A Alma – 11 de 25

Percebemos as belezas e a glórias que nos circundam e das quais ainda não podemos desfrutar; passam fugazmente por nossa visão e tocamos a glória em um momento sublime, somente para voltarmos a perder o contato e a nos afundarmos de novo na lúgubre escuridão que nos envolve. Sabemos, porém, que fora e mais além há algo a desejar; descobrimos que o mistério dessa maravilha externa somente pode ser alcançado retirando-nos internamente, até chegarmos ao centro da consciência que vibra em sintonia com essas maravilhas tenuemente percebidas e com as radiantes Almas que denominam a Si mesmas de nossos Irmãos Mais Velhos. Somente esmagando as envolturas externas, que velam e ocultam o centro interno, alcançamos essa meta e encontramos os Seres que buscamos. Somente quando dominamos todas as formas e as submetemos à regência do Deus interno, podemos achar Deus em tudo, pois são apenas as envolturas em que nos movemos no plano do ser que nos ocultam do nosso Deus interno e nos separam d’Aqueles nos quais o Deus transcende todas as formas externas.

O grande iniciado que expressou as palavras que estou citando acrescentou outras de radiante verdade: “Então conheceremos, tal como somos conhecidos”. O futuro encerra para cada um e para todo aquele que luta devidamente, serve com abnegação e medita pelo método ocultista, a promessa de que conhecerão Aqueles que têm pleno conhecimento daquele que luta. Nisto reside a esperança para o estudante de meditação. À medida que luta, fracassa, persevera e repete laboriosamente, dia após dia, a árdua tarefa de concentração e controle da mente, no aspecto interno estão Aqueles que o conhecem e, com cálida simpatia, observam o progresso que realiza.

Não se esqueçam da primeira parte das observações feitas pelo Iniciado, em que ele indica o meio pelo qual se dispersa a escuridão e se alcança o conhecimento dos Grandes Seres. Ele enfatiza que somente pelo amor se percorre o caminho de luz e conhecimento. Por que esta ênfase no amor? Porque a meta para todos é amor e aí subjaz a fusão…

É este o caminho a ser trilhado por todos e cada um, e o método é meditação. A meta é Amor e Sabedoria perfeitos; os passos a dar consistem em superar, nos três planos, um subplano depois do outro.

O método é a meditação ocultista; a recompensa é a contínua expansão de consciência que, oportunamente, põe o homem em perfeita sintonia com seu próprio Ego, com os outros eus, com o Mestre que lhe tenha sido designado e que o espera com presteza, com os condiscípulos e Iniciados avançados, com os quais pode entrar em contato dentro da aura do Mestre, até que, finalmente, faz contato com o Iniciador Uno, é admitido no Lugar Secreto e conhece o mistério que subjaz na própria consciência. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 2. Conceda-me a luz para que eu possa brilhar. Permita-me irradiar luz pelo mundo do tempo e espaço, criar uma luz, transmiti-la e assim percorrer o Caminho Iluminado (que é o meu Eu Iluminado), penetrar na luz e, assim, devolver a luz aos que dela necessitam e Àqueles dos quais proveio. (Discipulado na Nova Era, Volume II) (c) A Luz na Cabeça Se não há indícios de que o homem é o que esotericamente recebe a denominação de “luz acesa”, é inútil que o Mestre desperdice tempo. A luz na cabeça, quando presente, indica:

a. O funcionamento da glândula pineal, em maior ou menor medida, a qual (como bem se sabe) é o assento da alma e o órgão da percepção espiritual. É nesta glândula que ocorrem as primeiras mudanças psicológicas decorrentes do contato com a alma e este contato é fomentado através de um trabalho positivo em meditação, controle mental e afluência de força espiritual.

b. O alinhamento do homem no plano físico com o ego, alma ou eu superior, no plano mental e a subordinação da vida e natureza do plano físico à impressão e controle da alma…

c. A força vertical, que desce da alma, pelo conduto do sutratma, fio ou cordão magnético, até o cérebro, através do corpo mental. Todo o segredo da visão espiritual, da correta percepção e do correto contato fundamenta-se na devida apreciação do exposto acima… A luz da iluminação flui para a cavidade cerebral e arremessa três campos de conhecimento na objetividade. Este ponto muitas vezes é esquecido, o que dá margem a aflições e interpretações prematuras do discípulo ou probacionário parcialmente iluminado.

