabalho da Personalidade – pois temos de examinar tudo deste ângulo até alcançarmos a visão egoica – consiste, primeiro, em construir, embelezar e expandir o corpo causal; segundo, retrair nele a vida da Personalidade, absorvendo o que for útil da vida pessoal e armazenando-o no corpo do Ego.

Podemos denominar isto de Vampirismo Divino, pois o mal é sempre o reverso do bem. Feito isso, advém a aplicação da chama ao próprio corpo causal e ao jubiloso estado de espera enquanto o trabalho de destruição prossegue, e a Chama – o homem interno vivo e o espírito de vida divina – é liberado e ascende até a sua fonte de origem.

A densidade do corpo causal determina o instante da emancipação e marca o momento em que o trabalho de construção e de embelezamento é concluído, quando é erguido o Templo de Salomão e o peso do corpo causal (entendido ocultamente) está de acordo com o padrão que a Hierarquia quer. Sobrevém então o trabalho de destruição e a liberação se aproxima. Houve a experiência da primavera, seguida do pleno verdor do verão; agora se fará sentir a força de desintegração do outono, ainda que desta vez seja sentida e aplicada nos níveis mentais e não no físico. O machado é aplicado à raiz da árvore, mas a essência da vida é armazenada no celeiro divino.

O conteúdo do corpo causal é o acúmulo, por um processo lento e gradual, de todo o bem em cada vida. A construção, de início, avança lentamente; porém, ao se aproximar do término da encarnação – no Caminho de Provação e no Caminho de Iniciação – o trabalho avança rapidamente. A estrutura foi erguida e cada pedra foi extraída da pedreira da vida pessoal. No Caminho, em cada uma de suas duas etapas, a tarefa de expandir e embelezar o Templo prossegue com maior rapidez… (Cartas sobre Meditação Ocultista) (b) Construção do corpo causal 1. O Caminho de Provação precede o Caminho de Iniciação ou Santidade, e assinala a etapa da vida de um homem em que ele se posiciona decisivamente do lado das forças da evolução e trabalha na construção de seu próprio caráter. Assume a si mesmo, cultiva as qualidades de que carece e, com todo afinco, procura colocar sua personalidade sob controle. Constrói o corpo causal com deliberado propósito, preenchendo as lacunas existentes e fazendo dele um receptáculo adequado para o princípio crístico.

(Iniciação Humana e Solar) 2. Os átomos permanentes estão encerrados dentro da periferia do corpo causal; no entanto, este corpo relativamente permanente é construído, desenvolvido, expandido e transformado em um receptor central e em uma estação de transmissão (usando palavras inadequadas para expressar uma ideia oculta) pela ação direta dos centros, sobretudo dos centros. Do mesmo modo como a força espiritual ou aspecto vontade construiu o sistema solar, é também a mesma força no homem que constrói o corpo causal. Pela união (no microcosmo) de Espírito e matéria e sua coerência por meio da força ou vontade espiritual, produz-se esse sistema objetivo, o corpo causal. O corpo causal é somente a envoltura do Ego. (Tratado sobre o Fogo Cósmico) (c) Liberação Espiritual 1. O corpo causal é o veículo da consciência superior, o templo do Deus imanente, de tão rara beleza e tão firme estabilidade que, quando ocorre a destruição final desta obra-prima de muitas vidas, amarga é a taça a beber e para a unidade de consciência parece ser um indizível despojamento. Consciente apenas do Espírito Divino inato, consciente apenas da Verdade da Deidade, compreendendo profundamente e nas entranhas do seu ser a natureza efêmera da forma e de todas as formas, permanecendo só no vórtice dos ritos iniciáticos, privado de tudo em que pudesse se apoiar (seja amigo, Mestre, doutrina ou ambiente), bem pode o Iniciado clamar: “Eu sou esse Eu sou e nada mais existe”. Bem pode ele, simbolicamente, colocar a mão na do seu Pai no Céu e estender a outra em bênçãos para o mundo dos homens, pois apenas as mãos que se desprenderam de tudo que há nos três mundos ficam livres para infundir a bênção suprema à humanidade que luta. Constrói então para si uma forma como quiser – uma forma nova, não mais sujeita à destruição, mas suficiente para as suas necessidades, a ser usada ou descartada conforme ditem as circunstâncias. (TSMB) 2. A essência mental, a mente abstrata e a intuição ou razão pura têm que ser unificadas na consciência do aspirante. Quando isto acontece, o discípulo terá construído a ponte (o Antahkarana) que une:

