As demandas esotéricas e subjetivas para obter reconhecimento estragam aquilo que seria um serviço fecundo. Qualquer ênfase sobre a personalidade pode desfigurar facilmente a luz pura da alma, à medida que procura fluir para o eu inferior. Todo esforço para chamar a atenção para a missão ou tarefa que a personalidade tenha assumido desvirtua essa missão e restringe o homem em sua tarefa; isso leva a diferir o cumprimento até o momento em que o discípulo seja apenas um canal pelo qual o amor possa fluir e a luz brilhar. Esta afluência e brilho devem ser acontecimentos espontâneos, destituídos de toda referência à própria pessoa. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 5. Somente quando o discípulo aprende a manter a mente “firme na luz”, quando os raios da luz pura irradiam da alma, o espelhismo poderá ser descoberto, percebido e reconhecido pelo que essencialmente é, fazendo-o desaparecer da mesma forma como as névoas da Terra se dissolvem ante os raios do Sol nascente. Portanto, aconselho-os a prestar mais atenção à meditação, cultivando sempre a capacidade de refletir e de assumir a atitude de reflexão – mantendo-a firmemente durante todo o dia.
(Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 6. A alma dispersa a ilusão empregando a faculdade da intuição. A mente iluminada dissipa o espelhismo. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 7. Os veículos através dos quais a alma está buscando experiência e expressão são normal e naturalmente sujeitos aos espelhismos mundiais e aos espelhismos e à ilusão da humanidade. O fato de que a alma, nas primeiras etapas da experiência, seja dominada por maya, pelo espelhismo e, a certa altura, pela ilusão, deve-se a que a alma se identifica com essas formas e, portanto, com o espelhismo circundante, não conseguindo se identificar consigo mesma. À medida que a evolução prossegue, a natureza do problema torna-se evidente para a alma em encarnação, iniciando-se então um processo pelo qual a alma se libera das consequências da identificação errada. Toda alma encarnada que consegue liberar sua consciência do mundo da ilusão e do espelhismo está certamente servido à raça e ajudando a liberar a humanidade do seu antigo e potente cativeiro. (Espelhismo (Glamour): um Problema Mundial) 8. A única luz capaz de dissipar as brumas do espelhismo e evitar seus efeitos nocivos na vida é a da alma que, como foco de luz pura e dissipadora, possui a curiosa e singular qualidade de revelar, dissipar imediatamente e iluminar. A revelação concedida, diferente daquela da intuição, revela o que o espelhismo vela e oculta, sendo uma revelação peculiar do plano astral e condicionada por suas leis. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 9. O Problema da Ilusão reside no fato de que é uma atividade da alma e resultado do aspecto mental de todas as almas em manifestação. É a alma que está imersa na ilusão e é a alma que não consegue ver com clareza até o momento em que tenha aprendido a lançar sua luz através da mente e do cérebro.
(Psicologia Esotérica Volume II).54. OS PARES DE OPOSTOS 1. Muitos discípulos tiveram que aprender a avançar apesar da atividade dos pares de opostos, sem prestar atenção às reações dos sentidos, permanecendo livres e sem se preocupar se a experiência pela qual estavam passando era muito importante ou de satisfação espiritual, ou se era algo que acontecia em um “nível morto” onde nada traz satisfação e só existem dor, medo e suspense. Deve-se aprender a avançar firmemente entre os pares de opostos, dizendo a si mesmo: eu não sou isto; eu não sou aquilo; eu sou eternamente o Eu. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 2. A constituição do Ego ou Alma é o fator de suma importância para o Mestre na tarefa de treinar o discípulo para o trabalho hierárquico, o que necessariamente envolve os três centros superiores (cabeça, coração e garganta). O interesse do Mestre está no loto egoico, ponto que o discípulo tende a esquecer. A alma cuida de sua própria vida; os detalhes da vida da personalidade (sua expressão inadequada ou sombra nos três mundos) não fazem nenhum impacto sobre a consciência da alma. À medida que a veemência da expressão da vida da personalidade aumenta, a alma, que vinha sendo a recebedora do melhor que a personalidade, em sua aspiração tinha a oferecer e que lentamente dirigia a atenção para a mente da personalidade, torna-se também consciente de um fator antagônico à verdadeira expressão da alma na periferia externa da vida. Começa então a batalha dos pares de opostos superiores – a batalha entre alma e personalidade, conscientemente travada por ambas as partes. É este o ponto a ter em mente. O conflito culmina, antes das três primeiras iniciações, no confronto dos dois oponentes: o Morador do Umbral (da iniciação, meu irmão) e o Anjo da Presença ficam frente a frente. (Discipulado na Nova Era, Volume I)55. O MORADOR DO UMBRAL 1. Surge em sua mente a pergunta: Como posso vencer este Morador do Umbral sem me concentrar ao mesmo tempo em mim e em meus problemas? O senhor me diz que não devo fazer isso e, no entanto, o Morador é o somatório de todos os apegos e defeitos, todas as potencialidades da personalidade – mentais, emocionais e físicas – que limitam minha expressão como alma. Portanto, o que posso fazer?” Minha resposta seria: Primeiro, deve aceitar a realidade do Morador, e depois relegá-lo ao lugar que lhe corresponde como parte da Grande Ilusão, a grande fantasmagoria da existência, e como parte integrante da vida nos três mundos. Então empreenda o serviço que planejou para sua vida (tem algum plano ou planos definidos, meu irmão?) e atue como se o Morador não existisse, liberando-se a seu devido tempo de toda influência da personalidade, deixando que sua mente fique livre para a tarefa que tem em mãos. Talvez pudesse colocar de outra maneira. Quando o seu interesse pelo trabalho hierárquico e pelo programa do Ashram ao qual está vinculado for adequadamente forte, ele então predominará sobre todas as suas ações, pensamentos (esteja desperto ou adormecido) e descobrirá que o poder do Morador se rompe e que sua vida foi destruída pela força do desgaste e que sua forma foi destruída pelos fogos do sacrifício. Tal é a história, em poucas palavras. (Discipulado na Nova Era, Volume II) 2. Com frequência se considera o Morador do Umbral como um desastre, um horror a ser evitado e um mal final e culminante. Entretanto, lembraria que o Morador é “o que está ante o portal de Deus”, que mora na sombra do portal da iniciação e enfrenta o Anjo da Presença com os olhos abertos, como diz a antiga escritura. O Morador pode ser definido como o somatório das forças da natureza inferior, segundo se expressam na personalidade, antes da iluminação, da inspiração e da iniciação. A personalidade, nesta etapa, é muito potente e o Morador personifica todas as forças psíquicas e mentais que, no transcurso das eras, o homem desenvolveu e nutriu com cuidado. Pode ser considerado como a potência da tríplice forma material antes de se consagrar e se dedicar à vida da alma e ao serviço à Hierarquia, a Deus e à humanidade.
O Morador do Umbral é tudo o que um homem é, separado de seu Eu espiritual superior; é o terceiro aspecto da divindade, segundo se expressa por meio do mecanismo humano. Este terceiro aspecto, com o tempo, deve ficar subordinado ao segundo aspecto, a alma. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial), (Psicologia Esotérica Volume II) 3. Gostaria de me estender sobre a natureza do Morador em um ou dois pontos e lhes fazer novas sugestões que – por razões de clareza e para uma compreensão mais rápida – esquematizaremos da seguinte maneira:
1.O Morador do Umbral é essencialmente a personalidade; é uma unidade integrada, composta de forças físicas, energia vital, forças astrais e energias mentais, sendo o somatório da natureza inferior.2.O Morador toma forma quando o homem reorienta conscientemente sua vida, sob a impressão da alma; toda a personalidade é então teoricamente direcionada à liberação pelo serviço. O problema é converter a teoria e os fatos da aspiração em experiência.3.Durante um tempo muito longo, as forças da personalidade não estabelecem um Morador. O homem não está no umbral da divindade nem tem percepção consciente do Anjo, sendo suas forças incipientes. Trabalha de maneira inconsciente em seu ambiente, e aparentemente é vítima das circunstâncias e de sua própria natureza, sob a