…Queria que tivessem um quadro da síntese do desenvolvimento do principiante ao senciente, do senciente ao que compreende mentalmente, e do que compreende mentalmente ao que “aprecia divinamente”, como define o ocultismo. Dou imagens, mas que são imagens de uma totalidade. Procurem pensar em totalidades e não adequar cada ponto dos detalhes na totalidade, lembrando que o que pode parecer uma contradição talvez seja apenas um fragmento de um detalhe temporário para o qual vocês – ainda – não vêm emprego nem explicação. (Psicologia Esotérica, Volume I) 6. Tudo que concerne nesta época à humanidade é a necessidade de uma revelação e uma gradual captação do Plano, o que habilitará o homem a trabalhar de maneira consciente e inteligente, compreender a relação que tem a vida com a forma e a qualidade, produzir a transmutação interna que trará à manifestação o quinto reino da natureza, o Reino das Almas.
Tudo isto deve ser empreendido no reino da percepção ou da resposta consciente, por intermédio dos veículos ou mecanismos de resposta que se aperfeiçoarão constantemente, ajudados pela compreensão e pela interpretação espirituais. (Psicologia Esotérica, Volume II)
(b) Consciência Egoica 1.
A obtenção de certa medida de consciência causal… indica que o estudante já desenvolveu (talvez em pequena medida, mas inquestionavelmente) o poder de penetrar parcialmente no mundo dos Mestres. A faculdade de pensamento abstrato e de contemplação e o poder de transcender as limitações de tempo e espaço são poderes do corpo egóico e, posto que todos os grupos egóicos, como já foi dito, são controlados por um dos Mestres, o desenvolvimento da consciência egóica (quando conscientemente reconhecida) é indicação de contato e acesso. Muitas almas inconscientemente fazem contato com seu Ego e temporariamente têm lampejos de consciência egoica. Porém, quando o estudante é capaz de se elevar conscientemente, quando, com deliberação intensifica sua vibração e transfere sua polarização para o corpo Egoico, ainda que por um breve momento, pode saber que, naquele breve momento, ele está vibrando no tom do Mestre do seu grupo. Ele fez contato. Pode não se lembrar, de início, dos detalhes do contato, pode não se dar conta da aparência do Mestre nem das palavras que saíram de Seus lábios, mas, tendo se ajustado conscientemente à regra e penetrado no silêncio das altas esferas, a lei sempre se cumpre e ele fez contato.
Alguns discípulos conhecem estreitamente seu Mestre nos planos internos e trabalham sob Sua direção, mas muitas vidas se passam até que compreendam a lei e, com deliberação, possam construir o canal de acesso, graças ao poder desenvolvido na meditação.
Com o tempo, a habilidade de fazer contato aumenta até o ponto em que o discípulo pode, a qualquer momento, descobrir qual é a vontade do Mestre e ter acesso ao Seu coração. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 2. O treinamento a ser ministrado nas próximas décadas eliminará completamente o desenvolvimento da visão e da audição astrais e (se existirem) terão de ser, afinal, dominadas. O verdadeiro discípulo se empenhou em se centralizar no plano mental com o objetivo de elevar ainda mais a consciência até o inclusivo e claro entendimento da alma.
Seu objetivo é incluir o superior e para ele não há necessidade, nesta etapa, de recobrar a habilidade astral que, como bem sabem, as raças menos evoluídas da Terra possuíam, como também a maioria dos animais superiores. Mais tarde, ao chegar ao adeptado, ele poderá funcionar no plano astral, se quiser, mas lembrando que o Mestre trabalha com o aspecto alma da humanidade (e de todas as formas) e não com os corpos astrais. Os instrutores se esqueceram disso com certa frequência, tanto no Oriente como no Ocidente.
