2. A segunda sugestão é cultivar a indiferença – aquela indiferença espiritual que não presta atenção indevida ao corpo físico, às disposições de ânimo e de sentimento nem às ilusões mentais. O corpo existe e deve receber o cuidado correspondente; as disposições de ânimo e de sentimento são potentes e desgastantes, e delas advém grande parte do seu desconforto físico. Lide com elas sem combatê-las, mas substituindo-as por outros interesses, ignorando-as e tratando-as com indiferença, até que morram por falta de atenção e sejam exauridas lentamente. Você presta atenção demais às coisas não essenciais. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 3. Quando o discípulo aprenderá que a atitude de ‘não me importa’ e certa forma de indiferença são um dos caminhos mais rápidos para liberar o Eu das demandas da personalidade? Esta atitude de ‘não me importa’ não é a que afetará a atitude do discípulo para outras pessoas. É a atitude da personalidade pensante e integrada do discípulo frente ao corpo astral ou emocional. Assume a posição de que não tem importância alguma aquilo que produz dor ou angústia ao corpo emocional. Estas reações são simplesmente aceitas, vividas e toleradas sem deixar que se convertam em limitações. Os discípulos fariam bem em refletir sobre o que acabo de dizer. Todo o processo se baseia na crença profundamente arraigada da persistência do Ser imortal nas formas da alma e da personalidade. (Discipulado na Nova Era, Volume I) (g)ImpessoalidadeQuando um homem está começando a viver como alma e sua consciência se afastou do mundo da ilusão, ele então poderá ser útil. A primeira lição que deve aprender é o sentido dos valores em tempo e espaço, e saber que trabalhamos com almas e não nutrimos a personalidade.
Estas palavras parecem muito severas para vocês? Neste caso, isso quer dizer que ainda estão um tanto autocentrados e enamorados da própria alma individual, que não fizeram o devido contato com ela, e talvez não tenham sentido dela nada mais do que a vibração. Ainda não têm a real visão da necessidade do mundo que os liberará da ambição pessoal e dará liberdade para trabalhar como nós fazemos (no lado subjetivo) sem pensar no eu ou na felicidade espiritual, sem nenhum desejo de qualquer tarefa autonomeada, nenhuma ânsia por pomposas promessas de triunfos futuros e sem nenhuma pretensão imperativa pelo compassivo contato com aqueles de consciência mais avançada que a nossa. Se isto está além da sua compreensão, reconheçam e compreendam que não há culpa. Indica apenas o terreno em que estão e que a ilusão do plano astral ainda os escraviza e os leva a colocar as reações da personalidade na frente da realização grupal. Enquanto caminharem neste plano e atuarem neste nível de consciência, não é possível atraí-los conscientemente para o grupo dos Mestres nos níveis mentais. Ainda são muito destrutivos e pessoais; tenderiam a prejudicar o grupo e causar dificuldades e (pelo estímulo grupal), veriam coisas com uma clareza para a qual ainda não estão preparados, e com isso ficariam abalados. Precisam aprender a aceitar as lições contidas na aceitação da orientação da própria alma e a trabalhar com harmonia e impessoalidade no plano físico com o grupo ou grupos a que o destino os impulsionou. Quando aprenderem a lição do autoesquecimento, quando não buscarem nada para o eu separado, quando permanecerem firmes sobre seus próprios pés e buscarem ajuda internamente, quando a tendência da sua vida for pela colaboração, então passarão da etapa do Observador para a do Comunicador. Isto ocorrerá quando for possível confiar em que comunicarão somente o que é impessoal e verdadeiramente construtivo, e que não nutrirão a natureza emocional nem satisfarão os desejos do eu. (Psicologia Esotérica, Volume I) (h)Desapego1. É preciso adquirir aquele desapego interno e divino de quem vê a vida em sua real perspectiva.
