A ênfase na importância da meditação é consequência natural quando o estudante compreende a absoluta necessidade de que o Ego domine a personalidade.
Na época presente, o homem está envolvido em muitas ocupações e, por força das circunstâncias, está inteiramente polarizado no eu inferior, seja no corpo emocional ou no corpo mental. Gostaria de ressaltar um ponto de interesse: enquanto a polarização for puramente física ou emocional, a necessidade de meditar não será reconhecida. Ainda que o corpo mental esteja ativo, a necessidade de meditar não eclode até que o homem tenha passado por muitas mudanças e muitas vidas; tenha provado da taça do prazer e da dor no transcurso de inúmeras encarnações, tenha sondado as profundezas da vida vivida inteiramente para o eu inferior e a considerado insatisfatória. Começa então a dirigir o pensamento para outras coisas, a aspirar pelo desconhecido, a compreender e a perceber dentro de si os pares de opostos e a fazer contato, em sua consciência, com possibilidades e ideais jamais sonhados. Chega assim a um ponto em que desfruta de sucesso, popularidade e diversos dons, mas deles não extrai nenhuma satisfação; persiste no homem aquela pressão, até que a dor se torna tão aguda que o desejo de exteriorizar-se e elevar-se para chegar a alguém ou a algo que esteja mais além supera todos os obstáculos. O homem começa a se dirigir para dentro de si e a buscar a fonte de sua origem. Começa a meditar, a refletir e a intensificar a vibração, até que, com o passar do tempo, colhe os frutos da meditação.
A meditação habilita o homem a estabelecer contato com o Ego e a alinhar os três corpos inferiores.
A meditação coloca o homem em uma atitude de equilíbrio, nem completamente receptivo e negativo, nem completamente positivo, mas em um ponto de equilíbrio. Desta maneira o Ego, e mais tarde o Mestre, têm a oportunidade de romper o equilíbrio e de sintonizar a aquietada vibração com uma nota mais elevada que antes, de fazer com que a consciência vibre em um ritmo novo e superior e a girar (se posso expressar assim) para a periferia do tríplice Espírito. Com a prática constante, o ponto de equilíbrio vai se deslocando e se elevando gradualmente e cada vez mais, até chegar o momento em que o ponto de atração inferior, no deslocamento e no ajuste, deixa de ser o físico, não toca o emocional, não faz contato com o mental (até o corpo causal escapa) e o homem, a partir de então, fica polarizado na consciência espiritual. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 2. Na fase inicial e sem experiência, tendo atingido o estágio mais elevado que a natureza inferior é capaz de oferecer, o homem começa a meditar. As primeiras tentativas são desordenadas, e às vezes transcorrem várias encarnações em que o Eu Superior força o homem a pensar e a meditar seriamente apenas em intervalos raros e esparsos. As ocasiões de recolhimento em si mesmo ocorrem com mais frequência, até que, em várias vidas, o homem se dedica à meditação e à aspiração místicas, consagrando finalmente toda uma vida a elas, o que assinala o auge da aspiração emocional por meio do corpo mental, independentemente da aplicação científica da Lei. Estas leis regem a verdadeira meditação ocultista.
Todos que trabalham definidamente sob a direção de um dos Mestres passaram por duas vidas culminantes: uma vida de apoteose mundana e uma vida da mais intensa meditação na linha mística ou emocional-intuitiva. Os homens vinculados com o Mestre Jesus e Seus discípulos experimentaram referida vida meditativa em um mosteiro ou convento da Europa Central, e os discípulos do Mestre M. ou do Mestre K. H. na Índia, no Tibete ou na China.
Para todos vocês está chegando agora a série mais importante de vidas, das quais as culminações anteriores foram pontos de partida. Aqueles que se encontram no Caminho chegarão à conquista final ao longo das vidas imediatamente à frente, por meio de uma meditação ocultista ordenada e baseada na lei.
Alguns alcançarão seu objetivo na vida atual ou na próxima; outros, muito em breve, em outras vidas. Uns poucos obterão a culminação do método místico que será a base do futuro método ocultista ou mental.