Primeiramente a luz destaca e coloca no primeiro plano da consciência as formas-pensamento e entidades que espelham a vida inferior e que (no conjunto) constituem o Morador no Umbral.

Assim, a primeira coisa de que o aspirante se dá conta é do que, ele bem sabe, é indesejável e tem a revelação dos seus próprios desméritos e limitações e os elementos indesejáveis da sua própria aura deflagram ante a sua visão. A escuridão que existe nele se intensifica em razão da luz que brilha fracamente do centro do seu ser e muitas vezes se desespera e desce às profundezas da depressão. Todos os místicos testemunham esta condição, e este período deve ser vivido por completo, até que a pura luz do dia expulse todas as sombras e a escuridão e assim, pouco a pouco, a vida se ilumina e reluz, até que o sol na cabeça resplandeça em toda glória.

d.Finalmente, a luz na cabeça é sinal de que a Senda foi descoberta e agora cabe ao homem estudar e compreender as técnicas para centralizar, intensificar e introduzir esta luz e, à certa altura, tornar-se a via magnética (como o fio da aranha) que pode ser trilhada de volta à fonte da manifestação inferior e penetrar na consciência da alma. A linguagem acima é simbólica, mas vitalmente acurada e é expressa de maneira a transmitir informações àqueles que sabem e a proteger aqueles que ainda não sabem.“O caminho do justo é como uma Luz cintilante”, todavia o homem tem de se tornar, simultaneamente, o próprio caminho. Ele entra na luz e se converte na luz, operando como uma lâmpada acesa em um lugar escuro, levando iluminação a outros e alumiando o caminho à frente deles. (TSMB) (d) A Senda de Luz 1. Desde este momento e daqui em diante, ao percorrer o Caminho, procurarei Ser. Não busco maior conhecimento, porque esta vida me ensinou a forma de saber, e com o conhecimento adquirido posso servir Sendo.

Diante de mim se abre a Senda de Luz. Vejo o Caminho. Às minhas costas fica a senda da montanha salpicada de pedregulhos e penhascos. Em torno de mim crescem os espinhos. Meus pés estão cansados.

Porém, diante de mim se estende o Caminho Iluminado e nesse Caminho eu ando. (Discipulado na Nova Era, Volume II) 2. A Senda de Evolução é, na realidade, a senda dos reconhecimentos, levando à revelação. Todo o processo da evolução é de caráter iniciático e leva de uma expansão de consciência para outra, até que os mundos do sem-forma e da forma sejam revelados pela luz que o iniciado produz, e na qual caminha. Estas luzes são variadas e diversamente reveladoras. Temos:

1.A luz da matéria em si, que se encontra em todo átomo de substância.2.A luz do veículo vital ou etérico – reflexo da Luz Una, porque unifica os três tipos de luz dentro dos três mundos.3.A luz do instinto.4.A luz do intelecto, ou a luz do conhecimento.5.A luz da alma.6.A luz da intuição.Passamos de uma luz para outra, de uma revelação para outra, até que saímos do reino da luz e entramos no reino da vida que para nós, até agora, é plena escuridão.

É evidente que esta luz aumentada traz consigo uma constante série de revelações que, como tudo mais no mundo da experiência humana, se desdobra ante os olhos: primeiro, o mundo das formas, depois, o mundo dos ideais, e em seguida a natureza da alma, das ideias e da divindade. Estou escolhendo umas poucas palavras que encerram a revelação e são de caráter simbólico. Todas estas revelações, porém, constituem uma grande revelação unificada que vai se abrindo lentamente diante dos olhos da humanidade.