1. A Tríade espiritual.

2. O corpo causal.

3. A personalidade.

Feito isto, o corpo egoico terá servido ao seu propósito, o Anjo solar realizado seu trabalho e a forma, como a compreendemos e utilizamos, como meio de experiência, deixa de ser necessária para a existência. O homem entra na consciência da mônada, o UNO. O corpo causal se desintegra; a personalidade se extingue e a ilusão tem fim. É a consumação da Grande Obra e outro Filho de Deus entrou no lar do Pai. É provável que ele saia dali para ir ao mundo dos fenômenos a fim de trabalhar com o Plano, mas não necessitará se submeter aos processos de manifestação como faz a humanidade. Poderá então construir seu corpo de expressão para o trabalho, e trabalhar com energias e através delas, conforme o Plano determinar. Analisem estas últimas palavras, porque contêm a chave da manifestação. (TSMB) 3. Só é possível tratar muito sucintamente sobre o efeito da aplicação do Cetro no corpo causal do iniciado… Há apenas duas maneiras de imprimir na mente do estudante uma ideia desta verdade fundamental, e serão consideradas aqui.

Primeiro, o estudante deve manter em mente o interessante significado do fato de que ele, no plano físico, é uma personalidade atuante, com características conhecidas e reconhecidas e, ainda assim, é uma Vida subjetiva que usa aquela personalidade como meio de expressão e que – por meio dos corpos físico, emocional e mental que constituem o tríplice homem inferior – faz seus contatos com o plano físico e, assim, vai se desenvolvendo. A mesma ideia geral de desenvolvimento se aplica ao Eu Superior, o Ego em seu próprio plano. Este Ego é o grande Anjo Solar, meio de expressão da mônada ou espírito puro, tal como a personalidade é para o Ego no nível inferior. Do ponto de vista do homem nos três mundos, este Ego ou Senhor Solar é eterno, porque subsiste durante todo o ciclo de encarnações, assim como a personalidade subsiste durante o diminuto ciclo da vida física. Entretanto, seu período de existência é apenas relativamente permanente, e chega o dia em que a vida que se expressa por meio do Ego, o Pensador, o Senhor Solar ou Manasadeva procura se liberar inclusive desta limitação e retornar à sua fonte original.

Então, a vida que se manifestou como Anjo Solar, e que, por sua própria energia, manteve a forma egoica coerente por longas eras, vai se retirando, e a forma se dissipa lentamente; as vidas menores que a constituíam voltam à fonte geral de substância dévica, acrescidas de atividade e consciência expandidas, adquiridas pela experiência de ter sido parte de uma forma, e utilizadas por um aspecto mais elevado de existência. Da mesma maneira, no caso da personalidade, quando a vida egoica se retira, o tríplice eu inferior se desintegra, e as vidas menores que formam o corpo chamado de “eu lunar” (distinto do eu solar, do qual é apenas o reflexo) são absorvidas no reservatório geral de substância dévica, cuja vibração é inferior à que compõe o corpo egoico. De maneira semelhante, sua evolução também avançou, porque fizeram parte de uma forma para uso do Eu Superior.

Mediante a aplicação do Cetro de Iniciação, o trabalho de separar o eu espiritual do Eu Superior avança, e a vida aprisionada se libera gradualmente, enquanto o corpo causal é absorvido ou dissipado aos poucos.

Isto levou à expressão, às vezes usada nos livros ocultistas, de “fraturamento do corpo causal” em cada iniciação, e à ideia de que o fogo central interno abre caminho gradualmente e destrói as paredes confinantes, causando a destruição do Templo de Salomão pela retirada da Shekinah. Todas estas frases são simbólicas e pretendem apresentar à mente do homem os diferentes aspectos de uma verdade fundamental.