O homem torna-se então livre, sem se afetar por nada do que possa ocorrer. A atitude ideal para você é a do Observador, que de maneira alguma se identifica com o que acontece nos planos físico e emocional, e cuja mente é um límpido refletor da verdade, a verdade percebida intuitivamente, porque não há reações mentais violentas nem respostas emocionais. Os veículos de percepção estão passivos e, portanto, nada impede a atitude correta. Alcançando esse estado de consciência, você poderá ensinar com poder e, ao mesmo tempo, possuirá o que deve ensinar. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 2. Você está aprendendo a se desapegar das pessoas e das mãos pegajosas daquelas presenças exigentes que clamam por sua atenção na vida delas. Esta liberação deve aumentar à medida que se esforça por atender de maneira perfeita a necessidade dos que o circundam e, ao mesmo tempo, você deve continuar com poder crescente, desapegando-se da fixação interna dessas pessoas sobre você. Elas não devem chegar até a fortaleza interna da sua alma, onde você deve aprender a permanecer, desapegado e sem medo.
(Discipulado na Nova Era, Volume I) 3. Um dos problemas que todos os discípulos sinceros têm que solucionar é aprender a viver como se o corpo físico não existisse. Com isso quero dizer que uma atitude mental interna deve neutralizar as limitações e impedimentos que o corpo físico impõe sobre a expressão da consciência livre, espiritual, frente à vida e às circunstâncias que constituíram a principal lição nesta encarnação específica. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 4. Uma das primeiras lições que todo discípulo deve aprender é o desenvolvimento do desapego interno que o habilitará a ser absorvido na consciência do irmão e assim saber e determinar a melhor maneira de ajudá-lo e estimulá-lo para um renovado autoesforço. Deve também cultivar a verdadeira humildade que o obrigará a dar tudo o que tem no serviço abnegado e depois esquecer o que deu de si mesmo, não se considerando como um fator no caso. Somente quando o desapego e a humildade estiverem presentes, um discípulo poderá servir realmente. Portanto, cultive essas qualidades e continue dando de si mesmo em serviço. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 5. Viva sempre acima do seu corpo físico; ignorando como se sente e procurando permanecer, tanto quanto possível, com a consciência vigílica fusionada e harmonizada com a da alma. Mesmo que não a sinta, saiba que ela ali está.
Pergunto-me, meu irmão, se é possível fazê-lo ver que a vida de isolamento espiritual de nenhuma maneira é isolamento pessoal. Chegar a este estado do “ser isolado” é para você solucionar muitos dos seus problemas. O isolamento produz a indiferença emocional em relação ao ambiente e às pessoas, mas tratase de uma indiferença espiritual baseada no desapego e no desapaixonamento espirituais. Quando presente, as obrigações e os deveres são cumpridos, mas não há identificação com as pessoas nem com as circunstâncias. A alma permanece livre, desapegada, sem medo e não é regida pelo que existe nos três mundos. Esta é a verdadeira indiferença espiritual. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 6. Seja apegado às almas, meu irmão, mas desapegado das personalidades. As almas curam e ajudam as personalidades uns dos outros. As relações da personalidade exaurem e desvitalizam. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 7. O fracasso de ser desapegado. Você se liga aos que ama, e as aferradoras mãos do amor podem impedir o progresso – não só o seu como também daqueles a quem ama. Compreende isso? Ao vive e amar com os que convivem com você, já se perguntou alguma vez: eu os fortaleço como almas, a fim de que façam frente à vida e prestem serviço? Seu amor, seu insistente e possessivo amor aos que reuniu estreitamente ao seu redor no processo cármico da vida, impede que os ame intensa e realmente… Peçolhes que seu amor seja mais real. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 8. Mantenha sempre a atitude do Observador na cabeça. Desta maneira, o desapego da alma aumentará, enquanto se desenvolve e multiplica o apego da alma às almas. (Discipulado na Nova Era, Volume I) 9. O discípulo aprende oportunamente a saber ser, acima de tudo (quando encarnado), o diretor das forças: ele as dirige da altura do Observador divino e através da obtenção do desapego. Muitas vezes já lhes falei dessas coisas antes. Estas verdades, para vocês, são apenas trivialidades do ocultismo, mas, se pudessem compreender o pleno significado do desapego e permanecer serenos, como o Diretor que observa, não haveria mais nenhuma ação inútil, nenhum erro e nem falsas interpretações, nenhum andar ocioso pelos atalhos da vida diária, não veriam os outros com uma visão distorcida e preconceituosa e – acima de tudo – não haveria uso impróprio de forças. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial)(i)Liberdade1. Sinta-se livre, meu irmão, mas esteja bem seguro de que não exige liberdade porque a afiliação grupal o aborrece. Quanto mais a alma controla a personalidade, menos se preocupará com os problemas de isolamento e liberdade. Sinta-se livre, mas esteja bem seguro de que não exige essa liberdade porque a constante disciplina do treinamento ocultista irrita um temperamento ainda essencialmente místico. Quanto mais a alma o controla, tanto mais a sua mente despertará e o sentimento (no sentido pessoal) se desvanecerá. Sinta-se livre, mas assegure-se de que não demanda liberdade porque a sensação de que fracassou ao organizar seu tempo e submeter sua personalidade a um viver rítmico fere o seu orgulho.