A luz do eu pessoal inferior revela ao homem o mundo das formas, da matéria, do instinto, do desejo e da mente; a luz da alma revela a natureza da relação entre estas formas de vida e o mundo do sem-forma, e o conflito entre o real e o irreal. A luz da intuição revela, ante a visão da alma, dentro da personalidade, a natureza de Deus e a unidade do Todo. A inquietude que o desejo pelo material produz, ao procurar satisfação nos três mundos, a certa altura cede lugar à aspiração para estabelecer contato com a alma e alcançar a vida da alma. Reconhece-se isso, por sua vez, como um passo dado para as grandes experiências fundamentais, às quais denominamos cinco iniciações maiores. Elas revelam ao homem o fato, até então ignorado, de sua não-separação e da relação da sua vontade individual com a vontade divina. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 3. A nova cultura surgirá e virá à existência, à medida que aqueles que têm consciência da luz e do objetivo do serviço puro (o que tal estado de consciência inevitavelmente promove) derem continuidade à tarefa que lhes foi designada – uma tarefa autodesignada, em todos os casos – de viver e ensinar a verdade sobre a luz, sempre que surgir a oportunidade. (A Educação na Nova Era)(e) Iluminação 1. Iluminação é o que a maioria dos aspirantes, como os que fazem parte deste grupo, deve buscar.

Eles devem cultivar o poder de usar a mente como um refletor da luz da alma, dirigindo-a aos níveis do espelhismo e, portanto, dissipando-o. A dificuldade está em fazê-lo em meio às agonias e aos engodos produzidos pelo espelhismo. Requer uma tranquila retração em mente, pensamento e desejo, do mundo no qual a personalidade atua habitualmente, centrando a consciência no mundo da alma, para ali aguardar os desenvolvimentos, silenciosa e pacientemente, sabendo que a luz brilhará e que a iluminação virá, finalmente. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 2. Definirei sucintamente o que significa iluminação, pedindo-lhes que tenham em conta que não estamos tratando aqui da iluminação que revela a Realidade ou a natureza da alma, o que torna clara a visão que vocês têm do reino da alma, mas da iluminação que a alma lança no mundo do plano astral. Implica no uso consciente da luz e seu emprego, primeiro como farol que esquadrinha o horizonte astral e localiza o espelhismo que está causando as dificuldades e, segundo, como distribuição enfocada de luz, dirigida intencionalmente para a área do plano astral em que se determinou realizar um esforço para dissipar a bruma e a névoa concentradas ali. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 3. Ao definir a iluminação como a antítese do espelhismo, é evidente que minhas observações devem necessariamente se limitar a determinados aspectos da iluminação e só dirão respeito às maneiras diretas de trabalho e às apresentações do problema que se referirão ao uso da luz no plano astral e, em especial, em conexão com o trabalho que vocês se comprometeram a fazer. Há muitas outras definições possíveis, porque a luz da alma é como um imenso farol, cujos feixes podem se dirigir para muitas direções e se enfocar em diversos níveis. No entanto, aqui estamos tratando apenas do seu uso especializado.

A iluminação e a luz do conhecimento são tidas como termos sinônimos; muitos espelhismos podem ser dissipados e dispersos quando submetidos à potência da mente informativa, porque a mente é essencialmente o que vence a emoção, mediante a apresentação de um fato. O problema consiste em induzir o indivíduo, a raça ou a nação que esteja atuando sob a influência do espelhismo para que invoque o poder mental de analisar a situação e submetê-la a um sereno e frio exame. O espelhismo e a emoção exercem efeito mútuo, e a emotividade em geral é tão intensa em relação ao espelhismo que acaba sendo impossível levar a luz do conhecimento com facilidade e eficácia.