atração e o impulso do desejo pela atividade e a existência no plano físico. Porém, quando a vida do homem é regida do plano mental, mais o desejo ou ambição e é controlada, pelo menos em certa grande medida, pela influência mental, o Morador começa a tomar forma como uma força unificada.4.As etapas em que o Morador do Umbral é reconhecido, submetido a uma disciplina de discriminação e finalmente controlado e dominado, são basicamente três:a.A etapa em que a personalidade domina e rege a vida, ambições e metas do esforço da vida do homem. O Morador controla.b.A etapa em que se produz uma crescente ruptura na consciência do discípulo. O Morador ou personalidade é então impulsionado em duas direções: uma, para a busca das ambições e desejos pessoais nos três mundos; outra, onde o Morador faz o esforço (observem esta expressão) para permanecer no umbral da divindade e diante do Portal da Iniciação.c.A etapa em que o Morador busca conscientemente a colaboração da alma e, embora em si mesmo constituindo essencialmente uma barreira para o progresso espiritual, é cada vez mais influenciado pela alma do que por sua natureza inferior.5.Quando se alcança a etapa final (e hoje muitos já a estão alcançando) o discípulo luta com maior ou menor êxito para manter firme o Morador (aprendendo a “manter a mente firme na luz”, assim controlando a natureza inferior). Desta maneira domina de maneira gradual a fluidez constantemente cambiante do Morador, efetua-se sua orientação para a realidade, afastando-se da Grande Ilusão, e o Anjo e o Morador entram lentamente em estreita relação.
6.Nas primeiras etapas do esforço e tentativa de controle, o Morador é positivo e a alma é negativa, nos efeitos nos três mundos do esforço humano. Depois vem um período de oscilação, que leva a uma vida equilibrada, em que não predomina nenhum aspecto; depois rompe-se o equilíbrio e a personalidade vai se tornando paulatinamente negativa e a influência da alma ou psique tornase dominante e positiva. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)4. Há ciclos em que o Morador do Umbral aparece e confronta o aspirante, desafiando seus propósitos e progresso e bloqueando a porta que leva à expansão da vida e à liberação. O Morador desafia a liberdade da alma humana. O mesmo acontece na vida de uma nação, de uma raça e da humanidade como um todo.
O Anjo da Presença indica a possibilidade divina, revela ao discípulo atento o próximo passo para a liberação, e lança luz na etapa imediata do Caminho para a Luz que deve ser trilhado…
O Morador do Umbral resume em si as tendências más, as limitações acumuladas e o somatório dos hábitos e desejos egoístas, características da natureza material do discípulo. O Anjo da Presença indica a possibilidade futura e a natureza divina. O Morador do Umbral indica o passado com suas limitações e maus hábitos.
Alguns ciclos na vida de um discípulo apresentam um aspecto do “confronto” e algum outro. Em uma vida pode estar inteiramente ocupado em lutar contra o Morador do Umbral ou em se orientar para o Anjo da Presença e permitir que a divina energia condicionante flua em si mesmo; pode sucumbir à influência do temível somatório de seus desejos malignos e materiais ou aproximar-se gradualmente do Anjo. Porém – e este é o ponto de importância – é ele mesmo quem evoca uma ou outra destas manifestações.
É o apelo magnético do discípulo ou a intenção de massa da humanidade que produzem a manifestação. Em outras vidas, o discípulo pode simplesmente oscilar entre os dois polos de seu ser, sem nenhum esforço consciente, nenhum confronto direto, sem nenhuma compreensão clara do propósito da vida…
Em algum momento, porém, chega uma vida em que o discípulo é confrontado simultaneamente com o Morador e o Anjo, e ocorre o maior conflito da sua experiência. É o que está acontecendo hoje no mundo. O espiritual e o material estão em conflito e a própria humanidade é o campo de batalha.
… Quando ele chega ao desejo correto e tendo feito um verdadeiro esforço para se orientar de maneira correta, então – quando o conflito entre o bem e o mal estiver em seu ponto culminante – chega o momento em que ele pede mais luz, mais poder, mais compreensão e liberação para dar o próximo passo.