Chegada a hora de tomar a quarta iniciação, o trabalho de destruição estará concluído; o Anjo Solar, tendo cumprido a sua função, retorna ao seu lugar próprio, e as vidas solares voltam à sua origem. A vida, até então dentro da forma, ascende triunfalmente ao seu “Pai nos Céus”, assim como a vida no corpo físico, no momento da morte, busca a sua fonte, o Ego, o que se faz em quatro etapas:

  • 1 Retirando-se do corpo físico denso.
  • 2 Retirando-se do corpo etérico.
  • 3 Desocupando depois o corpo astral.
  • 4 Abandonando, afinal, o corpo mental.

Outra maneira de enfatizar a mesma verdade seria considerar o corpo egoico como um centro de força, uma roda de energia ou lótus, imaginando-o como um lótus de nove pétalas que esconde nessas pétalas uma unidade central de três pétalas, as quais, por sua vez, ocultam a vida central, a “Joia no Lótus”.

À medida que a evolução avança, estes três círculos de três pétalas se abrem gradualmente, produzindo um efeito simultâneo em uma das três pétalas centrais. Esses três círculos são chamados, respectivamente, de Pétalas do Sacrifício, do Amor e do Conhecimento. Na iniciação, o Cetro é aplicado sobre essas pétalas de maneira científica, e é ajustado de acordo com o raio e as tendências do iniciado, o que impulsiona a eclosão do botão central, a revelação da joia, a saída dessa joia da cápsula que durante tanto tempo a resguardava, e sua transferência para a “coroa”, como se diz ocultamente, significando assim o retorno à sua fonte, a mônada. (Iniciação Humana e Solar) 4. Quando a “vontade de viver” desaparece, então os “Filhos da Necessidade” cessam a manifestação objetiva. Isto é logicamente inevitável e pode ser observado em todos os casos em que existe um ente objetivado. Quando o Pensador, em seu próprio plano, retira sua atenção do pequeno sistema nos três mundos e reúne todas as suas forças dentro de si, a existência no plano físico chega ao fim e tudo volta à consciência causal… Isso se manifesta no plano físico quando o radiante corpo etérico se retira pela parte superior da cabeça, tendo lugar a consequente desintegração do físico. A estrutura desaparece e a forma física densa se desintegra, a vida prânica é totalmente extraída da envoltura densa, deixando de estimular os fogos da matéria. Permanece o fogo latente no átomo, ao qual é inerente, porém a forma é construída pela ação dos dois fogos da matéria – um ativo e latente, outro irradiante e inato – ajudados pelo fogo do segundo Logos; quando se separam, a forma se desintegra. Temos aqui uma representação em miniatura da dualidade essencial que existe em todas as coisas sobre as quais Fohat exerce a sua atuação.

Quando um homem começa a viver conscientemente a sua própria vida de desejo e nasce nesse novo mundo onde se vive de forma mais sutil, o cordão entrelaçado de matéria etérica (que o mantém unido ao seu corpo físico) se corta; o “cordão prateado se desata” e o homem rompe seu vínculo com o corpo físico denso, retirando-se para o centro superior do corpo em lugar de fazê-lo pelo inferior; passa assim a viver em um mundo superior e em outra dimensão. Assim ocorre com os corpos e envolturas do microcosmo, pois a analogia existe em todos os planos da manifestação. (Tratado sobre o Fogo Cósmico)18. O LOTO EGOICO 1. Vimos que no terceiro nível do plano mental se encontra o loto egoico. Portanto, o estudante deveria imaginá-lo da seguinte maneira: Oculto no próprio centro do coração do loto há um ponto brilhante de fogo elétrico de um tom branco azulado (a joia no lótus), circundado e completamente oculto por três pétalas hermeticamente fechadas. Em torno deste núcleo central ou chama interna, estão dispostas as nove pétalas em círculos de três pétalas cada um, formando no total três círculos. Essas pétalas, assim como as três centrais, são formadas pela substância dos anjos solares, substância que não somente é senciente, como a que compõe as formas dos três mundos e os corpos lunares, como também têm uma qualidade adicional de “euísmo” ou autoconsciência, que permite à unidade espiritual situada no centro adquirir, por seu intermédio, conhecimento, percepção e autorrealização. As nove pétalas têm uma cor predominantemente alaranjada, embora as outras seis cores existam como secundárias em tons distintos. As três pétalas internas são de cor amarelo limão. Na base das pétalas do lótus estão os três pontos de luz que marcam o lugar dos átomos permanentes, o meio de comunicação entre os Anjos Solares e os pitris lunares. O Ego, por intermédio destes átomos permanentes, de acordo com o seu grau de evolução, pode construir seus corpos lunares, adquirir experiência e conhecimento nos três planos inferiores e se tornar consciente. Em uma volta mais elevada da espiral, a mônada, por intermédio das pétalas egoicas e com a ajuda dos Anjos Solares, adquire conhecimento e se torna analogamente consciente em níveis mais excelsos.