A iluminação e a percepção da verdade também são termos sinônimos, mas é preciso lembrar que a verdade, neste caso, não é a verdade existente nos planos abstratos, mas a verdade concreta e cognoscível – verdade que pode ser formulada e expressa em termos e formas concretas. Quando a luz da verdade entra, o espelhismo automaticamente desaparece, ainda que apenas durante um breve período. Novamente, porém, surge uma dificuldade, porque poucas pessoas se interessam em enfrentar a verdade real, pois implica em que terão de abandonar o tão apreciado espelhismo, adquirir a capacidade de reconhecer o erro e admitir os equívocos, o que o falso orgulho da mente não permitirá. Posso lhes assegurar que a humildade é um dos fatores mais potentes para liberar o poder iluminador da mente, quando reflete e transmite a luz da alma.

Enfrentar de maneira determinada a vida real e reconhecer decididamente a verdade – fria, serena e desapaixonadamente – facilitará muito o apelo à afluência de luz que bastará para dissipar o espelhismo.

(Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 4. Não há atividade na vida, não há chamado vocacional, ocupação mental, nem condição, que não possa proporcionar a chave para abrir a porta para o vasto mundo que tenha desejado, ou que não sirva para conduzir um homem ao topo da montanha de onde possa ver um horizonte mais amplo e captar uma visão maior. O homem deve aprender a reconhecer que a escola de pensamento que escolheu, a sua peculiar vocação, sua ocupação específica na vida e sua tendência pessoal são somente partes de um todo maior e seu problema é integrar conscientemente sua pequena atividade na vida no âmbito da atividade mundial.

É isto que chamamos de iluminação, à falta de uma palavra melhor. Todo conhecimento é uma forma de luz, pois verte luz nas zonas de percepção das quais éramos inconscientes até então. Toda sabedoria é uma forma de luz, pois nos revela o mundo de significados que há por trás da forma externa.

Tudo que se possa compreender é uma evocação de luz, pois faz com que percebamos, ou nos tornemos conscientes das causas que estão produzindo as formas externas que nos cercam (inclusive a nossa própria), e que condicionam o mundo de significados do qual são a expressão. Porém, quando pela primeira vez se observa e capta este fato e se chega à revelação inicial, quando se apresenta o lugar que corresponde à parte em relação ao todo, e quando se estabelece o primeiro contato com esse mundo que inclui o nosso pequeno mundo, há sempre um momento de crise e um período de perigo. Então, à medida que nos familiarizamos e entramos e saímos através da porta que abrimos, acostumando-nos à luz que aflui pela janela aberta ao nosso pequeno mundo do viver diário, podem surgir outros perigos psicológicos. Estamos em perigo de pensar que o que vimos é tudo o que há para ver, e assim – em uma volta mais elevada da espiral e em um sentido mais amplo – repetimos os perigos (já considerados) da ênfase indevida, do enfoque errado, da crença estreita e da ideia fixa. Ficamos obcecados com a ideia da alma; esquecemos de que necessita de um veículo de expressão; começamos a viver em um mundo destacado e abstrato de ser e de sentimento e deixamos de manter contato com a vida real de expressão do plano físico. Assim repetimos – novamente em uma volta mais elevada da espiral – a condição que analisamos, na qual a alma ou Ego não estava presente, revertendo as condições, embora não haja nenhuma vida da forma realmente na consciência enfocada do homem. Há somente o mundo das almas e um desejo de realizar alguma atividade criadora. A abordagem à vida diária no plano físico cai sob o umbral da consciência, e o homem se torna um místico vago, pouco prático e visionário. Estes estados mentais, se a sua existência for tolerada, são perigosos.

(Psicologia Esotérica, Volume II)25. A CONSCIÊNCIA 1. Podemos definir a consciência como a faculdade de captar e diz respeito, principalmente, à relação que existe entre o Eu e o não-eu, o Conhecedor e o Conhecido, o Pensador e o que é pensado. Estas definições envolvem a aceitação da ideia da dualidade, do objetivo e do que está por trás da objetividade.

A consciência expressa o que pode ser considerado como o ponto do meio da manifestação. Não concerne totalmente ao polo do Espírito. É produzida pela união dos dois polos e pelo processo de interação e adaptação que necessariamente resulta…

Toda a finalidade do desenvolvimento progressivo é levar o Filho do Pai e da Mãe a um ponto de plena realização, de total autoconsciência e de completo conhecimento ativo. (Tratado sobre o Fogo Cósmico) 2. Cada ponto de vida em um centro tem sua própria esfera de radiação, o seu próprio campo de influência em expansão, campo que depende necessariamente do tipo e da natureza da Consciência interna.

Esta ação magnética recíproca entre os inúmeros e extensos centros de energia no espaço é a base de todas as relações astronômicas entre os universos, os sistemas solares e os planetas. Entretanto, tenham em mente que é o aspecto CONSCIÊNCIA que torna a forma magnética, receptiva ou repulsiva e transmissora; esta consciência difere de acordo com a natureza da entidade que anima ou atua através de um centro, grande ou pequeno. Lembrem-se também que a vida que flui por todos os centros e que anima todo o espaço é a vida de uma Entidade; é, pois, a mesma vida que existe em todas as formas, limitada em tempo e espaço pela intenção, o desejo, a forma e a qualidade da consciência presente nelas; os tipos de consciência são numerosos e diversificados, mas a vida é indivisível, não muda jamais, pois é a VIDA UNA. (Telepatia e o Veículo Etérico) 3. Cada forma é constituída de muitas formas, e todas as formas – compostas ou simples – são a expressão de uma vida que anima ou mora internamente. A fusão da vida com a substância viva produz outro aspecto de expressão: a consciência. A consciência varia segundo a receptividade natural da forma, segundo seu ponto de evolução e também segundo sua posição na grande cadeia da Hierarquia. (Telepatia e o Veículo Etérico) (a) Expansão de Consciência 1. Cada unidade da raça humana é parte da consciência divina e é aquilo que é consciente ou cônscio de algo fora de si mesma – algo que sabe que é diferenciado do veículo que a encerra, como também das formas que a cercam.

Nesta etapa específica da evolução, o homem comum é consciente apenas da diferenciação, ou de estar separado dos demais membros da família humana, constituindo uma unidade entre outras unidades.

Reconhece isto e também o direito das demais unidades separadas de se considerarem como tais. A este reconhecimento agrega outro, o de que em alguma parte do universo existe uma Consciência suprema, a qual denomina, teoricamente, Deus ou Natureza. Entre este ponto de vista puramente egoísta (uso o termo “egoísta” no sentido científico e não como adjetivo depreciativo) e a nebulosa teoria de Deus imanente, há inúmeras etapas, em cada uma se produz uma expansão de consciência ou ampliação de ponto de vista, que gradualmente leva à unidade autorreconhecida, do autorreconhecimento ao reconhecimento dos Eus Superiores, à capacitação de si mesmo para se reconhecer também como um Eu Superior e, a certa altura, ao reconhecimento oculto de seu próprio Eu Superior. Chega assim a reconhecer o seu próprio Eu Superior ou Ego como seu verdadeiro Eu e, dessa etapa em diante, passa à consciência grupal, na qual se dá conta, primeiramente, do seu grupo egoico e, depois, dos demais grupos egoicos.

A esta etapa segue-se o reconhecimento do princípio universal da Fraternidade; implica não apenas em um reconhecimento teórico, mas na fusão da consciência na consciência humana como um todo. É realmente o desenvolvimento da consciência que possibilita ao homem dar-se conta, não só de sua filiação grupal egoica, como de seu lugar na Hierarquia humana, em seu próprio plano. Ele reconhece a si mesmo como parte de um dos Grandes Homens celestiais. Este conhecimento posteriormente se expande em um ponto de vista inconcebivelmente vasto, o lugar que ocupa dentro do Grande Homem Celestial, representado pelo próprio Logos.