Quando for capaz de fazer este pedido com intenção inalterável e permanecer firme e sem medo, a resposta virá, inevitavelmente, da Própria Presença. Uma manifestação de luz, amor e poder fluirá. O reconhecimento da necessidade terá então motivado uma resposta. O conflito cessa; o Morador se retira para o seu próprio lugar; o Caminho à frente fica livre; o discípulo pode avançar com segurança, e uma vida melhor começa para ele. (A Exteriorização da Hierarquia)56. A ALMA E OS PODERES PSÍQUICOS Quando um homem está firmemente polarizado no plano mental, tendo realizado em certa medida o contato com a alma, está orientado totalmente para o mundo das realidades espirituais e leva uma vida de disciplina e de serviço, então às vezes, e quando necessário, pode evocar à vontade estes poderes psíquicos inferiores e usá-los no serviço ao Plano e para realizar um trabalho especial no plano astral. Porém, este é um caso em que a consciência maior inclui normalmente a menor. No entanto, isso raras vezes se faz, mesmo por adeptos, pois os poderes da alma – percepção espiritual, sensibilidade telepática e habilidade psicométrica – geralmente são adequadas para atender à demanda e necessidade. Interponho estas observações porque há homens iluminados que usam esses poderes, porém sempre na linha de determinado serviço específico para a Hierarquia e a humanidade e não para fins conectados com o indivíduo.
(Psicologia Esotérica, Volume II)57. O SUTRATMA 1. A alma domina a forma por meio do sutratma ou fio de vida e (por meio dele) vitaliza seu triplo instrumento (mental, emocional e físico) e, assim, estabelece comunicação com o cérebro. Através do cérebro, conscientemente controlado, o homem é energizado para realizar uma atividade inteligente no plano físico. (TSMB) 2. O propósito e vontade da alma, a determinação espiritual de ser e fazer, usa o fio da alma, o sutratma, a corrente de vida, como meio de se expressar na forma. Esta corrente de vida se divide em duas correntes ou fios quando chega ao corpo, e assim cada uma fica “ancorada”, se posso expressar desta maneira, em dois lugares do corpo. Isto simboliza as diferenciações entre Atma ou Espírito e seus dois reflexos; alma e corpo. A alma, ou aspecto consciência, aquilo que faz de um ser humano uma entidade racional, pensante, é “ancorada” por um aspecto deste fio-alma em uma “base” no cérebro, próxima à região da glândula pineal. O outro aspecto da vida que anima cada átomo do corpo e constitui o princípio de coerência ou integração encontra caminho para o coração onde fica enfocado ou “ancorado”. A partir destes dois pontos, o homem espiritual procura controlar o mecanismo. Assim a atuação no plano físico é possível, e a existência objetiva se converte em um modo de expressão temporário. A alma, apoiada no cérebro, faz com que o homem seja uma entidade racional inteligente, autoconsciente e autodirigida; percebe, em diversos graus, o mundo em que vive, segundo sua etapa de evolução e o consequente desenvolvimento do seu mecanismo. Este mecanismo é tríplice em expressão. Primeiro há os nadis e os sete centros de força; em seguida, o sistema nervoso em suas três divisões: cérebro-espinal, grande simpático e periférico; depois o sistema endócrino, que poderia ser considerado como o aspecto mais denso ou a exteriorização dos outros dois.
A alma, assentada no coração, é o princípio vida, o princípio de autodeterminação, o núcleo central de energia positiva, através do qual todos os átomos do corpo se mantêm em seu devido lugar e subordinados à “vontade de ser” da alma. Este princípio de vida usa a corrente sanguínea como modo de expressão e agente controlador e, pela estreita relação do sistema endócrino com a corrente sanguínea, temos unidos os dois aspectos de atividade da alma, a fim de fazer do homem uma entidade viva, consciente e atuante, regida pela alma e expressando o propósito da alma em todas as atividades do viver diário.