Ao trabalhar com almas leva-se adiante a verdadeira técnica da evolução, pois é a alma dentro das formas, de todos os reinos da natureza, que é responsável pelo trabalho de desenvolvimento da forma e dentro dela. Posso dizer aos estudantes, pois, que o principal objetivo é se tornarem cônscios da alma, cultivarem a consciência da alma e aprenderem a viver e a trabalhar como almas. Até chegar o momento em que o uso do seu mecanismo se tornar voluntário, estejam eles aconselhados a treinar as mentes, a estudar as leis que regem a manifestação e a aprender a incluir tudo o que agora abrangemos com a palavra ‘superior’ – termo inadequado, mas satisfatório. (TSMB) 3. Muitas pessoas se encontram ainda na etapa inicial, na qual registram uma percepção de um campo de expressão que sabem que existe – o campo de percepção da alma – mas que ainda não é para elas o campo natural de expressão. Teoricamente sabem muito sobre isto, mas não sobre os efeitos práticos do conhecimento aplicado. Outras são conscientes da consciência, estão cientes do reino da alma e de uma reação ocasional a uma impressão desse reino, porém ainda não são a consciência em si nem estão tão identificados com a alma para que desapareça a consciência de tudo mais. Alcançar isso é sua meta e objetivo. (Psicologia Esotérica, Volume I) 4. A alma em si é o centro principal de experiência na vida da mônada; os corpos inferiores são centros de expressão na vida da alma. À medida que a consciência do homem se transfere constantemente para os corpos superiores, mediante os quais pode chegar a se expressar, a alma gradualmente se torna o centro primordial de experiência na consciência, e os centros inferiores de experiência (os corpos inferiores) assumem uma importância cada vez menor. A alma adquire menos experiência por meio deles, mas os utiliza cada vez mais no serviço.
Esta mesma ideia deve ser aplicada ao nosso conceito de alma como centro da consciência. Nas primeiras etapas da evolução, a alma usa os corpos como centros de experiência consciente, e a ênfase recai sobre eles e a experiência. Porém, à medida que o tempo avança, o homem se torna cada vez mais consciente da alma, e a consciência que experimenta (como alma nos três corpos) diminui em importância, até que, finalmente, os corpos se tornam simples instrumentos de contato, mediante os quais a alma entra em inteligente relação com o mundo do plano físico, com os níveis do sentimento e da sensibilidade e com o mundo do pensamento. (Psicologia Esotérica, Volume II) (c) Autorrealização As diversas energias que atuam sobre o ser humano e fazem com que ele se desenvolva são seu campo de experiência. Estas duas palavras – desenvolvimento e experiência – devem estar sempre vinculadas, porque uma produz a outra. Enquanto o ser humano está sujeito à experiência no mundo da forma, ocorre um desenvolvimento paralelo da consciência. Devido a que tal desenvolvimento dá origem a constantes mudanças de compreensão e a uma consequente e constante reorientação para um novo estado de consciência, gera necessariamente novas experiências – experiências de novos fenômenos, novos estados de ser e de condições de dimensões até então desconhecidas. Daí a frequente reação do discípulo ao fato de que para ele não há ainda um lugar de paz. A paz foi o objetivo do aspirante atlante. A realização é o objetivo do discípulo ariano. Ele nunca pode ficar estático, nunca pode descansar; está sempre se ajustando a novas condições; continuamente aprendendo a atuar nelas e vendo que logo passam, por sua vez, para que cheguem outras novas. Assim prossegue, até estabilizar a consciência no Eu, no Uno. O iniciado então conhece a si mesmo como a Unidade observadora, reconhecendo o fenômeno fantasmagórico da Vida na forma.
Passa de uma sensação de unidade a uma de dualidade e daí novamente a uma unidade mais elevada.
Primeiramente, o Eu se identifica com o aspecto forma, a tal ponto que toda dualidade desaparece na ilusão de que o eu é a forma. Temos então a forma que aparentemente é tudo o que existe. Segue-se a etapa em que o Eu, que mora internamente, começa a se tornar consciente de si mesmo, como também da forma; falamos então em termos do Eu Superior e do eu inferior, do Eu e suas envolturas, do Eu e do não-eu. É a etapa dual do aspirante e do discípulo, até chegar a hora de se treinar para a terceira iniciação. Começa com o conhecimento de que é uma entidade espiritual confinada em uma forma. Sua consciência, durante um longo período de tempo, é predominantemente a da forma. Vai mudando aos poucos – tão paulatinamente que o aspirante aprende a lição da resistência (até o ponto de suportar o não-eu), e chega a uma vida equilibrada em que nenhum dos dois predomina. Isto produz no homem um estado de aparente negatividade e inércia, que pode perdurar durante uma vida ou duas, nas quais parece que pouco realiza em qualquer das direções, mas, para os trabalhadores, é uma indicação valiosa para o trato com as pessoas. Depois muda o ponto de equilíbrio e do ângulo da sua influência, a alma parece dominar, e todo o aspecto da consciência começa a se trasladar para o mais elevado dos dois aspectos. A dualidade ainda persiste, porém, porque o homem às vezes se identifica com a alma e outras com a natureza-forma; a maioria dos discípulos mais sinceros se encontra agora nesta etapa. No entanto, pouco a pouco é “absorvido” na alma, e entra assim em relação com todos os aspectos da alma em todas as formas, até que um dia se dá conta de que só existe a alma e então sobrevém o estado superior de unidade. (TSMB)26. AS RELAÇÕES DA ALMA Três coisas podem ser transmitidas, as quais, quando meditadas com lucidez, podem levar à iluminação:
O Ego, em seu próprio plano, compreende conscientemente sua relação com o Mestre e procura transmitir essa consciência à personalidade.
