“O Senhor Bendito disse:
“Destemor, pureza de coração, perseverança na busca de conhecimento e meditação Yoga, doações, autodomínio, sacrifício, estudo dos Vedas, penitências ascéticas, retidão, abstenção de ferir, veracidade, abstenção de raiva, renúncia, tranquilidade, abstenção de relatar as imperfeições de outros, compaixão por todas as criaturas, ausência de cobiça, bondade, modéstia, ausência de inquietação, energia, perdão, firmeza, limpeza, ausência de vontade de disputar ou discutir, ausência de vaidade, esses se tornam daquele, ó Bhārata, que é nascido para posses divinas.
Hipocrisia, orgulho, presunção, cólera, rudeza e ignorância, são, ó filho de Pṛthā, dele que é nascido para posses demoníacas.
Posses divinas são consideradas para libertação; as demoníacas para escravidão. Não te aflijas, ó filho de Pāṇḍu, pois tu és nascido para posses divinas. (Há) dois tipos de seres criados neste mundo, isto é, os divinos e os demoníacos. Os divinos foram descritos detalhadamente. Ouve agora, de mim, ó filho de Pṛthā, acerca dos demoníacos.
Pessoas de natureza demoníaca não conhecem inclinação para ações corretas nem aversão por todas as ações injustas. Nem pureza, nem boa conduta, nem veracidade existem neles.
Eles dizem que o universo é desprovido de verdade, de princípio guia, e de soberano; produzido pela união de um com o outro, macho e fêmea por luxúria, e nada mais. Sujeitos a esse ponto de vista, esses homens perdidos, de pouca inteligência, e feitos violentos, esses inimigos do mundo, nascem para a destruição do universo. Nutrindo desejos que são insaciáveis, e dotados de hipocrisia, presunção e tolice, eles adotam falsas noções por ilusão e se engajam em práticas profanas.
Nutrindo pensamentos ilimitados são limitados somente pela morte, e considerando o desfrute de seus desejos como o maior objetivo, eles estão convencidos de que isso é tudo. Presos pelas centenas de laços da esperança, viciados em luxúria e raiva, eles cobiçam obter esta riqueza hoje, “Isto eu obterei mais tarde‟, “Esta riqueza eu tenho‟, “Esta riqueza será minha além do mais‟, “Este inimigo foi morto por mim‟, “Eu matarei outros‟, “Eu sou o senhor‟, “Eu sou o desfrutador‟, “Eu sou bem sucedido, poderoso, feliz‟, “Eu sou rico e de nascimento nobre‟, “Quem mais há que é como eu?‟, “Eu sacrificarei‟, “Eu farei doações‟, “Eu serei alegre‟, assim iludidos pela ignorância, jogados de lá para cá por numerosos pensamentos, envolvidos nas redes da ilusão, apegados ao desfrute de objetos de desejo, eles afundam no inferno hediondo.
Presunçosos, teimosos, cheios de orgulho, e excitação de riqueza, eles realizam sacrifícios que são nominalmente assim, com hipocrisia e contra a ordenança prescrita. Ligados à vaidade, poder, orgulho, luxúria e ira, esses difamadores odeiam a Mim em seus próprios corpos e naqueles de outros.
Esses que têm ódio de Mim, cruéis, os mais vis entre os homens, e pecaminosos, eu lanço continuamente para baixo em úteros demoníacos. Entrando em úteros demoníacos, iludidos nascimento após nascimento, eles, ó filho de Kuntī, sem alcançarem a Mim descem ao estado mais vil.
Triplo é o caminho para o inferno, desastroso para o ser, isto é, luxúria, ira, e avareza igualmente. Portanto, esses três uma pessoa deve abandonar. Livre desses três portões da escuridão, um homem, ó filho de Kuntī, realiza o seu próprio bem-estar, e então se dirige para a sua meta mais elevada. Aquele que, abandonando as ordenanças das escrituras, age somente sob os impulsos do desejo, nunca alcança a perfeição, nem a felicidade, nem a meta mais sublime.
Portanto, as escrituras devem ser a tua autoridade em determinar o que deve ser feito e o que não deve ser feito. Cabe a ti trabalhar aqui, tendo averiguado o que é declarado pelas ordenanças das escrituras.’“