(TSMB) 3. Os estudantes devem aprender a distinguir entre o sutratma e o antahkarana, entre o fio da vida e o da consciência. O primeiro é a base da imortalidade e, o segundo, da continuidade. Temos aqui uma sutil distinção para o investigador. Um fio (o sutratma) vincula e vivifica todas as formas em um todo atuante, e incorpora em si a vontade e o propósito da entidade que se expressa, seja um homem, um Deus ou um cristal. O outro fio (o antahkarana) incorpora a resposta da consciência que está dentro da forma a um campo cada vez mais vasto de contatos dentro do todo circundante.
O sutratma é a corrente direta de vida, ininterrupta e imutável, que pode ser considerada simbolicamente como uma corrente direta de energia viva que flui do centro para a periferia, da fonte de origem para a expressão externa ou aparência fenomênica. É a vida. Produz o processo individual e o desenvolvimento evolutivo de todas as formas. é a corrente direta de vida, ininterrupta e imutável, que pode ser considerada simbolicamente como uma corrente direta de energia viva que flui do centro para a periferia, da fonte de origem para a expressão externa ou aparência fenomênica. É a vida. Produz o processo individual e o desenvolvimento evolutivo de todas as formas. (A Educação na Nova Era) 58. O ANTAHKARANA 1. A simbologia do antahkarana tende lamentavelmente a complicar a captação de sua real natureza.
O antahkarana não é uma série de fios de energia, tecidos lentamente pela personalidade fusionada com a alma, à qual se unem os correspondentes fios projetados pela Tríade Espiritual, na realidade é um estado de consciência…
H.P.B. ensinou que o antahkarana é principalmente o canal de energia que relaciona as formas e suas forças com suas fontes de origem, e que através do plano mental (com seus três aspectos da mente) passa necessariamente o fio da vida, vinculando a mônada, a alma e a personalidade em um todo vivo.
Tecnicamente falando, portanto, a denominada ponte não é necessária, exceto para um importante fator:
existe por parte da personalidade fusionada com a alma uma definida lacuna na consciência entre a mente inferior e a mente abstrata. A mente superior (por ser o aspecto inferior da Tríade espiritual) pode ser considerada como uma porta que permite passar a consciência da personalidade fusionada com a alma para um reino superior de contato e percepção. Como podem ver, nada há aqui além do simbolismo; não há porta, apenas um símbolo que indica um meio de acesso.
Em toda a evolução do homem espiritual através de encarnações físicas durante incontáveis centenas de vidas, o processo é simplesmente de expansão da consciência e de conquista – sequencialmente e etapa por etapa – de uma percepção cada vez mais inclusiva. É bom ter presente isto, porque oportunamente este quadro simbólico dará lugar à realidade. A tarefa – e é bem real – de construir o antahkarana e de criar o que eliminará a lacuna, é certamente o esforço planejado e consciente de projetar o pensamento enfocado do homem espiritual, do plano mental inferior às áreas de percepção que foram antevistas mas não contatadas; exige o uso de toda a percepção já desenvolvida e já “iluminada” pela alma e torná-la (com deliberação) cada vez mais sensível à atividade enfocada do mundo das realidades espirituais superiores; implica, ademais, em dirigir a corrente de pensamentos conscientes para o pressentido e teoricamente reconhecido mundo dos Mestres, da Tríade Espiritual e, finalmente, de Shamballa. Os discípulos deveriam lembrar que o Caminho da Evolução Superior é muito mais simples que o caminho inferior, e que portanto os ensinamentos sobre o significado e a significação do antahkarana – primeira criação da personalidade fusionada com a alma atuando como um ser unitário – é muito mais sensível que aquela concernente à personalidade nos três mundos da evolução humana. (Discipulado na Nova Era, Volume II) 2. O antahkarana está sendo construído pelas personalidades fusionadas com a alma (ou construído inconscientemente por todos que lutam para alcançar a orientação e estatura espirituais). Ele está se tornando rapidamente um cabo sólido, composto de muitos fios de luz viva, de consciência e de vida; estes fios são mesclados e integrados de maneira que ninguém poderá realmente dizer: “meu fio, minha ponte ou meu antahkarana”. É o que fazem muitas vezes por ignorância. Todas as personalidades fusionadas com a alma estão criando o antahkarana humano que unirá, em uma unidade indissolúvel, os três aspectos ou energias da Tríade Espiritual com os três aspectos da personalidade fusionada com a alma nos três mundos.