A luz interna que se encontra nos átomos permanentes tem um tênue fulgor vermelho; portanto, temos os três fogos manifestando-se no corpo causal – fogo elétrico no centro, fogo solar circundando-o como a chama circunda o núcleo central ou essência na chama de uma vela e fogo por fricção, que se assemelha ao pavio avermelhado que se encontra na base da chama superior.

Estes três tipos de fogo no plano mental – que se unem e se unificam no corpo egoico – com o tempo produzem irradiação ou calor que flui por todas as partes do lótus, produzindo a forma esferoidal que é observada pelos investigadores. Quanto mais evoluído for o Ego e mais abertas estiverem as pétalas, maior será a beleza da esfera circundante e mais imaculadas as suas cores.

Nas primeiras etapas após a individualização, o corpo egoico tem a aparência de um broto. O fogo elétrico do centro não é aparente e as nove pétalas estão fechadas sobre as três internas; a cor alaranjada tem um aspecto apagado e os três pontos de luz na base são somente pontos e nada mais; também não se percebe o triângulo que, mais tarde, se vê conectando tais pontos. A esfera circundante é incolor e só é observada como vibrações ondulantes (como as ondas no ar ou no éter) mal chegando além da linha de pétalas.

No momento em que se toma a terceira iniciação, ocorre uma transformação maravilhosa. A esfera externa, de amplo raio, fulgura com as cores do arco-íris; as correntes de energia elétrica que circulam nela são tão poderosas que escapam para fora da periferia do círculo, assemelhando-se a raios de Sol. As nove pétalas ficam totalmente abertas, formando um gracioso engaste para a joia central, e seu matiz alaranjado é agora de primorosa translucidez, salpicado de muitas cores, predominando a do raio egoico. O triângulo que se acha na base é vívido e faiscante e os três pontos são pequenos fogos fulgurantes, aparecendo ante a vista do clarividente como sétuplos verticilos de luz, que fazem circular a luz entre os pontos de um triângulo que se move rapidamente.

No momento de tomar a quarta iniciação, a atividade deste triângulo é tão grande que ele se parece com uma roda girando rapidamente. Tem um aspecto quadridimensional. As três pétalas no centro estão se abrindo, revelando a “joia radiante”. Nesta iniciação, pela ação do Hierofante que maneja o Cetro de Poder elétrico, os três fogos são estimulados repentinamente pela descida de força elétrica ou positiva, desde a mônada e, em resposta, seu fulgor produz a fusão que destrói toda a esfera, desintegra toda a aparência de forma e estabelece um momento de equilíbrio ou suspensão, no qual os “elementos são consumidos pelo calor ardente”. Então se conhece o momento de radiação mais intensa. Em seguida – pela entoação de determinada Palavra de Poder – os grandes Anjos Solares absorvem em si mesmos o fogo solar, produzindo assim a desintegração final da forma e, por fim, a vida se separa da forma; o fogo da matéria retorna ao depósito geral, e os átomos permanentes e o corpo causal deixam de existir. O fogo elétrico central se centraliza em atma-budi. O Pensador ou a entidade espiritual se libera dos três mundos, atuando conscientemente no plano búdico. Entre essas duas etapas, de inércia passiva (embora autoconsciente) e de atividade radiante que produz um equilíbrio de forças, há uma longa série de vidas. (Tratado sobre o Fogo Cósmico) 2. Não é possível dar aos estudantes uma ideia adequada da beleza do loto egoico quando alcança a etapa de completo desenvolvimento. Não me refiro aqui ao resplendor da cor, mas ao brilho dos fogos e à rápida cintilação do movimento incessante de correntes e pontos de energia. Cada pétala pulsa em fulgurantes “pontos” de fogo, e cada fileira de pétalas vibra com vida, enquanto que no centro fulgura a Joia, irradiando correntes de energia do centro para a periferia do círculo externo.

Inscrever-se
Notificar de
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários