6 PEREGRINO RETORNOU!

A partir de agora o teu caminho está aberto para cruzares o portal de Virya, o quinto dos Sete Portais.

Estás agora no caminho que leva ao porto de Dhyana, o sexto, o portal de Bodhi.

O portão de Dhyana é como um vaso de alabastro, branco e transparente. Dentro dele arde um fogo dourado e constante, a chama de Prajna, que se irradia de Atma.

Tu és este vaso.

Tu te afastaste dos objetos dos sentidos, viajaste pelo “Caminho da visão”, pelo “Caminho da escuta”, e ficaste diante da luz do Conhecimento. Agora chegaste ao estado de Titiksha.1Titiksha é o quinto estado de Raja Yoga – um estado de suprema indiferença; submissão, se necessário, ao que é chamado de “prazeres e dores por todos”; mas sem experimentar prazer nem dor a partir de tal submissão. Em resumo, é o fato de tornar-se fisicamente, mentalmente e moralmente indiferente e insensível tanto a prazer quanto a dor.

Ó, Narjol, estás em segurança.

Sabe, ó Vencedor dos Pecados, que assim que um Sowane 2Sowane é aquele que põe em prática Sowan, o primeiro caminho em Dhyana – um Srotapatti.atravessa o sétimo Caminho, toda a natureza vibra com uma profunda e respeitosa alegria, e se sente submissa. A estrela prateada transmite agora com seu brilho a notícia para as flores noturnas, o córrego transmite a história para as suas pedras; as ondas escuras do oceano a contam, rugindo, para as rochas cobertas de espuma; brisas carregadas de aromas cantam a notícia para os vales, e pinheiros imponentes murmuram, misteriosamente: “Surgiu um Mestre, um MESTRE DO DIA” 3“Dia” significa aqui um Manvântara, um período de uma duração incalculável

Ele se ergue agora como uma coluna branca a Oeste, sobre cuja face o Sol nascente do pensamento eterno lança as suas ondas mais gloriosas. Sua mente se estende pelo espaço sem praias como um oceano calmo e sem limites. Ele tem a vida e a morte em sua mão forte.

Sim, ele é poderoso.

O poder vital libertado nele, aquele poder que é ELE PRÓPRIO, pode erguer o tabernáculo da ilusão acima dos Deuses, acima do grande Brahm e de Indra. Agora ele irá certamente obter sua grande recompensa!

Ele não usará os dons que lhe são dados para obter seu próprio descanso e sua bem-aventurança, sua bem merecida felicidade e sua glória – ele, que venceu a Grande Ilusão?

Não, ó aspirante à sabedoria oculta da Natureza! Para quem quer seguir os passos do santo Tathágata, aqueles dons e poderes não pertencem ao Eu.

Queres colocar, assim, uma barragem para conter as águas nascidas no Sumeru? 4O monte Meru, a montanha sagrada dos Deuses. Irás desviar a correnteza para o teu próprio uso, ou a mandarás de volta para a sua fonte primordial, ao longo dos pontos mais altos dos ciclos?

Se queres que a corrente de conhecimentos da Sabedoria que nasce dos céus – duramente obtida por ti – permaneça sendo como uma água que se movimenta docemente, então não deves permitir que ela se transforme num lago estagnado.

Sabe que, se queres ser um colaborador de Amitabha, a “Idade Ilimitada”, então, assim como fazem os dois Bodhisattvas 5Na simbologia do budismo do norte, considera-se que Amitabha ou “Espaço Infinito” (Parabrahman) tem em seu paraíso dois Bodhisattvas – Kwan-shi-yin e Taishishi – que sempre irradiam luz sobre os três mundos em que eles viveram, inclusive o nosso próprio mundo (veja a próxima nota, abaixo), para ajudar com esta luz (do conhecimento) a instrução dos Iogues, que, por sua vez, salvarão os homens. A posição elevada deles no reino de Amitabha se deve a ações realizadas pelos dois, como Iogues, quando estavam na Terra, diz a alegoria., deves transmitir ao longo de todos os três mundos 6Estes três mundos são os três planos da existência, o terrestre, o astral e o espiritual.

a luz adquirida.

Sabe que a corrente de conhecimento super-humano e a Sabedoria dos Devas que conquistaste devem ser derramados a partir de ti – um canal de Alaya – para outro leito.

Sabe, ó Narjol – tu que és do Caminho Secreto – que as águas puras desta corrente devem ser usadas para tornar mais suaves as amargas ondas do Oceano, aquele poderoso mar de sofrimento formado pelas lágrimas dos homens.

Ah! Quando tiveres te tornado como uma estrela fixa no mais elevado dos céus, esta clara esfera celeste deverá brilhar desde as profundezas do espaço para todos – exceto para si mesma; ela deve transmitir a luz a todos, mas não tirá-la de ninguém.

Ah! Quando tiveres te tornado como a pura neve nos vales das montanhas, fria e insensível ao toque, mas quente e protetora para a semente que dorme bem abaixo dela – é esta neve que deve receber o frio destruidor, os ventos do norte, defendendo assim do seu dente agudo e cruel a terra que contém a prometida colheita, a colheita que alimentará os famintos.

Condenado por ti mesmo a viver durante futuros Kalpas 7Ciclos de eras., sem agradecimento e sem ser percebido pelos homens, encaixado como uma pedra entre as outras incontáveis pedras que formam o “Muro Protetor”8O “Muro Protetor” ou “Muro de Proteção”. O ensinamento afirma que os esforços acumulados de grande número de gerações de Iogues, Santos e Adeptos, e especialmente de Nirmanakayas, criaram de certo modo um muro de proteção ao redor da humanidade, que a defende invisivelmente de males ainda maiores do que aqueles que são percebidos.– este será o teu futuro, se passares pelo sétimo Portão. Construído pelas mãos de muitos Mestres da Compaixão, erguido pelas suas agonias, cimentado com o seu sangue, este muro defende a humanidade desde que o homem é homem, protegendo-a de misérias e sofrimentos muito maiores.

E no entanto o homem não o vê, não o percebe, nem dá atenção à palavra da Sabedoria porque ele não tem conhecimento.

Mas tu escutaste, tu sabes de tudo, tu, Alma dedicada e sem astúcia  . . . . . . . e tu deves escolher.

Portanto, escuta mais uma vez.

No Caminho do Sowan, ó Srotapatti 9Sowan e Srotapatti são termos sinônimos., tu estás seguro. Sim, naquele Marga 10Marga – Caminho.em que só a escuridão vem ao encontro do peregrino exausto, em que as mãos feridas por espinhos derramam sangue, os pés são cortados por pedras agudas e inflexíveis e Mara tem os seus braços mais fortes – logo depois há uma grande recompensa.

Calmo e imperturbável, o Peregrino avança pela correnteza que leva ao Nirvana. Ele sabe que quanto mais os seus pés sangrarem mais estará purificado. Ele sabe bem que dentro de sete breves e passageiros renascimentos o Nirvana será seu . . . . .

Este é o Caminho de Dhyana, o porto seguro do Iogue, a meta abençoada que os Srotapattis buscam. Não será assim quando ele tiver cruzado e vencido o Caminho do Aryahata.11Do sânscrito “Arhat ou “Arhan”.

Nele Klesha 12Klesha é o amor pelo prazer ou pela satisfação mundana, boa ou má. é destruído para sempre, e as raízes de Tanha 13Tanha, a vontade de viver, que causa o renascimento.são arrancadas. Mas espera, Discípulo . . . . . . Uma palavra ainda. Tu podes destruir a divina COMPAIXÃO? A compaixão não um atributo. Ela é a Lei das LEIS – eterna Harmonia, o EU de Alaya; a essência universal sem praias, a luz do que é eternamente Correto, a adequação de todas as coisas, a lei do Amor eterno.

Quanto mais tu te tornares um com ela – com o teu ser dissolvendo-se no SER dela – , quanto mais tua Alma se unir com aquilo que É, mais tu te tornarás ABSOLUTA COMPAIXÃO.14Esta “compaixão” não deve ser vista como o “Deus, ou amor divino” dos teístas. Compaixão significa aqui uma lei abstrata, impessoal, cuja natureza, sendo absoluta Harmonia, é lançada em confusão por discórdia, sofrimento e pecado.

Este é o Caminho Árya, o caminho dos Buddhas da perfeição.

Contudo, pergunto o que significam os textos sagrados, que te fazem dizer:

“OM! Creio que não são todos os Arhats que colhem os doces resultados do Caminho Nirvânico.” “OM! Creio que nem todos os Buddhas entram no Nirvana-Dharma.”15Thegpa Chenpoido. “Mahayana Sutra”, “Invocação aos Buddhas de Compaixão”, Parte I, iv. Na fraseologia do budismo do norte, todos os grandes Arhats, Adeptos e Santos são chamados de Buddhas.