… É necessário, primeiro, saber que o lugar onde a expansão acontece e a compreensão é sentida tem de ser, afinal, na consciência vigílica pensante. O Ego, em seu próprio plano, pode ser bem consciente da unidade de sua consciência com as demais consciências e compreender que seu grupo é uno consigo próprio; mas, até que o homem (na consciência do plano físico) tenha se elevado a este mesmo plano e esteja igualmente consciente de sua consciência grupal, e assim se considere como o Eu Superior dentro do grupo egoico e não como unidade separada, não terá mais validade do que uma teoria que se aceita e não é posta em prática.

O homem há de experimentar essas etapas em sua consciência física e há de saber o que digo por experiência, e não meramente em teoria, para que seja considerado preparado para passar às etapas seguintes. Toda a questão se reduz a ampliar a mente, até que esta domine a inferior, e a desenvolver a faculdade de conceber de forma abstrata, que com o tempo resulta em manifestação no plano físico. Isto significa converter as teorias e ideais superiores em realidades demonstráveis, e constitui a fusão do superior com o inferior, e a preparação do inferior para proporcionar uma expressão adequada para o superior. É aqui onde a prática da meditação desempenha sua parte. A verdadeira meditação científica proporciona formas graduadas, mediante as quais a consciência se eleva e a mente se expande até abarcar:

1. A família e os amigos.

2. Os associados que o cercam.

3. Os grupos aos quais está afiliado.

4. Seu grupo egoico.

5. Outros grupos egoicos.

6. O Homem celestial, do qual os grupos egoicos formam um centro.

7. O Grande Homem celestial.

… Todo homem que empreende o desenvolvimento ocultista e aspira ao superior passou pela etapa do homem comum, o qual se considera isolado e atua pelo que lhe parece bom para si mesmo. O aspirante vai atrás de algo diferente: procura se fundir com seu Eu superior e com tudo quanto esta expressão implica.

As etapas mais avançadas, com todas as suas complexidades, são segredos da Iniciação, com os quais nada temos a fazer.

A aspiração por chegar ao Ego e absorver essa consciência superior, com o desenvolvimento subsequente da consciência grupal, diz respeito diretamente àqueles que lerão estas cartas. É o próximo passo para os que se encontram no Caminho de Provação. Não se alcança pela simples dedicação de trinta minutos por dia a certas formas de meditação. Implica em um empenho, hora após hora, ao longo de todo o dia e todos os dias, de manter a consciência o mais próximo possível do elevado tom alcançado na meditação matutina. Pressupõe a determinação de considerar a si mesmo, a todo momento, como o Ego e não como a personalidade diferenciada. Mais adiante, quando o Ego assumir maior controle, implicará na capacidade de se ver como parte de um grupo, sem interesses nem desejos, objetivos nem anseios em separado do bem do grupo. Demanda uma vigilância constante, a cada hora do dia, para evitar voltar novamente à vibração inferior. Requer uma batalha constante com o eu inferior que nos arrasta para baixo; é uma luta incessante para manter a vibração superior. E o objetivo – procuro inculcar-lhes este ponto – é desenvolver o hábito da meditação durante todo o dia e o viver na consciência superior, para que se torne tão estável que a mente inferior, o desejo e os elementais físicos fiquem tão atrofiados e inanes por falta de nutrição que a tríplice natureza inferior torne-se simplesmente o meio pelo qual o Ego se põe em contato com o mundo, para fins de ajudar à raça. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 2. Pelas graduais expansões de consciência, que resultam do treinamento ministrado, levando o homem passo a passo até fazer contato com seu Eu Superior, seu Mestre, seu grupo egoico, o Primeiro Iniciador, o Supremo Iniciador Uno, até fazer contato com o Senhor do seu Raio e entrar no âmago de seu “Pai que está no Céu”. (Cartas sobre Meditação Ocultista) 3. Todo aquele que se esforça por alcançar maestria, que luta para realizar e trabalha para expandir sua consciência, produzindo algum efeito em espirais cada vez mais amplas sobre aqueles com quem se põe em contato, sejam devas, homens ou animais, quer saiba ou não, mesmo que seja totalmente inconsciente de que as sutis emanações estimulantes que saem dele sejam um fato, ainda assim a lei atua.