O Eu superior, em seu próprio plano, não está entorpecido por tempo e espaço (pois conhece o futuro tanto quanto o passado) e procura alcançar o fim desejado e convertê-lo rapidamente em realidade.
O Eu superior ou Ego, em seu próprio plano, está em relação direta com outros egos que se acham no mesmo raio e em um raio correspondente, abstrato ou concreto e, compreendendo que o progresso se dá em formação grupal, atua nesse plano ajudando os de sua espécie. (Cartas sobre Meditação Ocultista) (a) A Alma e a Personalidade 1. A alma é pouco consciente da natureza personalidade, suas disposições e ideias. A alma pode ser consciente das limitações existentes na personalidade e das barreiras que se opõem à afluência da energia da alma, mas os detalhes não lhe interessam. A alma se ocupa em reconhecer os projetos hierárquicos, captar a necessidade mundial e responder (fracamente, muito fracamente a princípio) à afluência monádica que vai se desenvolvendo. Estas atitudes e reações da alma (em seu próprio plano de existência) afetam profunda e fundamentalmente a vida da personalidade, e produzem as mudanças básicas que despertam a vocação do discípulo. (Discipulado na Nova Era, Volume II) 2. É desnecessário dizer que devem ser tão sensíveis à qualidade do meu Ashram e preocupar-se tanto pela oportunidade de servir como enfrentam hoje todos os discípulos, que seu desenvolvimento pessoal, seu problema exclusivo (como vocês o consideram) e suas reações deverão ser esquecidos.
Lembrem-se que para a alma vocês não são de tanto interesse como poderiam crer.
Do ponto de vista do Mestre, o que interessa é a capacidade da alma de controlar seu instrumento, a personalidade, e atuar por meio dela; o que Ele busca é a capacidade da alma, não a reação da personalidade. Talvez lhes seja difícil lembrar disso, talvez seja até humilhante para o discípulo. Quanto mais absorvido esteja em sua resposta e capacidade pessoais, tanto mais invulneráveis serão as barreiras que ergue entre ele (no plano físico) e sua alma; como resultado, também se erguerão barreiras entre o discípulo e a vida do Ashram no qual está destinado a tomar parte. Tenham isto presente e ocupem-se o mais possível da vida da alma, de modo que não disponham de tempo para a introspecção da personalidade.
(Discipulado na Nova Era, Volume II) 3. Os resultados dos contatos estabelecidos pela alma com os seres humanos e o efeito observado na vida da personalidade pode-se dizer que são:
a.Conflito, transtornos, lealdades opostas, luta interna e choques de pontos de vista antagônicos.b.Sensibilidade às ideias; nas etapas iniciais, constitui flexibilidade à resposta, que quase chega à instabilidade e produz uma constante mudança de pontos de vista. Oportunamente, leva à sensibilidade à intuição, que habilitará o indivíduo a distinguir prontamente o irreal e o real.c.Processo de desapego; é o processo difícil e doloroso de definir as linhas de demarcação entre a alma e a personalidade. A princípio produz inevitavelmente separação e divisão de interesses, mas mais adiante leva a subordinar os interesses da personalidade aos do Plano, e à absorção dos desejos pessoais aos aspectos da alma.d.Período de criatividade, produzido pelo terceiro aspecto da alma, que é o aspecto criador. Este desenvolvimento ocasionará mudanças definidas nos hábitos adquiridos pelo aspirante na vida do plano físico. Fará com que o discípulo se dedique a realizar certos esforços sintetizados nas palavras “carreira artística”.Estes quatro efeitos produzidos pela atividade da alma, na realidade são somente a afluência da força da alma, pelo canal de contato aberto pelo homem. (Psicologia Esotérica, Volume II) (b) O Ego e os Mestres 1. Como já foi dito, existem na Hierarquia humana em evolução sessenta bilhões de unidades de consciência ou espíritos. Encontram-se nos níveis causais, embora este número seja um tanto menor hoje, posto que algumas já tomaram a quarta iniciação. Estes egos, de diferentes graus de desenvolvimento, estão vinculados com sua mônada, Espírito ou Pai no Céu, da mesma maneira (embora em matéria mais sutil) como o Ego está conectado com a personalidade.