(Cartas sobre Meditação Ocultista) 3. Do aspirante se espera que desenvolva a faculdade de pensar de maneira abstrata ou o poder de fazer contato com a mente superior, via corpo causal. Deve aprender a fazer contato com a mente inferior simplesmente como um instrumento para chegar à superior e, assim, transcendê-la até polarizar-se no corpo causal. Depois, por meio do corpo causal, se vinculará com os níveis abstratos. Enquanto não realizar isto, será impossível para ele estabelecer, de fato, contato com o Mestre, pois, como já foi dito, o estudante deve se elevar do seu mundo (o inferior) para o mundo do Mestre (o superior).
Ambas as coisas – o poder de chegar ao Mestre e ao Seu grupo, e o poder de se polarizar no corpo causal e chegar aos níveis abstratos – são definidamente resultados da meditação…pela persistente meditação e pela faculdade de uma aplicação unidirecionada ao dever imediato (que, afinal, é fruto da meditação praticada na vida diária) advirá a crescente faculdade de reter firmemente a vibração mais elevada. Reitero esta verdade, aparentemente simples, de que apenas a similaridade de vibração atrairá o homem ao grupo superior a que possa pertencer, ao Mestre que representa para ele o Senhor de seu Raio, ao Instrutor do Mundo que lhe administrará os mistérios, ao Iniciador Uno que efetuará a liberação final e ao Centro do Homem Celestial em Cujo corpo o aspirante encontra lugar… O trabalho do probacionário é harmonizar sua vibração com a do Mestre, purificar seus três corpos inferiores para que não apresentem obstáculo a tal contato, e controlar sua mente inferior de tal maneira que deixe de ser uma barreira para a descida da luz oriunda do Espírito tríplice. Assim pode fazer contato com essa Tríade e com o grupo no subplano do mental superior, ao qual pertence, por direito e carma. Tudo isto se alcança pela meditação, e não há outro meio para atingir tais objetivos. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 4. Os estudantes de meditação se surpreenderiam ou talvez se desencorajariam se soubessem como são raras as vezes, durante a meditação, em que proporcionam as condições corretas que permitem ao Instrutor, que observa, impulsionar certos efeitos. A frequência com que a capacidade do estudante permite fazer isto é indicação do seu progresso e da possibilidade de levá-lo a uma outra etapa. No ensinamento é preciso enfatizar este ponto, pois contém um incentivo para maior dedicação e aplicação. Se o discípulo, de seu lado, não proporciona as condições convenientes, as mãos do Mestre ficam atadas e pouco pode Ele fazer. O autoesforço é a chave para o progresso, em conjunto com a aplicação consciente e compreensiva do trabalho designado. Quando o esforço é feito com perseverança, o Mestre tem a oportunidade de realizar a parte que lhe cabe no trabalho. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 5. A meditação é uma técnica da mente que oportunamente produz uma relação correta, ininterrupta; isto é outro nome para alinhamento. É, portanto, o estabelecimento de um canal direto, não apenas entre a fonte única, a mônada e sua expressão, a personalidade purificada e controlada, como também entre os sete centros do veículo etérico humano. (Cura Esotérica) (b) Perigo de Atrofia Algumas naturezas ficam tão polarizadas no plano mental que correm o risco de romper a conexão com os dois veículos inferiores. Tais corpos inferiores existem para fins de contato, para aquisição de conhecimento nos planos inferiores e por razões de experiência, a fim de enriquecer o conteúdo do corpo causal. Portanto, ficará evidente para vocês que, se a consciência interna não desce mais do que ao plano mental e descuida do corpo emocional e do físico denso, duas coisas ocorrerão: os veículos inferiores ficarão negligenciados e inúteis, e deixarão de cumprir seu propósito, atrofiando-se e morrendo do ponto de vista do Ego, enquanto que o corpo causal não será construído como pretendido e, portanto, haverá perda de tempo. O corpo mental também será inutilizado e se tornará um objeto de conteúdo egoísta, sem utilidade para o mundo e de valor menor. Um sonhador cujos sonhos nunca se materializam, um construtor que armazena material que nunca utiliza, um visionário cujas visões são inúteis para deuses e homens, são uma obstrução no sistema universal. Está em grande perigo de atrofiamento.A meditação deve ter o efeito de induzir os três corpos ao controle mais completo do Ego, de conduzir à coordenação e ao alinhamento e de levar ao desenvolvimento integralizado e simétrico, resultando em um homem de real utilidade para os Grandes Seres. Quando um homem se dá conta de que talvez esteja demasiado centrado no plano mental, ele deve procurar, com toda determinação, que suas experiências mentais, aspirações e esforços, sejam realidades no plano físico, submetendo os dois veículos inferiores ao controle do mental, convertendo-os em instrumentos de suas criações e atividades mentais.
(Cartas sobre Meditação Ocultista) (c) A Meditação Determinada pelo Raio Egoico O raio no qual se encontra o corpo causal do homem, o raio egoico, deveria determinar o tipo de meditação. Cada raio requer um método de abordagem diferente, porque a finalidade de toda meditação é a união com o divino. Nesta etapa é a união com a Tríade espiritual, que tem seu reflexo inferior no plano mental. Permitam-me ilustrar brevemente:
Quando o raio egoico é o denominado Raio de Poder, o método de abordagem deve ser a aplicação da vontade de maneira dinâmica aos veículos inferiores; é o que chamamos, essencialmente, de realização por meio de um intenso enfoque; um potente autodirecionamento, que inibe todos os obstáculos e, literalmente, força um canal, desta maneira dirigindo-se para a Tríade.
Quando o raio egoico é o segundo, o Raio de Amor-Sabedoria, a via de menor resistência situa-se ao longo da linha de expansão, de inclusão gradual. Não é tanto um impulso para a frente, mas a gradual expansão a partir de um centro interno, para incluir o círculo próximo, o ambiente, as almas afins e os grupos de estudantes afiliados sob a guia de algum Mestre, até que todos estejam incluídos na consciência.
Levada à culminação, esta expansão resulta na desintegração final do corpo causal, na quarta iniciação. No primeiro caso – realização através do Raio de Poder – o impulso para a frente e para cima tem um resultado similar; o canal aberto dá passagem à afluência descendente da força ou fogo do espírito e o corpo causal é igualmente destruído no devido tempo.
Quando o raio egoico é o terceiro, ou o Raio de Atividade-Adaptabilidade, o método é um tanto diferente. Não é tanto o impulso para a frente nem é tanto a expansão gradual, mas a adaptação sistemática de todo o conhecimento e de todos os meios para alcançar a meta percebida. Na realidade, é o processo de utilizar os muitos para o uso de um; é mais a agregação do material e das qualidades necessários para ajudar o mundo, e a acumulação de informações por meio do amor e da discriminação que, oportunamente, provocam a desintegração do corpo causal. Nestes “Raios de Aspecto” ou de expressão divina, se posso denominá-los assim, a desintegração é ocasionada, no primeiro caso, pela dilatação do canal, devido à força impulsiva da vontade; no segundo caso, pela expansão do ovo áurico inferior, o corpo causal, devido à inclusividade do Raio sintético de Amor e Sabedoria e, no terceiro caso, pela ruptura da periferia do corpo causal, devido à faculdade acumulativa e à absorção sistemática do Raio de Adaptabilidade.
Estes três métodos diferentes dão o mesmo resultado, pois são fundamentalmente formas do único e grande método aplicado na evolução do amor ou sabedoria – a meta do esforço do atual sistema solar.
Temos assim a vontade impulsionando o homem para a perfeição, mediante a realização do Superior, o que resulta em um potente serviço por meio do amor em ação.
Temos o aspecto sabedoria ou amor impulsionando o homem para a perfeição, mediante a utilização de sua unicidade com tudo que respira, o que resulta em serviço amoroso por meio do amor em ação.
Temos o aspecto atividade, impulsionando o homem para a perfeição, mediante a utilização de tudo que está a serviço do homem; primeiro, pela utilização de tudo para si mesmo; depois, de maneira gradual, pela utilização de tudo para a família, de tudo para aqueles que ama em nível pessoal, de tudo para os que o rodeiam e assim sucessivamente, até que tudo é utilizado em serviço à humanidade. (Cartas sobre Meditação Ocultista) (d) O Eu é Fogo 1. O fogo cósmico é o antecedente estrutural da nossa evolução; a meta da evolução da nossa vida tríplice é o fogo do plano mental, seu controle interno e predominância, seus recursos de purificação, ao lado dos seus efeitos de refinamento. Quando o fogo interno do plano mental e o fogo latente dos veículos inferiores são absorvidos no fogo sagrado da Tríade, o trabalho está concluído e o homem é um Adepto.
Efetuou-se a unificação e concluiu-se o trabalho de éons. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 2. O homem que empreende a prática da meditação ocultista textualmente “brinca com fogo”.
Gostaria que levassem muito em conta esta afirmação, porque encerra uma verdade que poucos compreendem. “Brincar com fogo” é um dito popular muito antigo, que perdeu o significado devido à constante repetição; no entanto, é absoluta e completamente exato, não um ensinamento simbólico, mas a afirmação de um fato. O fogo é a base de tudo – o Eu é fogo, o intelecto é uma fase do fogo, e latente nos veículos físicos microcósmicos se encontra oculto um verdadeiro fogo, que tanto pode ser uma força destruidora, consumindo os tecidos do corpo e estimulando os centros em uma condição indesejável, como um fator vivificante, atuando como agente que estimula e desperta. Quando direcionado para certos canais preparados, pode atuar como purificador e como grande vinculador entre o eu inferior e o Eu Superior.
Na meditação, o estudante procura estabelecer contato com a chama divina, seu Eu Superior, e se colocar em harmonia com o fogo do plano mental. Quando a meditação é forçada ou praticada muito violentamente, sem antes se efetuar o alinhamento entre os corpos superior e inferior, via o emocional, este fogo pode atuar sobre o fogo latente na base da coluna vertebral (denominado kundalini), e fazê-lo circular prematuramente.
Isto causaria desorganização e destruição em vez de vivificação e estímulo dos centros superiores. (Cartas sobre Meditação Ocultista)60. O EGO E AS INICIAÇÕES 1. É o homem, como alma, em plena consciência vigílica, que toma a iniciação. Daí a ênfase no contato com a alma quando o homem entra no Caminho de Provação e passa pelas primeiras etapas do discipulado. Isto faz com que mais tarde a ênfase recaia na necessidade de duas atividades maiores – para que o homem possa tomar as iniciações superiores:
a. No alinhamento.
b. Na construção científica do antahkarana. (Discipulado na Nova Era, Volume II) 2. No caminho da Iniciação, a vontade monádica (sendo seu reflexo a vontade egoica e sua distorção a vontade própria individual) é transmitida por intermédio do antahkarana, gradual e diretamente ao homem no plano físico. Produz a analogia superior das qualidades de que o esoterista bem treinado, embora obtuso, tanto fala: transmutação e transformação. O resultado é assimilação da vontade egoica individual no propósito da mônada, que é o propósito – indesviável e inalterável – d’Aquele em quem vivemos, nos movemos e temos o nosso ser. (Os Raios e as Iniciações) 3. Se observarem as suas atitudes e ações atuais, descobrirão que estão centradas principalmente (poderia acrescentar, quase que necessariamente) em torno de vocês, seus próprios reconhecimentos, as próprias captações da verdade e o próprio progresso no Caminho. Mas – à medida que vão alcançado um estado iniciático – o autointeresse declina, até desaparecer e, como diz uma antiga frase. “só Deus permanece”; só permanece a consciência que é AQUELE, que é beleza, benignidade e verdade, que não é forma, mas qualidade, aquilo que está por trás da forma e indica qual é o destino, a alma, o lugar e o estado.
Reflitam sobre estas palavras, pois transmitem onde, mais tarde (à medida que transcorre a evolução) vocês assentarão a ênfase. (Os Raios e as Iniciações) 4. A alma – pela própria natureza – é consciente do grupo e não tem ambições ou interesses individuais nem está de maneira alguma interessada nas metas da personalidade. A alma é o iniciado. A iniciação é um processo pelo qual o homem espiritual que mora na personalidade se torna consciente de si mesmo como alma, com os poderes, relações e propósitos da alma. No momento em que um homem compreende isto, ainda que em pequena medida, é do grupo que se torna consciente. (Os Raios e as Iniciações) (a) A Expansão da Consciência e a Iniciação 1. O grande momento em que o homem saiu do reino animal para entrar no reino humano, que muitos livros didáticos de esoterismo denominam de “momento da individualização”, foi, na realidade, uma das maiores de todas as iniciações. A individualização é a captação consciente pelo Eu de sua relação com tudo que constitui o não-eu e, neste grande processo iniciático, como em todos os posteriores, o despertar da consciência é precedido por um período de desenvolvimento gradual; o despertar é instantâneo no momento em que se produz a autorrealização pela primeira vez e é sempre seguido de outro período de gradual evolução, período que, por sua vez, leva a uma crise ulterior denominada Iniciação. No primeiro caso, temos a iniciação para a existência autoconsciente, no outro, iniciação para a existência espiritual.