(Tratado sobre o Fogo Cósmico) 4. O homem está realizando muito trabalho para outros homens e, mediante o esforço científico, religioso e educacional, a consciência humana está se expandindo de maneira constante, até que, um por um, os Filhos de Deus rompam as suas limitações para o mundo das almas. Fazendo uma retrospectiva da história, é possível ver com clareza o quadro do prisioneiro que emerge, o Homem. Pouco a pouco venceu os limites planetários; pouco a pouco foi evoluindo da etapa do homem das cavernas até a de um Shakespeare, um Newton, um Leonardo da Vinci, um Einstein, um São Francisco de Assis, um Cristo e um Buda. A capacidade do homem de conseguir se destacar em qualquer campo da atividade humana parece praticamente ilimitada e, se nos últimos mil anos vimos um crescimento tão extraordinário, o que não veremos nos próximos cinco mil! Se o homem pré-histórico, pouco mais que um animal, cresceu até se tornar um gênio, qual não será o desenvolvimento à medida que a inata presença divina se faça sentir mais?

O super-homem está entre nós. Como será o mundo quando toda a humanidade tender para a manifestação concreta dos poderes sobre-humanos?

A consciência do homem está se liberando em diferentes direções e dimensões. Está se expandindo no mundo das realidades espirituais e começando a englobar o quinto reino ou reino espiritual, o das almas.

Está interpenetrando o mundo do esforço sobre-humano através da pesquisa científica, e investigando os inúmeros aspectos da Forma de Deus e das formas que constituem a Forma. (TSMB) 5. Paulatinamente está se desenvolvendo uma consciência, percepção e sensibilidade ao contato, cada vez mais ampla e inclusiva, e é a consciência de Deus, a percepção do Logos solar e a sensibilidade de um Filho de Deus cósmico.A forma através da qual essa Vida se expressa e o mecanismo de resposta sensível através do qual essa Consciência atua, são de importância secundária e de natureza de mecanismo automático. No entanto, é o mecanismo com o qual estamos identificados e esquecemos de que é apenas uma expressão de um aspecto da consciência e que indica, em um momento específico, o ponto de evolução da entidade animadora. Permitam-me repetir: os dois fatores de maior importância durante a manifestação são: a consciência que evolui e a vida que se manifesta. Quando isto for levado em conta, será observado que cada etapa do caminho aparece como um reino da natureza. Cada um desses reinos conduz o aspecto consciência a uma etapa superior de perfeição e expressa maior sensibilidade e capacidade de resposta às condições ambientais externas e internas que as do reino anterior. Cada um manifesta uma revelação mais plena da glória interna e oculta. Quando, porém, uma unidade de vida submerge na forma e quando a consciência se identifica (em tempo e espaço) com qualquer forma determinada, não lhe é possível compreender sua divindade nem a expressar conscientemente. Sua psicologia é a do parcial e do particular, e não a da totalidade e do universal. Quanto maior e mais estreita for a identificação com o aspecto forma, maiores serão a unidade inferior e a síntese, mas, ao mesmo tempo, tanto maior a escuridão e, falando em termos simbólicos, mais densa será a prisão. Assim é a consciência nos reinos inferiores ou subumanos da natureza. Quanto mais a unidade de vida se identificar com “aquele que é consciente”, tanto maior será a consciência dos três reinos superiores, o super-humano. A tragédia, o problema e a glória do homem está em que ele é capaz de se identificar com ambos os aspectos – a forma e a vida e seu estado psicológico é tal que durante o período em que faz parte do reino humano, seu reino, sua consciência flutua entre estes pares de opostos. Ele pode se identificar com as formas subumanas, o que invariavelmente faz nas primeiras etapas. Ele pode se identificar com o aspecto vida, o que faz nas etapas finais. Nas etapas intermediárias, a do homem comum, está violentamente dividido entre ambos, e ele próprio é o campo de batalha.

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