Como bem sabem, as mônadas estão sob o controle, ou melhor, fazem parte da consciência de um dos Espíritos planetários. Nos níveis egoicos, os Egos se encontram em condição similar. Um Adepto do mesmo raio que eles supervisiona sua evolução geral, ocupando-se deles em grupos, que se formam de acordo com três condições:
a. o sub-raio do raio egoico, b. o período de individualização ou de entrada no reino humano, c. o grau de realização.
O Adepto de mesmo raio exerce a supervisão geral mas, subordinados a Ele, trabalham os Mestres, cada um em Seu próprio raio e com Seus respectivos grupos individuais, que são afiliados a Eles segundo o período, o carma e o grau de vibração. Regidos pelos Mestres, trabalham os discípulos que alcançaram a consciência do Eu Superior e, portanto, estão aptos a atuar nos níveis causais e a ajudar no desenvolvimento dos egos cujos corpos causais estão menos desenvolvidos que o seu próprio.
Tudo está belamente sujeito à lei e, como a tarefa do desenvolvimento do corpo egoico depende do progresso alcançado na tríplice personalidade, o Ego, em consequência, é ajudado nos níveis inferiores por dois discípulos: um que atua nos níveis emocionais, reportando-se ao outro, que atua no corpo mental. Este, por sua vez, reporta-se ao discípulo que possui consciência causal, e este se reporta ao Mestre. Tudo isto é feito com a colaboração da consciência interna que reside no corpo causal. Como veem, envolve cinco agentes que se ocupam de ajudar o Ego em seu desenvolvimento evolutivo:
1. O Adepto do seu Raio.
2. O Mestre do seu grupo.
3. Um discípulo com consciência causal.
4. Um discípulo no plano mental.
5. Um auxiliar no plano emocional. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 2. Determinados fatores que regem a relação do Mestre com o discípulo são reconhecidos gradualmente e começam a reger a vida do discípulo, cada vez mais:
1.Ele reconhece que seus pontos de contato com o Mestre são regidos pela emergência e necessidades grupais e se referem ao serviço grupal. Paulatinamente, ele se dá conta de que o Mestre só tem interesse nele na medida que seu ego possa ser usado no serviço, através da personalidade no plano físico. Começa a compreender que o Mestre trabalha com a sua alma e que é, pois, o seu ego que está em relação com o Mestre, e não o eu pessoal. O problema dele, portanto, fica cada vez mais claro e é o problema de todos os discípulos. É o de manter o canal de comunicação aberto entre a alma e o cérebro, pela via da mente, de maneira que o Mestre possa se comunicar de imediato e com facilidade. Às vezes o Mestre tem que esperar semanas até que o discípulo O ouça, pois o canal ascendente está fechado e a alma não está em relação com o cérebro, o que ocorre especialmente nas etapas iniciais do discipulado.2.Descobre que é ele próprio que fecha a porta na maioria das vezes através do psiquismo inferior, da deficiência física e da falta de controle mental e. portanto. descobre que tem de trabalhar constante e incessantemente o eu inferior.3.Descobre que uma das primeiras coisas que tem a fazer é aprender a discriminar entre:
A vibração de sua própria alma.
A vibração do grupo de discípulos ao qual está associado.