No futuro, a expressão “a vida nos três mundos” cairá em desuso; os homens falarão em termos de “vida nos cinco mundos do reino de Deus manifestado”. Se puderem, pensem desde já nesses termos e comecem a captar algo do significado da verdade contida nesta expressão. Na bela simbologia oriental, “A Ponte dos Suspiros”, que vincula o mundo animal com o mundo humano e conduz todos os homens ao vale de lágrimas, de dor, de disciplina e de solidão, está sendo rapidamente substituída pela radiante Ponte do ArcoÍris, construída pelos filhos dos homens que buscam a luz pura. “Eles atravessam a ponte, entram na Luz serena que os espera e trazem a luz radiante para baixo, para o mundo dos homens, revelando o novo reino da alma; as almas desaparecem e só se vê a alma.” (Discipulado na Nova Era, Volume II) 3. A clareza da visão e a captação do Plano dependem da construção consciente e inteligente do antahkarana. (Discipulado na Nova Era, Volume II)4. Quando o antahkarana estiver construído e os três superiores diretamente relacionados com os três inferiores, a alma já não será mais necessária. (Telepatia e o Veículo Etérico) 5. A Ciência do Antahkarana diz respeito ao método de eliminar a lacuna que existe na consciência do homem entre o mundo da experiência humana comum, o tríplice mundo da atuação física, emocional e mental, e os planos superiores dos chamados desenvolvimentos espirituais, o mundo das ideias, da percepção intuitiva e da compreensão e da visão interna espiritual. (A Educação na Nova Era) 6. Educação, portanto, é a Ciência do Antahkarana. Esta ciência e este termo são a maneira esotérica de expressar a veracidade da necessidade desta ponte.
O antahkarana é a ponte que o homem constrói – por meio de meditação, do entendimento e do trabalho criador mágico da alma – entre os três aspectos de sua natureza mental. Portanto, os objetivos primordiais da educação do futuro serão:
1. Estabelecer o alinhamento entre a mente e o cérebro, mediante a correta compreensão da constituição interna do homem, em especial do corpo etérico e dos centros de força.
2. Edificar ou construir uma ponte entre cérebro-mente-alma, assim produzindo uma personalidade integrada, a qual é a expressão do firme desenvolvimento da alma que mora internamente.
3. Construir a ponte entre a mente inferior, a alma e a mente superior, de maneira a possibilitar a iluminação da personalidade.
A verdadeira educação é, em consequência, a ciência que vincula as partes integrantes do homem, e também o vincula ao ambiente imediato e, em seguida, ao todo maior, no qual ele tem que desempenhar a sua parte. (Educação na Nova Era) 7. O fio da consciência (antahkarana) é resultado da união da vida com a substância…
… É o fio que se tece como resultado do aparecimento da vida na forma no plano físico. Falando novamente em termos simbólicos, seria possível dizer que o sutratma atua de cima para baixo, e é a precipitação da vida na manifestação externa. O antahkarana se tece, se desenvolve e se cria como resultado desta criação primordial, e atua de baixo para cima, do exterior para o interior, do mundo dos fenômenos exotéricos para o mundo das realidades subjetivas e dos significados.