Sim, no Caminho Árya tu já não és Srotapatti, és um Bodhisattva.16Um Bodhisattva é, na hierarquia, menos que um “Buddha perfeito”. Na linguagem exotérica, é muito comum confundir os dois. No entanto, a percepção popular, espontânea e correta, coloca, devido ao auto-sacrifício, o Bodhisattva acima de um Buddha como um objeto de reverência. A corrente foi atravessada. É verdade que tens direito à vestimenta de Dharmakaya; mas o Sambhogakaya é maior que um habitante do Nirvana, e maior ainda é o Nirmanakaya – o Buddha de Compaixão. 17Esta mesma reverência popular chama de Buddhas de Compaixão aqueles Bodhisattvas que, tendo alcançado o nível de um Arhat (isto é, tendo completado o quarto ou sétimo Caminho) , se recusam a passar para o estado nirvânico ou a “usar o manto de Dharmakaya e cruzar para a outra margem”, porque assim ficaria fora do seu alcance ajudar os homens, ainda que dentro do pouco que o Carma permite. Eles preferem permanecer invisivelmente presentes no mundo (em espírito, digamos) e contribuir para a salvação dos homens influenciando-os a seguir a Boa Lei, isto é, conduzindo-os pelo Caminho da Retidão. Faz parte do budismo exotérico do norte homenagear todos estes grandes personagens como Santos, e oferecer até mesmo orações a eles, assim como os gregos e os católicos fazem em relação a seus santos e protetores ; por outro lado, os ensinamentos esotéricos não aprovam tais práticas. Há uma grande diferença entre os dois ensinamentos. O leigo exotérico dificilmente conhece o verdadeiro significado da palavra Nirmanakaya – e isso explica a confusão e as explicações inadequadas dos Orientalistas. Por exemplo, Schlagintweit acredita que o corpo-Nirmanakaya significa a forma física adotada pelos Buddhas quando eles encarnam na terra – “o menos sublime dos seus fardos terrestres” (ver “Buddhism in Tibet”) – e ele prossegue construindo uma visão inteiramente falsa do assunto. O verdadeiro ensinamento, no entanto, é o seguinte. Os três corpos ou formas Búdicas são:Nirmanakaya. Sambhogakaya. Dharmakaya. A primeira é aquela forma etérea que o indivíduo assumiria quando, deixando o seu corpo físico, aparecesse em seu corpo astral – mas tendo por acréscimo todo o conhecimento de um Adepto. O Bodisattva desenvolve esta forma em si mesmo enquanto avança pelo Caminho. Tendo alcançado a meta e recusado tirar proveito dela, ele permanece na Terra como um Adepto; e quando morre, ao invés de ir ao Nirvana, ele permanece naquele corpo glorioso que teceu para si próprio, invisível para a humanidade não-iniciada, cuidando dela e protegendo-a. Sambhogakaya é o mesmo, mas com o esplendor adicional das “três perfeições”, uma das quais é a completa obliteração de toda preocupação terrestre. O corpo Dharmakaya é o corpo de um Buddha completo, isto é, não é corpo algum, mas um sopro ideal: Consciência unida Consciência Universal, ou Alma destituída de qualquer atributo. Uma vez que passa a ser um Dharmakaya, um Adepto ou Buddha deixa para trás toda possível relação com, ou pensamento em função de, esta terra. Assim, para tornar-se capaz de ajudar a humanidade, um Adepto que conquistou o direito ao Nirvana “renuncia ao corpo Dharmakaya”, na linguagem mística: ele mantém, do Sambhogakaya, apenas o grande e completo conhecimento, e permanece no seu corpo Nirmanakaya . A Escola Esotérica ensina que Gautama Buddha, com vários dos seus Arhats, é um destes Nirmanakayas, e que, devido à sua grande renúncia e ao seu sacrifício pela humanidade, não há nenhum mais elevado que ele.

Inclina agora tua cabeça e escuta bem, ó Bodhisattva – a Compaixão fala, e ela diz: “Pode haver bem-aventurança quando tudo que vive é obrigado a sofrer? Tu serás salvo, enquanto escutas o mundo todo chorar?”