A vibração do Mestre.As três são diferentes e é fácil confundi-las, sobretudo no início. Uma regra segura para os aspirantes é a de supor, ao entrar em contato com uma vibração e um estímulo superiores, que se trata da sua própria alma entrando em contato, o Mestre no coração, e não ter a ideia (tão lisonjeira para o orgulho próprio e a personalidade) de que o Mestre está procurando chegar até eles. (TSMB) 3. A vida do discípulo é um gradual e firme avanço para o centro, e os discípulos aceitos são efetivamente parte da Hierarquia. A Hierarquia é um lugar de fusão de todas as almas nos níveis superiores do plano mental. Apenas na medida em que uma pessoa está sob a impressão da alma, depois sob o controle da alma e a identificação final com a alma, assim se move em direção ao centro da fusão. À medida que aumentar o amor pela humanidade e diminuir o interesse por si mesmo, assim progredirá até o centro de luz e amor, onde os Mestres residem como seres espirituais. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 4. Os Mestres não têm personalidade no sentido como vocês entendem a personalidade. Os fatores que os condicionam são os três aspectos da Tríade Espiritual e estes aspectos, sendo criadores, constroem o aparelho ou mecanismo fenomênico por meio do qual o Mestre entra em contato com os três mundos.
(Discipulado na Nova Era, Volume II) 5. A influência que o Mestre exerce quando procura ajudar Seu discípulo produz sempre um transtorno transitório (transitório do ângulo da alma, mas muitas vezes temível do ângulo da personalidade.
(Os Raios e as Iniciações) 6. Todos e cada um dos Mestres renunciaram ao material; elevaram-se dos três mundos por Seu próprio esforço; desprenderam-se de todos os impedimentos; deixaram para trás o inferno, e o termo “espírito aprisionado” já não se aplica a Eles. Eles não alcançaram esta condição com propósitos egoístas.
Nos primeiros dias do caminho de provação, a aspiração egoísta predomina na consciência do aspirante.
Entretanto, à medida que galga esse caminho e também o do discipulado, abandona todos esses motivos e sua única meta, ao buscar a liberação e a liberdade nos três mundos, consiste em ajudar e socorrer a humanidade. Tal dedicação ao serviço é a marca da Hierarquia. (Os Raios e as Iniciações) (c) A Alma e o Ashram do Mestre 1. Há uma grande diferença entre o grupo de um Mestre e Seu Ashram, o que poucas vezes é compreendido. Muitas pessoas podem estar em um grupo de um Mestre, mas o pessoal de Seu Ashram é extraído desse grupo. Em um grupo, o Mestre é consciente do discípulo-aspirante e está em contato com ele; este estabeleceu um definido vínculo com o Mestre, mas envolveu uma relação da personalidade e também da alma. No Ashram, porém, e dentro da esfera de sua influência, somente haverá o que é da alma.
Nada da personalidade tem permissão de entrar – reações, deficiências, limitações e pensamentos da personalidade, nada que seja material e relacionado à natureza inferior jamais chega ao Ashram. Portanto, nas primeiras etapas do trabalho de um discípulo e durante longo tempo, provavelmente pouco ou nada haverá que ele tenha possibilidade de contribuir. Somente as intuições percebidas positivamente e as definidas impressões e impulsos da alma que o discípulo possa ter evocado (pela meditação e a crescente pureza de intenção), podem contribuir com algo para a vida do Ashram. Em consequência, há uma lei que protege o Ashram das limitações do discípulo. Tenho usado a palavra “Ashram” de maneira bem precisa, na tentativa de os levar a discriminar entre um grupo e um Ashram, o qual, basicamente, é constituído por aqueles que, pelo conhecimento, devoção e serviço, abriram caminho de um grupo para um centro interno, onde a energia, a sabedoria e o esforço do Mestre estão facilmente disponíveis. Para abrir caminho do grupo para o Ashram, os discípulos terão de discriminar muito cuidadosamente entre as inclinações das suas personalidades de alta qualidade, suas respostas à verdade e ideais e suas verdadeiras reações de alma, sabedoria espiritual e percepção intuitiva. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 2. Um ashram é uma fusão subjetiva de indivíduos e não de personalidades, reunidos para fins de serviço. É a fusão da atividade individual em um todo – um todo unido pelo objetivo e a visão, mas que pode aplicar (e muitas vezes aplica) diferentes métodos e técnicas. O trabalho do Ashram é essencialmente a apresentação ao mundo destes propósitos de serviço, empreendidos como melhor parece ao discípulo individual, de acordo com “a impressão do Mestre” e com a cooperação do Seu grupo. Um grupo de discípulos não é obrigado a realizar o mesmo tipo de trabalho, da mesma maneira e ao mesmo tempo. O compromisso é de trabalhar sob a inspiração de suas almas, na medida em que suas almas possam dirigir e ditar, fortalecidos pelo contato com o Mestre e entre si. Estão relacionados entre si pela identidade de visão e de vibração, além de um respeito mútuo e plena liberdade – esta última, em especial. (Discipulado na Nova Era, Volume I)3. Um Ashram não está restrito a uns poucos que podem até mesmo se reunir como membros do Ashram. Um Ashram é um grupo internacional, composto de almas em encarnação e fora dela; é uma síntese de iniciados de diversos graus e de discípulos aceitos. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 4. O discípulo se vê diante da proposição de fazer a sua vida de uma tal natureza que promova o propósito grupal, aumente a força grupal e elimine tudo aquilo que possa dificultar a utilidade grupal, trazendo para perto o objetivo para o qual o grupo foi formado – empreender os planos do Mestre. A resposta inata, instintiva e individual do discípulo a este objetivo de raio e seu esforço em subordinar a personalidade à dedicação da alma tenuemente percebida, levou o Mestre, desde o princípio, a reconhecêlo e a incorporá-lo em Seu Ashram. No momento em que isso acontece, o discípulo não só fica sob um crescente impacto de força e intenção impulsionadora egoicas (aplicando estas palavras em Seu sentido oculto), como a irradiação do grupo inicia sobre ele seu trabalho benéfico. O poder magnético “atrativo” que até então o havia guiado adiante é substituído por uma potência irradiante estimuladora, efetuando grandes mudanças nele e produzindo resultados de eliminação e substituição. O efeito sobre a vida do Ashram, no que diz respeito ao grupo que o compõe, independentemente da própria potência do Mestre, pode ser descrito da seguinte maneira:
1.A vida da personalidade vai se debilitando gradualmente, perdendo de maneira definitiva, para a alma, o seu domínio. Em um sentido muito real, a alma começa a dominar.2.Diminui apreciavelmente a necessidade de reencarnar e, afinal, a vida nos três mundos da manifestação humana deixa de ser necessária. Todas as lições foram aprendidas e o objetivo da alma foi alcançado.3.A Vontade da mônada começa a ser percebida; o aspecto vontade se fusiona com o aspecto amor, fazendo com que o aspecto inteligência seja frutífero e eficaz na realização do propósito divino, enfocado através do Ashram para o discípulo.4.Foram alcançados os objetivos do fator tempo e espaço, a extensão dos acontecimentos, da matéria e da consciência e, com o tempo, são substituídos por algo que ainda não temos palavra para designar, nem mesmo um conceito. Começa a se expressar depois da terceira iniciação quando o aspecto Pai “aparece ante a nossa vista” – não sei como expressá-lo de outra maneira.5.A totalidade é considerada como de maior importância que a parte, o que não é um sonho, visão, teoria, quimera, hipótese ou anseio. É considerada como uma necessidade inata e algo inevitável. Significa morte, mas morte como beleza, espírito em ação, ou a consumação de todo o bem….A vida deve ser encarada do ângulo do Observador e não do ângulo do participante no experimento e experiência nos três mundos. Este Observador é diferente do que se encontra no caminho probacionário.
A maioria dos experimentos e experiências ficaram para trás e foi estabelecida uma nova orientação para um mundo de valores mais elevado do que o mundo de significados. Essa atitude poderia muito bem ser descrita como o método de aproximação de todos os que são parte de um Ashram. Quando os membros de um Ashram são aceitos como discípulos, embora vivam nos três mundos da experiência, não é ali onde está o foco de sua atenção. Aqueles que são discípulos-iniciados, vão ficando, cada vez mais, inconscientes das atividades e reações da personalidade, porque certos aspectos da natureza inferior estão controlados e purificados de tal maneira que ficaram sob o umbral da consciência e penetraram no mundo do instinto, portanto, já não há mais percepção consciente delas, da mesma maneira como um homem adormecido não é consciente do funcionamento rítmico de seu veículo físico adormecido. Trata-se de uma verdade profunda e geralmente incompreendida. Tem relação com todo o processo da morte e poderia ser considerada como uma de suas definições; contém a chave das misteriosas palavras “depósito da vida”. (Os Raios e as Iniciações)
(d) A Alma e a Hierarquia 1. A Hierarquia é simplesmente o mundo das almas, conscientemente conhecedora do Plano, sensível ao propósito e está plasmando de maneira criadora e constante na humanidade o objetivo de expandir a consciência humana, da qual as almas de vocês – em sua natureza mais pura – fazem parte.