Este “Caminho de Retorno”, ao longo do qual a raça se retira da exterioridade e começa a reconhecer e a registrar os conhecimentos internos conscientes do que não é fenomênico, já alcançou (pelo processo evolutivo) um ponto de desenvolvimento no qual alguns seres humanos podem seguir este caminho que vai da consciência física à emocional e desta à mental. Esta parte do trabalho já foi realizada em milhares de casos e o que agora se requer é facilidade e correto uso deste poder. Este fio de energia, matizado por uma reação sensível consciente, é colorido mais tarde pela consciência discriminadora da mente, o que produz aquela integração interna que, oportunamente, torna o homem um ser pensante eficiente. A princípio este fio é usado meramente para os fins egoístas do eu inferior, fortalecendo-se regularmente e se tornando mais potente à medida que o tempo vai transcorrendo, até se tornar um definido, claro e forte fio que vai diretamente da vida física externa, de um ponto dentro do cérebro, até o mecanismo interno. Este fio, porém, não se identifica com o mecanismo, mas com a consciência do homem. Por meio deste fio, o homem se torna consciente da sua vida emocional em suas inúmeras formas (observem esta fraseologia) e se torna consciente do mundo do pensamento; aprende a pensar e começa a atuar conscientemente no plano mental, no qual os pensadores da raça – em número sempre crescente – vivem, se movem e têm seu ser. Aprende, progressivamente, a percorrer o caminho da consciência, deixa de se identificar com a forma animal externa e aprende a se identificar com as qualidades e atributos internos. Vive primeiro a vida dos sonhos e depois a vida dos pensamentos. Em seguida, chega o momento em que o aspecto inferior do antahkarana está concluído e a primeira grande união consciente é consumada. O homem é uma personalidade integrada, consciente e viva. O fio de continuidade entre os três aspectos inferiores do homem está estabelecido e pode ser usado. Ele se estira, se posso empregar tal termo, (minha intenção é inteiramente gráfica) do centro da cabeça até a mente que, por sua vez, é um centro de energia no mundo do pensamento. Ao mesmo tempo, este antahkarana é entretecido com o fio da vida ou sutratma, que vem do centro do coração. O objetivo da evolução na forma fica então relativamente concluído.
Alcançada esta etapa, a sensibilidade continua a se exercer na direção do universo circundante. O homem tece um fio parecido com o que a aranha tece tão admiravelmente. Ele se aproxima ainda mais de seu possível ambiente e descobre então um aspecto de si mesmo que nem sonhara nas primeiras etapas de seu desenvolvimento. Descobre a alma, e passa pela ilusão da dualidade. Trata-se de uma etapa necessária, mas não permanente. É a que caracteriza o aspirante deste ciclo mundial, ou talvez devesse dizer, deste manvantara ou período mundial. Ele procura se fusionar com a alma, identificar-se, ele, a personalidade consciente, com a alma sobrepairante. Neste ponto, falando em termos técnicos, deve ter início a verdadeira construção do antahkarana, a ponte entre a personalidade e a alma. (Educação na Nova Era) 7. A Ciência do Antahkarana, esta nova e verdadeira ciência da mente, empregará substância mental para construir a ponte entre a personalidade e a alma, e depois entre a alma e a Tríade espiritual. Isto significa trabalhar ativamente com substância mais sutil que a dos três mundos da evolução humana comum, e concerne à substância dos três níveis superiores do plano mental. Quando estas pontes simbólicas estiverem construídas, muito se facilitará a corrente ou a afluência da consciência e se produzirá a continuidade de consciência, ou sentido de percepção ininterrupta, que finalmente eliminará o medo da morte, suprimirá todo senso de separatividade e tornará o homem responsivo em sua consciência cerebral, às impressões que lhe chegam dos reinos espirituais superiores ou da Mente de Deus. Desta maneira poderá ser iniciado mais facilmente nos propósitos e planos do Criador. (A Educação na Nova Era) 9. Assim, com relação ao nosso tema, gostaria que levassem em conta que “os fios de uma consciência iluminada” que infalivelmente criamos, e que, com o tempo, formarão o antahkarana, devem ser tecidos entre todas e cada uma das unidades hierárquicas; e que dentro do próprio reino humano estas relações vinculadoras e fatores unificadores devem ser estabelecidos entre unidade e unidade e entre grupo e grupo. (A Educação na Nova Era) 10. A Ciência do Antahkarana trata do tríplice fio que conecta:
a. A mônada, a alma e a personalidade, vinculando os três veículos periódicos e unificando os sete princípios.
b. A tríplice personalidade e seu ambiente nos três mundos da empresa humana e, posteriormente, nos outros dois mundos (totalizando cinco) de expressão super-humana.
c. O homem conscientemente criador e o mundo das ideias, com as quais ele deve fazer contato e expressar por meio do trabalho criador, assim lançando uma ponte de luz:
1. Entre o mundo das almas e o mundo dos fenômenos.
2. Entre o mundo das almas e o mundo dos fenômenos.
3. Entre ele mesmo e outros.
4. Entre grupo e grupo.5. Posteriormente, quando o Plano divino tiver se tornado uma realidade para ele, entre o quarto reino (o humano) e o quinto reino (o reino de Deus).