Estas tomadas de consciência ou expansões de consciência são regidas por uma lei natural, e toda alma, sem exceção, as experimenta no seu devido tempo. Em menor grau, são experimentadas diariamente por todo ser humano, à medida que aumenta gradualmente sua compreensão mental e experiência da vida, mas só se tornam iniciações para a sabedoria (diferentes das expansões de conhecimento) quando o conhecimento adquirido foi:
a.
b.
c.
d.procurado conscientemente; aplicado à vida em espírito de sacrifício; usado voluntariamente em serviço aos demais; usado inteligentemente em prol da evolução.Somente as almas com certo grau de experiência e desenvolvimento realizam estas quatro condições com perseverança e firmeza, dessa maneira transmutando o conhecimento em sabedoria e a experiência em qualidade. O homem comum transmuta a ignorância em conhecimento e a experiência em faculdade. Seria útil que todos nós refletíssemos sobre a diferença entre qualidade inerente e faculdade inata; uma é a própria natureza de budi ou sabedoria e, a outra, de manas ou mente. A união das duas, por meio do esforço consciente do homem, resulta em uma iniciação maior.
Estes resultados são promovidos de duas maneiras:
Primeiro, pelo próprio esforço do homem que o leva, em seu devido tempo, a descobrir seu centro de consciência, a ser guiado e conduzido inteiramente pelo regente interno ou Ego, e a desvendar, por meio de um intenso esforço e penosas tentativas, o mistério do universo, oculto na substância material energizada por Fohat. Segundo, pelo esforço do homem, sustentado pela cooperação amorosa e inteligente dos Conhecedores da raça, os Mestres de Sabedoria. Neste caso, o processo é mais rápido, pois o homem recebe instruções – se assim for seu desejo – e, em consequência, quando, por sua vez, tiver proporcionado as condições corretas, o conhecimento e a ajuda dos que alcançaram a meta são colocados à sua disposição.
Para se beneficiar desta ajuda, o homem precisa trabalhar com o material do seu próprio corpo, construindo o material certo em uma forma ordenada e, portanto, deve aprender a discriminar ao selecionar a matéria e também a compreender as leis de vibração e de construção.
Além disso, tem que abastecer o seu corpo mental de maneira que ele possa ser um intérprete e transmissor, e não um fator impeditivo como é agora. Da mesma maneira, tem que desenvolver uma atividade grupal e aprender a trabalhar coordenadamente com outros indivíduos. São essas as principais coisas que o homem tem que cumprir no caminho da iniciação e, tendo trabalhado nelas, encontrará o caminho, que ficará claro para ele e poderá então tomar posição entre os Conhecedores. (Iniciação Humana e Solar) 2. A iniciação não só intensifica e aprofunda a qualidade da alma; não só habilita a personalidade a expressar os poderes da alma, dessa maneira acentuando e extraindo o melhor que há no discípulo e no serviço que presta, como também põe progressivamente à sua disposição forças e energias das quais não tinha conhecimento algum e que aprenderá a usar como iniciado de certo grau no Caminho Iluminado. A iniciação lhe revelará mundos de ser até então insuspeitados e desconhecidos, com os quais deve aprender a colaborar, e o integrará mais definidamente na “área iluminada” da nossa vida planetária, trazendo nova revelação e visão, mas tornando mais escura a área não iluminada. (Discipulado na Nova Era, Volume II) 3. A iniciação não é um procedimento cerimonial, nem uma honraria concedida a um aspirante bemsucedido; também não é uma penetração nos Mistérios, é simplesmente resultado de experienciar uma “vivência” nos três mundos de consciência (físico, emocional e mental) e – por meio dessa vivência – tornar atuantes as células que registram e gravam na substância cerebral, as quais, até então, não eram susceptíveis às impressões superiores. Com esta região de registro expandida ou, se preferirem, com o desenvolvimento de um instrumento de gravação, ou mecanismo de resposta mais refinado, a mente fica apta a se tornar transmissora dos valores superiores e do entendimento espiritual. Assim, o indivíduo se torna consciente de regiões de existência divina e estados de consciência que estão sempre eternamente presentes, mas que o homem individual era inerentemente incapaz de fazer contato ou de registrar; nem a mente nem seu agente de gravação, o cérebro, estavam aptos para isso, do ângulo de seu desenvolvimento evolutivo.