Agora ouviste o que foi dito.

Alcançarás o sétimo estágio e atravessarás o portão do conhecimento final, mas apenas para te ligares dor. Se queres ser Tathágata, segue os passos do teu predecessor, permanece sem egoísmo até o final interminável.

Tu estás iluminado – escolhe o teu caminho.

Olha a agradável luz que inunda o céu do Oriente. O céu e a terra se unem em sinais de louvor. Dos quatro Poderes manifestados, surge um canto de amor -; tanto da chama do Fogo como do fluir da Água; e da Terra de cheiro doce; e do rápido Vento.

Escuta! . . . . . do vórtice insondavelmente profundo da luz dourada que banha o Vencedor, surge em um milhar de tons a voz sem palavras de TODA A NATUREZA para proclamar:

FELICIDADE PARA VOCÊS, Ó HOMENS DE MYALBA.18Myalba é a nossa terra – corretamente chamada de “Inferno”, e o maior dos infernos, pela Escola Esotérica. A Doutrina Esotérica não conhece qualquer inferno, ou lugar de punição, exceto um planeta que carrega uma humanidade, uma Terra. Avitchi é um estado, não um local.UM PEREGRINO RETORNOU “DA OUTRA MARGEM”. UM NOVO ARHAN NASCEU.19Esta frase significa que nasceu mais um Salvador da humanidade, que irá levar seres humanos ao Nirvana final, isto é, até além do ciclo de vidas.PAZ A TODOS OS SERES.20Esta é só uma das variações da fórmula que segue invariavelmente cada Tratado, Invocação ou Instrução. Pode ser “Paz a todos os seres”, “Bênçãos a tudo que vive”, etc., etc.