Quanto mais a sua alma o controla, mais seguramente aprenderá a usar o tempo como uma responsabilidade.
(Discipulado na Nova Era, Volume I) 2. Vezes seguidas, ao longo do Caminho, o discípulo se rebelará contra o controle e cairá novamente no espelhismo de sua suposta liberdade. Pode se liberar do controle da personalidade. Pode se liberar do controle das personalidades. Porém, nunca pode se liberar da Lei do Serviço e da constante interação entre homem e homem e alma e alma. Ser livre significa permanecer na clara e límpida luz da alma, que básica e intrinsecamente é consciência grupal. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) (j)SerenidadeJá assinalei o quanto é difícil o processo de absorver um novo discípulo em um Ashram, pois é preciso ensinar a ele a progredir gradualmente da periferia da consciência grupal para o centro. Cada passo adiante deve ser observado cuidadosamente pelo Mestre, a fim de proteger o Ashram de toda atividade perturbadora. Somente quando o discípulo alcança a “serenidade oculta” tem autorização para se enfocar permanentemente dentro da aura grupal, e isso acontece quando se torna consciente da vibração específica e peculiar da aura do Mestre. Daí, como poderemos ver, a necessidade de serenidade.
Assinalaria que serenidade e paz não são a mesma coisa. A paz deve ser sempre temporária e se refere ao mundo do sentimento e às condições suscetíveis de perturbação. É essencial para o progresso e um acontecimento inevitável que cada passo adiante seja marcado por perturbações, pontos de crise e caos, substituídos depois (quando manejados com êxito) por períodos de paz. Mas esta paz não é serenidade, e o discípulo só terá autorização para morar dentro da aura do Mestre quando a serenidade tiver substituído a paz. Serenidade significa aquela calma profunda, desprovida de perturbações emocionais, que caracteriza o discípulo que está enfocado na “mente mantida firme na luz”. A superfície da sua vida pode se achar (do ponto de vista mundano) em estado de violenta ebulição. Tudo o que estima e aprecia nos três mundos, pode estar se desmoronando ao seu redor mas, apesar disso, ele se mantém firme, equilibrado na consciência da alma, e as profundezas de sua vida permanecem imperturbáveis. Não se trata de insensibilidade nem de uma forçada autossugestão, como também não é uma capacidade de exteriorizar a consciência de tal maneira que os acontecimentos individuais sejam ignorados. É a intensidade do sentimento transmutado em compreensão enfocada. Quando isto for alcançado, o discípulo tem o direito de viver dentro da aura do Mestre. Nada resta nele que obrigue o Mestre a desviar a atenção dos esforços vitais para a insignificante tarefa de ajudar o discípulo. (Discipulado na Nova Era, Volume I) (k)Calma Interna1. Tenha paciência. A resistência é uma das características do Ego. O Ego persiste porque sabe que é imortal. A personalidade esmorece porque sabe que o tempo é curto.
Para o discípulo nada ocorre que não esteja previsto no plano, e quando as motivações e a única aspiração do coração são o cumprimento da vontade do Mestre e o serviço à raça, o que acontece tem em si as sementes da próxima empresa e também contém o ambiente necessário para o próximo passo. Temos nisso muito esclarecimento e também aquilo em que o discípulo pode se apoiar quando a visão se anuvia, a vibração fica mais baixa do que talvez devesse estar e o raciocínio se embaça em razão dos miasmas oriundos das circunstâncias do plano físico. Em muitos discípulos, certas coisas que aparecem no corpo astral baseiam-se em antigas vibrações, não têm nenhum fundamento real e o campo de batalha é controlar a situação astral de tal maneira que das ansiedades e preocupações presentes brotem a confiança e a paz, e da ação e interação violentas possa se desenvolver a tranquilidade.
É possível alcançar um ponto em que nada do que acontece pode perturbar a calma interna, em que a paz que transcende toda compreensão é conhecida e experimentada, porque a consciência está centrada no Ego, que é a própria paz, a esfera da vida búdica; em que a própria estabilidade é conhecida e sentida e o equilíbrio reina, porque o centro de vida está no Ego, o qual – em essência – é estabilidade; em que reina a calma, serena e inabalável, porque o divino Conhecedor empunha as rédeas do governo e não permite transtornos oriundos do eu inferior; em que a própria beatitude é alcançada e que não se baseia nas circunstâncias dos três mundos, mas no entendimento interno da existência separada do não-eu, existência que persiste quando tempo e espaço, e tudo que neles contêm, deixam de existir; isto é conhecido quando todas as ilusões dos planos inferiores são vivenciadas, transpostas e transmutadas; isto perdura quando o pequeno mundo do esforço humano tiver se dissipado e desaparecido, passando a ser considerado como nada, estando baseado no conhecimento de que EU SOU AQUELE.
Esta atitude e experiência é para todos aqueles que persistem em seu elevado esforço e a nada dão valor, a não ser alcançar a meta, e que administram um curso resoluto através das circunstâncias, com os olhos fixos na visão futura e os ouvidos atentos à Voz do Deus interno que ressoa no silêncio do coração; os pés firmemente apoiados no caminho que leva ao Portal da Iniciação; as mãos estendidas para ajudar o mundo e toda a vida subordinada ao chamado do serviço. Então, tudo o que vem é para o melhor – doença, oportunidade, sucesso e desenganos, humilhações e maquinações dos inimigos, incompreensão por parte dos seres queridos – tudo é para ser usado e tudo que existe para ser transmutado. Eles se dão conta de que a continuidade da visão, da aspiração e do contato internos são mais importantes do que tudo aquilo. Essa continuidade é o que deve ser visado, não graças às circunstâncias, mas apesar delas.
À medida que o aspirante progride, não apenas equilibra os pares de opostos, como o segredo do coração do seu irmão lhe é revelado. Ele se torna uma força reconhecida no mundo, sendo tido como alguém em quem se pode contar para servir. Os homens recorrem a ele quando precisam de ajuda, pois reconhecem a atividade que desempenha, e ele começa a emitir a sua nota para ser ouvida nas linhas dévicas e humanas.
Assim faz – nesta etapa – por meio da escrita, da palavra falada, dando cursos e ensinamentos, exprimindose por meio da música, da pintura e da arte. De um jeito ou de outro alcança o coração dos homens e se torna um auxiliar e servidor da sua raça. (Iniciação Humana e Solar) 2. Perfeito equilíbrio indica total controle do corpo astral, de maneira que sejam superadas as desordens emocionais ou, pelo menos, reduzidas ao mínimo na vida do discípulo. Indica também, em uma volta superior da espiral, a capacidade de atuar livremente nos níveis búdicos, devido à total liberação (e ao consequente equilíbrio) de todas as influências e impulsos que são motivados a partir dos três mundos.
Este tipo ou qualidade de equilíbrio significa – se refletirmos profundamente – um estado mental abstrato, pois nada do que se considera imperfeição pode criar distúrbios. Seguramente compreenderão que, se estivessem totalmente livres de toda reação emocional, a clareza mental e a capacidade de pensar com clareza aumentariam muito, com tudo o que isso envolve.