Quando o farol da mente começa a penetrar lentamente nos aspectos até então não reconhecidos da mente divina, quando as qualidades magnéticas do coração vão despertando e se tornando responsivas, em níveis sensíveis, a ambos os aspectos, o homem torna-se apto a atuar nos novos reinos de luz, amor e serviço, em revelação. É um iniciado. (O Reaparecimento do Cristo) 4. A iniciação é essencialmente se desembaraçar dos antigos controles e passar para o controle de valores mais espirituais e cada vez mais elevados. É também uma expansão de consciência que leva a um crescente reconhecimento das realidades internas. É também o reconhecimento de um renovado senso da necessidade de mudança e de sábia direção destas necessárias mudanças, para que possa haver um progresso real; a consciência se expande e se torna mais generosa e divinamente includente, e há um controle novo e mais potente por parte da alma, à medida que assume cada vez mais a direção da vida do indivíduo, de uma nação e do mundo. (A Exteriorização da Hierarquia) 5. O que é a Iniciação? A iniciação pode ser definida de duas maneiras. É antes de tudo a entrada em um mundo novo e de dimensões mais amplas pela expansão da consciência do homem, de maneira que ele possa incluir e abranger o que agora exclui, e do que normalmente se separa em seus pensamentos e atos. Em segundo lugar, é a entrada no homem das energias características da alma e apenas da alma – as forças do amor inteligente e da vontade espiritual. (Psicologia Esotérica, Volume II) (b) A Primeira Iniciação 1. Na primeira iniciação, o Ego deve ter controlado em grande medida o corpo físico e vencido “os pecados da carne”, como coloca a fraseologia cristã. Não devem prevalecer a gula, o alcoolismo, a licenciosidade, nem a satisfação das exigências do elemental físico; portanto, o controle deve ser total e a tentação vencida. Será mantida uma atitude geral de obediência ao Ego e a disposição de obedecer deve ser muito forte. O canal entre o superior e o inferior se expande, e a carne obedece praticamente de maneira automática. (Iniciação Humana e Solar) 2. Muitos milhares de pessoas no mundo atual tomaram a primeira iniciação e se encaminham para a vida espiritual e o serviço a seus semelhantes; contudo, suas vidas com frequência deixam muito a desejar e evidentemente a alma não exerce controle constante; ainda estão travando uma grande batalha para obter a purificação nos três níveis. As vidas destes iniciados não são de todo perfeitas e sua inexperiência é muito grande, e neste ciclo particular está se iniciando uma tentativa para alcançar a fusão com a alma. (Os Raios e as Iniciações) (c) A Segunda Iniciação 1. A segunda iniciação constitui a crise do controle do corpo astral. Assim como na primeira iniciação se demonstra o controle do corpo físico denso, na segunda, de maneira semelhante, demonstra-se o controle do astral. O sacrifício e a morte do desejo terá sido a meta do esforço. O Ego dominou o desejo, e só se ambiciona o que é para o bem do todo, na linha da vontade do Ego e do Mestre. O elemental astral é controlado, o corpo emocional se torna puro e límpido, e a natureza inferior vai rapidamente desaparecendo. Nesta oportunidade, o Ego retém com firmeza os dois veículos inferiores e os submete à sua vontade. A aspiração e o anseio de servir, amar e progredir tornam-se tão intensos que, em geral, observa-se um desenvolvimento muito rápido. Isto explica o fato de que esta iniciação e a terceira muitas vezes (mas não invariavelmente) se sucedem em uma mesma vida. Neste período da história do mundo foi dado tal estímulo à evolução, que as almas aspirantes – ao sentir a desesperadora e evidente necessidade da humanidade – estão sacrificando tudo para atender à necessidade.