6. Finalmente, entre a humanidade e a Hierarquia.
A Ciência do Antahkarana é a ciência do tríplice fio que existe desde o princípio dos tempos e que conecta o homem individual com sua fonte monádica. O reconhecimento deste fio e o uso dele, conscientemente, como o Caminho e o meio de contatos sempre mais vastos, chega relativamente tarde no processo de evolução. A meta de todos os aspirantes e discípulos é se tornar consciente desta corrente de energia em suas várias diversificações e empregar conscientemente estas energias de duas maneiras:
interiormente, para o autodesenvolvimento, e para o serviço do plano para a humanidade.
A Ciência do Antahkarana trata, portanto, de todo o sistema de energia entrante, dos processos de uso, transformação e fusão. Trata também das energias emitidas e da relação delas com o ambiente; é a base da ciência dos centros de força. As energias que entram e saem constituem, afinal, duas grandes centrais de energia, uma caracterizada pelo poder e a outra pelo amor, e todas direcionadas à iluminação do indivíduo e da humanidade como um todo, por meio da Hierarquia, composta de indivíduos. Trata-se, basicamente, da Ciência do Caminho.
O antahkarana, portanto, é o fio de consciência, de inteligência, e o agente de resposta em todas as reações sensíveis. O ponto interessante a ter em mente, e que devemos enfatizar agora, é que este fio de consciência se desenvolve a partir da alma e não da mônada. A Alma do Mundo verte seu tênue fio de consciência sensível em todas as formas, em todas as células do corpo e em todos os átomos. A alma humana, o anjo solar, repete este processo em relação à sua sombra ou reflexo, a personalidade. Isto é parte do trabalho criador da alma. Mas, por sua vez, o ser humano também tem que se tornar criador no sentido mental do termo, e deve repetir o processo, pois em todos os pontos o microcosmo se assemelha ao macrocosmo. Portanto, pelo fio de vida, a alma cria e reproduz uma personalidade por meio da qual atuar.
Em seguida, pela construção do antahkarana, a alma primeiro que tudo desenvolve sensibilidade no plano físico e, posteriormente, lança uma ponte na lacuna – por meio da meditação e do serviço – entre os três aspectos mentais. Conclui assim a criação do caminho de retorno ao Centro, que deve ser paralelo ao caminho de saída. (A Educação na Nova Era) 11. A alma humana (ao contrário da alma, à medida que atua em seu próprio reino, livre das limitações da vida humana) está aprisionada e sujeita ao controle das três energias inferiores, durante a maior parte de sua experiência. Mais tarde, no Caminho de Provação, a energia dual da alma vai se tornando cada vez mais ativa, e o homem passa a empregar a mente de maneira consciente e a expressar amorsabedoria no plano físico. Eis um simples enunciado do objetivo de todos os aspirantes. Quando as cinco energias começarem a ser usadas consciente e sabiamente no serviço, estabelece-se um ritmo entre a personalidade e a alma. É como se fosse estabelecido um campo magnético, e essas duas unidades ou energias agrupadas, vibrantes e magnéticas, lançam-se uma ao campo de influência da outra. Isto só acontece de maneira ocasional e raramente nas primeiras etapas; depois ocorre com mais frequência e, assim, é estabelecida uma via de contato que, a certa altura, se converte na linha de menor resistência, “a senda de aproximação bem conhecida”, como às vezes é chamada. Assim é construída a primeira metade da “ponte”, o antahkarana. Ao se consumar a terceira iniciação, o Caminho está concluído e o iniciado pode “passar à vontade para mundos mais elevados, deixando os mundos inferiores para trás, ou pode retornar e penetrar no caminho que conduz da escuridão para a luz, da luz para a escuridão, e dos mundos inferiores para os reinos da luz”.