Naturalmente, o perfeito equilíbrio de um discípulo-iniciado e o do Mestre-Iniciado é diferente, porque um diz respeito ao efeito que produz ou não nos três mundos e o outro concerne à adaptabilidade ao ritmo da Tríade espiritual. Entretanto, o primeiro tipo de equilíbrio deve preceder a realização posterior, e por isso me ocupo do tema. Este perfeito equilíbrio (que o leitor tem possibilidade de realizar) alcança-se rechaçando as insistências, anseios, impulsos e atrações da natureza astral ou emocional, e também praticando o que já mencionei antes: Indiferença Divina. (Cura Esotérica) (l)ResponsabilidadeDo ponto de vista da ciência esotérica, o sentido de responsabilidade é a primeira e destacada característica da alma. Portanto, na medida do contato do discípulo com a alma, quando vai se tornando uma personalidade inspirada pela alma e, em consequência, sob a direção dela, ele empreenderá a tarefa que lhe é apresentada. (Discipulado na Nova Era, Volume II) (m)SabedoriaA Sabedoria é resultado da Câmara da Sabedoria. Tem a ver com o desenvolvimento da vida dentro da forma, com o progresso do espírito através dos veículos em constante transformação e com as expansões de consciência que se sucedem vida após vida. Trata do lado vida da evolução. Como trata da essência das coisas e não das coisas em si, é a captação intuitiva da verdade, independente da faculdade de raciocínio e é a inata percepção capaz de diferenciar entre o falso e o verdadeiro, entre o real e o irreal. É mais do que isso, pois é também a crescente capacidade do Pensador de penetrar cada vez mais na mente do Logos, de compreender a verdadeira natureza interna do grande espetáculo do universo, de visionar o objetivo e de se harmonizar gradualmente com os ritmos superiores. Pode ser descrita, para o nosso propósito imediato (que é estudar o Caminho da Santidade e suas diversas etapas) como a consumação do “Reino de Deus interno” e a captação do “Reino de Deus externo” no sistema solar. Talvez pudesse ser expressa como a fusão gradual dos caminhos do místico e do ocultista – a construção do Templo da Sabedoria sobre os fundamentos do conhecimento.
A Sabedoria é a ciência do espírito, assim como conhecimento é a ciência da matéria. O conhecimento é separatista e objetivo, enquanto que a sabedoria é sintética e subjetiva. O conhecimento separa, a sabedoria une. O conhecimento faz diferenças, enquanto que a sabedoria mescla bem. Então, o que significa entendimento?
O Entendimento poderia ser definido como a faculdade do Pensador no Tempo de se apropriar do conhecimento como fundamento para a Sabedoria, aquilo que o habilita a adaptar as coisas da forma à vida do espírito e a acolher lampejos de inspiração provenientes da Câmara da Sabedoria e vinculá-los aos fatos da Câmara do Conhecimento. Talvez fosse possível expressar essa ideia da seguinte maneira:
A Sabedoria diz respeito ao Eu, o conhecimento trata do não-eu, enquanto que o entendimento é o ponto de vista do Ego ou Pensador, ou a relação entre o eu e o não-eu.
Na Câmara da Ignorância a forma controla, predominando o aspecto material das coisas. O homem está polarizado na personalidade ou eu inferior. Na Câmara do Conhecimento, o Eu Superior ou Ego batalha para dominar essa forma até que, de maneira gradual, alcança um ponto de equilíbrio, no qual o homem não é totalmente controlado por nenhum dos dois. Posteriormente, o Ego controla cada vez mais, até que, na Câmara da Sabedoria, Ele domina nos três mundos inferiores e a divindade inerente assume o controle total. (Iniciação Humana e Solar) (n)Intuição1. Intuição é a compreensão sintética, prerrogativa da alma, que só se torna possível quando a alma, em seu próprio nível, segue em duas direções: para a mônada e para a personalidade integrada e, talvez, ainda que apenas temporariamente, coordenada e unificada. É o primeiro indício de uma profunda unificação subjetiva que chegará à consumação na terceira iniciação.
Intuição é uma captação abrangente do princípio da universalidade; quando está atuando é, pelo menos temporariamente, uma completa perda do sentido de separatividade. Em seu ponto mais elevado, é reconhecida como aquele Amor Universal que não tem relação com sentimento nem com reação afetiva, mas que se identifica com todos os seres. Conhece-se então a verdadeira compaixão; criticar se torna impossível. Somente então se vê o germe divino como latente em todas as formas.
Intuição é luz em si e, quando está em atuação, vê-se o mundo como luz e os corpos de luz de todas as formas tornam-se gradualmente aparentes. Isto traz consigo a capacidade de fazer contato com o centro de luz em todas as formas, estabelecendo-se assim também uma relação essencial, o sentido de superioridade e separatividade recuando para segundo plano.
A intuição, portanto, ao surgir, traz três qualidades:
(a) Iluminação. Por iluminação não me refiro à luz da cabeça, que é incidental e fenomênica; muitas pessoas verdadeiramente intuitivas desconhecem por completo esta luz. A luz a que me refiro é aquela que irradia o Caminho. É “a luz do intelecto” que significa realmente o que ilumina a mente e pode se refletir no mecanismo mental quando se mantém “firme na luz”. É a “Luz do Mundo”, uma realidade eternamente existente, mas que só pode ser descoberta quando a luz interna individual é reconhecida como tal. É a “Luz das Eras” que brilha cada vez mais até que o Dia esteja conosco. Intuição, portanto, é reconhecer internamente, por experiência própria e não em teoria, a nossa completa identificação com a Mente Universal, que somos parte integrante da grande Vida do mundo e que participamos da Existência que persiste eternamente.
(b) Compreensão… Ter verdadeira compreensão implica em possuir crescente capacidade de amar a todos os seres e, ao mesmo tempo, manter um desapego pessoal, o qual pode se basear facilmente em uma incapacidade de amar, em uma preocupação egoísta pelo próprio conforto – físico, mental ou espiritual e, acima de tudo, emocional. As pessoas que pertencem ao primeiro raio temem a emoção e a desprezam, mas às vezes têm que entrar em um estado emotivo para que possam depois usar a sensibilidade emotiva da maneira correta.
Compreensão implica em fazer contato com a vida como personalidade integrada, mais a reação egoica aos propósitos e planos do grupo. Supõe a unificação alma-personalidade, ampla experiência e uma rápida atividade do princípio crístico interno. A compreensão intuicional é sempre espontânea. Onde há raciocínio para se chegar à compreensão, não é atividade da intuição.
(c) Amor. Como já foi dito, não se trata de um sentimento afetuoso, nem de possuir uma disposição amorosa; esses aspectos são incidentais e consequentes. Quando se desenvolve a intuição, tanto o afeto como a exteriorização de um espírito amoroso se expressarão necessariamente na forma mais pura, mas o que produz isto é algo muito mais profundo e abrangente. É esta captação sintética e inclusiva da vida e das necessidades de todos os seres (escolhi estas duas palavras com toda intenção), que um divino Filho de Deus tem o elevado privilégio de exercer. Suprime tudo o que ergue barreiras, formula críticas e provoca separação. Não vê nenhuma diferença, mesmo quando se dá conta da necessidade e, naquele que ama como alma, produz uma identificação imediata com o que é amado. (Espelhismo (Glamour): Um Problema Mundial) 2. Sempre existiram aqueles que treinaram a mente na arte do claro pensar, concentraram a atenção na consequente receptividade da verdade, mas até agora foram poucos e surgiram eventualmente. São as mentes marcantes das diferentes épocas. Agora, porém, são muitas e surgem cada vez com maior frequência. As mentes da raça estão em processo de treinamento, e muitas à beira de um novo conhecimento. A intuição, que guia todos os pensadores avançados para os novos campos do conhecimento, nada mais é do que a vanguarda da onisciência que caracteriza a alma. A verdade de todas as coisas existe e é denominada onisciência, infalibilidade e “conhecimento correto” na filosofia hindu. Quando o homem capta um fragmento dela e a absorve na consciência racial, recebe a denominação de formulação de uma lei ou de uma descoberta de um dos processos da natureza. Até agora vem sendo uma empresa lenta, feita aos poucos.
Mais adiante, e dentro de não muito tempo, a luz afluirá, a verdade será revelada e a raça tomará posse do seu patrimônio – o patrimônio da alma. (TSMB) 3. Correta ação:
Que critério o homem pode aplicar para saber qual das distintas atividades a empreender é a correta?
Em outras palavras, existe um algo revelador que permita ao homem, inequivocamente, escolher a correta atividade e seguir o caminho correto? Essa pergunta não se refere à escolha entre o caminho do esforço espiritual e o caminho do homem mundano, mas à correta ação quando diante de uma escolha…
Baseado em um sentido interno de orientação, o aspirante pode esperar, sabendo que a seu devido tempo comprovará, ao cerrar todas as portas menos uma, qual é o Caminho a seguir. Existe apenas uma porta aberta pela qual ele pode passar. A intuição é necessária para reconhecê-la…. Neste caso os erros são impossíveis e só se pode empreender a ação correta. …Tudo se reduz a uma compreensão do nosso lugar na escala da evolução. Só o homem altamente evoluído pode conhecer os momentos e tempos próprios e é capaz de discernir adequadamente a sutil diferença entre uma tendência psíquica e a intuição…
O homem, que emprega o bom senso e adota uma linha de ação baseada no emprego da mente concreta não deve praticar o método superior de esperar que se abra uma porta. Está esperando demais no lugar em que se encontra. Ele tem que aprender a resolver seus problemas pela decisão certa e pelo uso correto da mente. Através deste método ele progredirá, pois as raízes do conhecimento intuitivo estão arraigadas profundamente na alma e, portanto, deve estabelecer contato com a alma antes que a intuição possa atuar. Nesta altura só é possível dar uma indicação: a intuição diz respeito sempre à atividade grupal e não aos pequenos assuntos pessoais. Se você ainda está centrado na personalidade deve reconhecer isso e reger suas ações com as faculdades de que dispõe. Se sabe que atua como alma e que está submerso no interesse dos demais e não está impedido pelo desejo egoísta, cumprirá então a obrigação que lhe compete, assumirá a responsabilidade, realizará o seu trabalho grupal e o caminho lhe será aberto enquanto desempenha a tarefa que tem pela frente e realiza seu dever mais imediato. Do dever cumprido com esmero surgirão os deveres maiores que chamamos de trabalho mundial; ao levar a carga da responsabilidade da família, nossos ombros serão fortalecidos, o que nos permitirá suportar as responsabilidades do grupo maior. Qual é então o critério?
Para o aspirante de grau superior, repito, a escolha da forma de atuar depende do uso sensato da mente inferior, do emprego de um sólido bom senso e do esquecimento do bem-estar egoísta e da ambição pessoal. É o que leva ao cumprimento do dever. O discípulo deve empreender, necessária e automaticamente, tudo o que foi dito e, além disso, utilizar a intuição, que lhe revelará o momento em que pode assumir as responsabilidades grupais mais amplas, simultaneamente com as do grupo menor. Reflitam sobre isto. A intuição não revela a forma em que se pode fomentar a ambição, nem como satisfazer o desejo do progresso egoísta. (TSMB) 4. Quando o uso do instrumento subjetivo se tornar voluntário e o ser humano souber como deve ser utilizado, quando utilizá-lo e for capaz de descontinuar o uso e retomá-lo à vontade, todo o seu status muda e a sua utilidade aumenta. Pelo uso da mente a humanidade se tornou cônscia dos propósitos e emprego do mecanismo físico. Agora, pelo uso de uma faculdade ainda mais elevada, característica da alma, ela entra no controle voluntário e inteligente do seu instrumento e aprende a compreender os propósitos para os quais existe referido instrumento. Esta faculdade mais elevada é a intuição. (TSMB) 5. Somente insisto junto a cada um e a todos que leem estas Instruções sobre a necessidade de renovar esforços, a fim de que se qualifiquem para o serviço mediante um esforço consciente e deliberado para desenvolver a intuição e conquistar a iluminação. Todo ser humano que alcança a meta de luz e sabedoria tem, automaticamente, um campo de influência que se estende para cima e para baixo, e ambos chegam internamente à fonte da luz, como exteriormente aos “campos da escuridão”. Quando tiver alcançado a realização, se tornará um centro consciente de força doadora de vida, o que fará sem nenhum esforço. Estimulará, energizará e vivificará para renovados esforços todas as vidas com as quais entra em contato, seja um companheiro aspirante, um animal ou uma flor. Atuará como transmissor de luz na escuridão, dispersará o espelhismo ao seu redor e possibilitará a irradiação da realidade.