Final de

A Voz do Silêncio

Notas de Rodapé

  • 1
    Titiksha é o quinto estado de Raja Yoga – um estado de suprema indiferença; submissão, se necessário, ao que é chamado de “prazeres e dores por todos”; mas sem experimentar prazer nem dor a partir de tal submissão. Em resumo, é o fato de tornar-se fisicamente, mentalmente e moralmente indiferente e insensível tanto a prazer quanto a dor.
  • 2
    Sowane é aquele que põe em prática Sowan, o primeiro caminho em Dhyana – um Srotapatti.
  • 3
    “Dia” significa aqui um Manvântara, um período de uma duração incalculável
  • 4
    O monte Meru, a montanha sagrada dos Deuses.
  • 5
    Na simbologia do budismo do norte, considera-se que Amitabha ou “Espaço Infinito” (Parabrahman) tem em seu paraíso dois Bodhisattvas – Kwan-shi-yin e Taishishi – que sempre irradiam luz sobre os três mundos em que eles viveram, inclusive o nosso próprio mundo (veja a próxima nota, abaixo), para ajudar com esta luz (do conhecimento) a instrução dos Iogues, que, por sua vez, salvarão os homens. A posição elevada deles no reino de Amitabha se deve a ações realizadas pelos dois, como Iogues, quando estavam na Terra, diz a alegoria.
  • 6
    Estes três mundos são os três planos da existência, o terrestre, o astral e o espiritual.
  • 7
    Ciclos de eras.
  • 8
    O “Muro Protetor” ou “Muro de Proteção”. O ensinamento afirma que os esforços acumulados de grande número de gerações de Iogues, Santos e Adeptos, e especialmente de Nirmanakayas, criaram de certo modo um muro de proteção ao redor da humanidade, que a defende invisivelmente de males ainda maiores do que aqueles que são percebidos.
  • 9
    Sowan e Srotapatti são termos sinônimos.
  • 10
    Marga – Caminho.
  • 11
    Do sânscrito “Arhat ou “Arhan”.
  • 12
    Klesha é o amor pelo prazer ou pela satisfação mundana, boa ou má.
  • 13
    Tanha, a vontade de viver, que causa o renascimento.
  • 14
    Esta “compaixão” não deve ser vista como o “Deus, ou amor divino” dos teístas. Compaixão significa aqui uma lei abstrata, impessoal, cuja natureza, sendo absoluta Harmonia, é lançada em confusão por discórdia, sofrimento e pecado.
  • 15
    Thegpa Chenpoido. “Mahayana Sutra”, “Invocação aos Buddhas de Compaixão”, Parte I, iv. Na fraseologia do budismo do norte, todos os grandes Arhats, Adeptos e Santos são chamados de Buddhas.
  • 16
    Um Bodhisattva é, na hierarquia, menos que um “Buddha perfeito”. Na linguagem exotérica, é muito comum confundir os dois. No entanto, a percepção popular, espontânea e correta, coloca, devido ao auto-sacrifício, o Bodhisattva acima de um Buddha como um objeto de reverência.
  • 17
    Esta mesma reverência popular chama de Buddhas de Compaixão aqueles Bodhisattvas que, tendo alcançado o nível de um Arhat (isto é, tendo completado o quarto ou sétimo Caminho) , se recusam a passar para o estado nirvânico ou a “usar o manto de Dharmakaya e cruzar para a outra margem”, porque assim ficaria fora do seu alcance ajudar os homens, ainda que dentro do pouco que o Carma permite. Eles preferem permanecer invisivelmente presentes no mundo (em espírito, digamos) e contribuir para a salvação dos homens influenciando-os a seguir a Boa Lei, isto é, conduzindo-os pelo Caminho da Retidão. Faz parte do budismo exotérico do norte homenagear todos estes grandes personagens como Santos, e oferecer até mesmo orações a eles, assim como os gregos e os católicos fazem em relação a seus santos e protetores ; por outro lado, os ensinamentos esotéricos não aprovam tais práticas. Há uma grande diferença entre os dois ensinamentos. O leigo exotérico dificilmente conhece o verdadeiro significado da palavra Nirmanakaya – e isso explica a confusão e as explicações inadequadas dos Orientalistas. Por exemplo, Schlagintweit acredita que o corpo-Nirmanakaya significa a forma física adotada pelos Buddhas quando eles encarnam na terra – “o menos sublime dos seus fardos terrestres” (ver “Buddhism in Tibet”) – e ele prossegue construindo uma visão inteiramente falsa do assunto. O verdadeiro ensinamento, no entanto, é o seguinte. Os três corpos ou formas Búdicas são:Nirmanakaya. Sambhogakaya. Dharmakaya. A primeira é aquela forma etérea que o indivíduo assumiria quando, deixando o seu corpo físico, aparecesse em seu corpo astral – mas tendo por acréscimo todo o conhecimento de um Adepto. O Bodisattva desenvolve esta forma em si mesmo enquanto avança pelo Caminho. Tendo alcançado a meta e recusado tirar proveito dela, ele permanece na Terra como um Adepto; e quando morre, ao invés de ir ao Nirvana, ele permanece naquele corpo glorioso que teceu para si próprio, invisível para a humanidade não-iniciada, cuidando dela e protegendo-a. Sambhogakaya é o mesmo, mas com o esplendor adicional das “três perfeições”, uma das quais é a completa obliteração de toda preocupação terrestre. O corpo Dharmakaya é o corpo de um Buddha completo, isto é, não é corpo algum, mas um sopro ideal: Consciência unida Consciência Universal, ou Alma destituída de qualquer atributo. Uma vez que passa a ser um Dharmakaya, um Adepto ou Buddha deixa para trás toda possível relação com, ou pensamento em função de, esta terra. Assim, para tornar-se capaz de ajudar a humanidade, um Adepto que conquistou o direito ao Nirvana “renuncia ao corpo Dharmakaya”, na linguagem mística: ele mantém, do Sambhogakaya, apenas o grande e completo conhecimento, e permanece no seu corpo Nirmanakaya . A Escola Esotérica ensina que Gautama Buddha, com vários dos seus Arhats, é um destes Nirmanakayas, e que, devido à sua grande renúncia e ao seu sacrifício pela humanidade, não há nenhum mais elevado que ele.
  • 18
    Myalba é a nossa terra – corretamente chamada de “Inferno”, e o maior dos infernos, pela Escola Esotérica. A Doutrina Esotérica não conhece qualquer inferno, ou lugar de punição, exceto um planeta que carrega uma humanidade, uma Terra. Avitchi é um estado, não um local.
  • 19
    Esta frase significa que nasceu mais um Salvador da humanidade, que irá levar seres humanos ao Nirvana final, isto é, até além do ciclo de vidas.
  • 20
    Esta é só uma das variações da fórmula que segue invariavelmente cada Tratado, Invocação ou Instrução. Pode ser “Paz a todos os seres”, “Bênçãos a tudo que vive”, etc., etc.
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